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Mostrando postagens de 2010

Reinventar para viver.

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Reinventar para viver. Recebi este email de um garoto de 74 anos que em 2010 resolveu dar um novo sentido à própria vida. Depois de uma vida dedicada ao ensino universitário num grande centro urbano, este menino foi aposentado meio que compulsoriamente. Para ele, que sempre afirmou que ia trabalhar até morrer, foi um baque. Reergueu-se decidido a mudar o rumo da vida. E reinventou-se para viver. Entro no meu tradicional módulo ofilaine até fevereiro, mas deixo a mensagem dele publicada na página de abertura do Ombudsmãe, para que todos nós, principalmente eu mesma, a tenhamos como exemplo de que sempre é tempo de rever a vida. E que não é preciso muito para torna-la ainda mais significativa e bela. Que venha 2011!  "Alguns de vocês me enviaram cartão de natal, desejando-me boas festas e um ano novo pleno de realizações.  Os cumprimentos de boas festas eu agradeço e retorno com votos dobrados ou aumentados ao infinito. O ano novo pleno de realizações... na minha idade é u

Mães pro Futuro

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Conheci a Ana Cláudia, do Futuro do Presente , há 3 anos, quando resolvi parar de alugar o ouvido de parentes e amigos e comecei a expor minhas opiniões no blog. Para uma blogueira virgezinha como eu, foi como conhecer a garota rodada do colégio. A mulher é um furor. Bloga, cuida de 4 hominhos, cachorros e quintal, promove listas de discussão na rede, grupos de ativismo, tem uma pequena empresa de produtos conscientes, participa de encontros de blogueiros, foruns educativos, tuita, feicebuca, orkuta, manda email, organiza blogagens coletivas, conhece um monte de gente na rede, enfim...é "O Cara" das mães que blogam. Aprendo muito com ela. Por isso, qual não foi minha surpresa, quando essa pessoa cheia de tempo ocioso (rs!) resolve inventar um selinho "Mães pro Futuro" , mesmo assumindo que é "cafona e ultrapassado" (a Ana é assim, não tem medo de ser feliz) e escolhe quem pra dar o primeiro? A Ombudsmãe que vos escreve! E que agora tá se achando, já que f

Epidemia de TDAH ou um sistema educacional doente?

Quem está interessado no debate sobre a "epidemia" de TDAH, deve assistir a estes dois vídeos de palestras do Sir Ken Robinson, autor britânico e consultor em educação. Ele expõe da maneira leve e bem humorada a relação existente entre a atual onda de medicar crianças com um sistema educacional que não funciona mais. Se o vídeo entrar sem legenda, clique no menu "cc" para ativá-la. Alerto que ela está literal demais, o que por vezes atrapalha o entendimento, mas com um comprimidinho de Ritalina, você vai conseguir se concentrar e assistir! Rs!!!!!! E se demorar pra carregar, minimize a página, vá namorar um pouco e quando voltar, assista sem as interrupções chatíssimas do Youtube. Vale a pena! Sua visão sobre crianças levadas da breca nunca mais será a mesma. P.S1: O blogger cortou um pedaço da lateral dos vídeos. Não tenho noção de como ajustar. Se isso também aconteceu no seu monitor, clique duas vezes sobre os vídeos e assista diretamente no Youtube. P.S2: Publiq

Rita Lee ao invés de Ritalina.

Rita Lee ao invés de Ritalina. Esta matéria foi enviada pela Renata, do Pipocando, uma mãe que, como muitas de nós se mantém firme na resistência. É um alerta para o uso cada vez mais frequente da Ritalina como supernanny de farmácia para crianças. No Brasil já são vendidas 2 milhões de caixas ano. Adorei a especialista em psiquiatria da Unicamp chamada para comentar o fenômemo. "Os efeitos da Ritalina são devastadores...eu não descarto que existam crianças portadoras de patologias, mas nem para essas eu receitaria Ritalina." Aí a reporter pergunta: "O que a senhora receitaria?" "Rita Lee" responde a Doutora e me conquista para sempre. O pior disso tudo é que a droga está sendo dada para enquadramento de crianças na escola. Reflexo de uma sociedade definitivamente sem parâmetros. A escola para no tempo - numa sociedade em transformação é uma das instituições mais resistentes a mudanças - e crianças são drogadas para se adaptarem a um sistema educacional q

Procuro uma escola que dê jeito no meu filho.

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Procuro uma escola que dê jeito no meu filho. Um equívoco muito comum é a escolha da escola ser feita para "dar jeito" na criança. Canso de ouvir mães justificarem a matrícula em uma instituição linha dura porque o filho precisa de mais disciplina. E junto com essa explicação, praticamente todas se queixam que vivem sendo chamadas pela escola por conta da rebeldia ou da indisciplina dessas crianças. Bilhetes, advertências, birras, malcriações, bronca em reuniões de pais, acabam virando parte do pacote. Conclusão que se chega: o filho é mesmo impossível. Leda me conta que, cansada de tanto ser chamada, avisou a escola: "Não me chamem mais. Ele é assim, vocês conhecem, resolvam." E assim o problema deixou de existir. Apenas para ela, é claro. Rafael, o filho da Leda, é um menino extremamente ativo, desses com o bicho carpinteiro. Ao mesmo tempo, é um menino curioso, arrojado e explorador. Se mete no meio do mato, trepa em árvore, faz clubinho e passa o tempo todo na r

Jabá sem fins lucrativos - Caixa de Brincar

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Jabá sem fins lucrativos - Caixa de Brincar Adriana poderia ser como todas nós, mães que tentam, mas deu a sorte de ter o Paulão como filhote. Paulão nasceu sem imunidade nenhuma (lembra do Menino na Bolha de Plástico?) e precisou se submeter a um transplante de medula óssea ainda bebê. Durante o longo e extremamente árduo processo, Adriana vestiu a capa, largou casa, carreira, vida própria e tudo o mais que costumamos levar na bagagem e lutou como uma leoa pela vida do filho. Sairam dessa todos vivos, saudáveis, mas a Dri em especial desenvolveu um senso extremamente apurado para os momentos curtidos entre pais e filhos. Esteja onde estiver, nunca a vi desperdiçar um. Desse dom que ela acabou adquirindo, veio uma idéia simples e muito criativa. Produzir kits de atividades para pais e filhos fazerem juntos. Nascia a Caixa de Brincar , nome que o próprio Paulo escolheu para as caixas que a mãe monta e testa sempre com ele antes de colocá-las a venda. As Caixas são bem artesanais, monta

"O filho da minha amiga lê melhor que o meu."

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"O filho da minha amiga lê melhor que o meu." A armadilha das comparações no processo de alfabetização. BARALIO (baralho) , PRAPO (trapo) , QUIEJU (queijo) , LEFATE (elefante) . Juju tem 7 anos e meio. Estas foram suas anotações em uma ficha de jogo de tabuleiro preenchida com uma letrona maiúscula, meio torta e imprecisa. Juju é meu terceiro filho e o último deles a passar pelo processo de alfabetização. Eu poderia cair no equívoco comum de compará-lo a outras crianças. Felizmente, a maternidade múltipla me concedeu o bônus extra de compreender que cada filho tem seu processo único de aprender a ler e a escrever. Essas comparações servem apenas para nos encher de orgulho. Ou de angústia. E não ajudam em nada a criança. Tem criança interessada desde muito cedo em aprender letras e números. E bem pequenas começam a aproximação com a alfabetização. Outras não estão nem aí para esse código estranho e demoram muito mais pra serem engajadas no processo de aprendizagem. Tem crianç

Estão fumando droga na casa do vovô.

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Estão fumando droga na casa do vovô. As crianças entram na sala aos berros: "Mãe! Achamos droga na casa do vovô!" A mãe, que descansa no sofá, abre só um dos olhos. O suficiente para ver um baseado na palma da mão de um deles. "Droga, mãe! Droga! Alguém tá fumando droga na casa do vovô!" A mãe dispara com aparente calma: "Isso parece droga, mas não é. É o cigarro caipira da fantasia da tia Lola. Sabe a festa caipira da chácara? Ela vai fantasiada e todo caipira tem um cigarrinho destes na orelha." As crianças olham incrédulas pra mãe. De repente, disparam atrás da tia Lola. "Tia Lola, tia Lola, achamos droga na casa do vovô! Droga, tia Lola! Alguém tá fumando droga aqui!" Na frente do computador, tia Lola segura a respiração diante da mãozinha gorducha que acena com um baseado. Atrás deles vem sua irmã, a mãe das crianças, repetindo a explicação da festa caipira. Uma sobrancelha erguida e a história se confirma. As crianças entregam o cigarrinho

Salvando o Debate

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Salvando o Debate Candidato Serra; "A minha primeira pergunta vai para a candidata Dilma e é sobre as propostas dela para a educação." Candidata Dilma: "Se eleita, vou fazer a transposição das nossas crianças para um país com excelentes escolas públicas, a Finlândia. Vou fazer isso abrindo uma grande passagem no oceano Atlântico." Candidato Serra: "Isso não funcionaria, além de ser caro e anti-ecológico. No meu governo, eu farei melhor. Transformarei todos os nossos brasileirinhos em Finlandeses, através de um grande programa de colocação de ar condicionado nas escolas, da quebra da patente de descolorantes capilares e da distribuição de lentes de contato azul." Candidata Dilma: "O candidato demonstra que não conhece os desejos do brasileiro. Brasileiro não quer parar de suar, ter cabelo louro e olho azul. Brasileiro quer ser Hexa! No meu governo farei a gestão participativa da Seleção Brasileira e todos os brasileiros poderão ser técni

Sutis diferenças.

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Sutis diferenças. Na casa da praia, o filho de 3 anos se aproxima meio de esgueio com o vidro de Berotec na mão. “Bebi isso.” A mãe surta. O filho explica que achou na mala e bebeu. Ela liga pro pediatra, que manda fazê-lo vomitar e correr para o hospital. Recomenda água com sal pra provocar vômito. A mãe prefere meter o dedo na guela e virar o moleque de ponta cabeça. O vômito vem rápido. Mais rápido ainda eles chegam ao pronto-socorro. Marido, mulher e 3 filhos. O médico faz cara de surpreso. Já apareceram vários bebedores por ali. De Berotec era o primeiro. Tira os batimentos cardíacos, coça o queixo, observa. Como tinham feito vomitar, achava que o melhor era observar. Manda-os de volta pra casa com a missão de controlar os batimentos cardíacos do menino. Se subir até 140 ou 150 deveriam voltar ao hospital. O marido sai do PS aliviado. “Vamos pra praia?” A mãe olha espantada. O marido explica que observar pode ser em qualquer lugar. Na praia, pelo menos ia ser mais divertido. No ba

Tarefas e provas abusivas. Seu filho é vítima?

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Tarefas e provas abusivas. Seu filho é vítima? Martim estuda numa escola que passa uma grande quantidade de tarefa todos os dias. O tempo necessário para resolvê-la é, em média, 3 horas diárias. Se ele se dedicar. Se não se dedicar, a mãe reza o terço, coloca as barbas de molho e cancela tudo que tem pra fazer no restante do dia. Além disso, ele tem que ler (a pulso) um livro de cerca de 100 páginas todo mês. E fazer provas periódicas, com capítulos e mais capítulos para estudar, fora as anotações do caderno e os materiais paradidáticos. Beatriz faz duas provas semanais. E, semestralmente, um provão com 120 perguntas. Ultimamente deu pra não se dedicar muito e este fato levou a coordenadora a classificá-la como "portadora de uma auto-estima alta demais". Segundo o diagnóstico sui generis da profissional, a garota não liga para o desempenho e como isso não interfere na sua vida social, ela não se dedica como deveria. Martim tem 10 anos e Bia tem 9. São crianças na mais tenra i

Que escola você busca para seu filho?

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Que escola você busca para seu filho? Existem escolas onde Eva aprende a ler vendo a uva. Em outras, Eva caça formigas, faz um formigário, observa, registra e quando vê já está lendo e escrevendo. Existem escolas onde as crianças aprendem arte pintando figuras xerocadas. Noutras, escovas, vassourinhas e rodinhos viram pincéis que, mergulhados em tinta, cobrem o chão, paredes e tudo o mais que a imaginação, e não o tamanho do papel, mandar. Existem escolas que dividem as turmas em fortes, médios e sem chance. Noutras, alunos, funcionários e educadores são colocados no mesmo espaço, para mostrar que todos são igualmente importantes e que o calor humano é muito mais gostoso que a frieza da competição. Tem escolas onde as crianças pesquisam a vida do ilustríssimo Fulano de Tal. Noutras, elas também pesquisam sobre o Profeta Gentileza e aprendem que não adianta ser ilustre se não se sabe ser gentil. Tem escolas que ensinam a andar na linha pontilhada para despertar a disciplina.

Princesas.

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Princesas. Era uma vez, Dilma e Marina, duas princesinhas que viviam sob a proteção do senhor seu pai, o Rei Lula. Um dia, a princesa Dilma foi reclamar com o Papi que a princesa Marina estava embaçando a construção do lago no jardim do palácio. - Pô, Papi...só porque vai afundar umas árvores e incomodar uns bagres...manda ela largar de ser chata, Papi! O Papi, que nunca escondeu quem era sua favorita, deu a maior bronca na Marina, que magoou, botou meia dúzia de saias até o joelho na trouxinha e abandonou o palácio. Depois disso o Papi chamou Dilma e disse com sua voz grossa de rei: - Dilminha, venha cá minha filha. Eu estou ficando velho e preciso de alguém pra cuidar do reino, no meu lugar. Minha escolhida é você. Dilma deu pulinhos de alegria, mas como era uma mocinha séria, logo perguntou: - Mas, Papi...quem vai cuidar da nossa casa? O palácio não pode ficar abandonado! - Chama Erenice, a criada. Dilma ficou feliz com o sábio conselho de seu pai. Erenice, a criada, era seu braço

Mamãe Wilma Flintstone

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Mamãe Wilma Flintstone "Ô mãe, de novo parar pra perguntar?! Não conhece GPS, não?" "Mãe, sabia que tem uma placa escrito "Sem Parar" no pedágio? Por que você não vai nela?" "Mãe, por que nosso telefone tem fio?" "Ô Mãe, qué isso?!!! Cartão de orelhão?! Que mico! Me dá logo um celular!" "Mãe, o que aconteceu com o microondas que a gente tinha na cozinha? Vai me dizer que agora vou ter que esquentar água no fogão?" "Mãe, ficar olhando pra janela é um saco. Quando vamos ter um carro com TV no banco de trás?" "Mãe, meu amigo tem I-Phone, Wii, Play 3, MP11 e eu aqui com esse Play 2 quebrado. Tá certo isso?" "Mãe, vamos a pé? Tá maluca?! Sabia que a gente tem um carro parado na garagem!" "Mãe, me pede qualquer coisa...menos pra jogar lixo na composteira que eu morro de nojo!" "Mãe, por favor, por favor, por favor...manda uma bolachinha na minha lancheira! Não preci

Meu filho vai pra guerra.

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Meu filho vai pra guerra. Houve um tempo em que os filhos eram tirados novinhos da proteção dos pais e criados para virar guerreiros. Crescidos e bem treinados eram enviados para as guerras sem fim, de uma antiguidade onde tudo se resolvia a golpe de espadas. Muitos não retornavam. Os que conseguiam, traziam nas bolsas os prêmios da vitória. E no corpo as marcas das luta: cicatrizes, mãos amputadas, pernas mancas. Hoje em dia, para a alívio das mães, nossos filhos não são mais confiscados no berço em defesa da pátria. Mas nem por isso deixarão de guerrear. E com nosso apoio e estímulo. Preparamos nossos filhos desde a mais tenra idade para a batalha da vida moderna. Queremos que eles sejam bilingues, que estudem nas melhores escolas, que façam esportes, informática, música, artes, kumon, simulados etc. Para quê? Para terem mais chances de vencer uma outra guerra. A guerra do mercado. Onde só sobrevivem os mais preparados. E dá-lhes preparação. Não queremos criar perdedores! Daí, um dia

O consumismo infantil na (dis)versão da Veja.

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O consumismo infantil na (dis)versão da Veja. Parei de assinar a Veja quando me dei conta que me aborrecia muito com o "jornalismo" tendencioso de tal revista. Pagar para ser irritada semanalmente pela Abril, chama-se masoquismo e esta prática ainda não faz parte do meu repertório de esquisitices. De lá pra cá, só leio a Veja nos consultórios odontológicos e no banheiro de algum parente. Não compro nem na banca, pois a irritação geralmente já vem com a capa. Nessas lidas eventuais, a Veja nunca decepciona. Sempre defende abertamente seu peixe. Foi assim quando detonaram o construtivismo. Alguém me diga se uma empresa que VENDE um sistema de ensino apostilado (o Sistema Ser de Ensino) tem a isenção necessária para criticar outra proposta educacional? Ainda mais uma proposta educacional que não convive bem com apostilas. Agora eles publicam uma matéria sobre o consumismo infantil. Dizendo que é tudo balela, é claro. Opa! Folheiem a Veja e me digam: quem mantém a revista? Os anu

Salvem a natureza contanto que ela não cubra minha vista.

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Salvem a natureza contanto que ela não cubra minha vista. Queridos vizinhos do condomínio de cima, Recentemente ficamos sabendo que vocês tem autorização da Prefeitura para arrancar todos os Sansões do Campos que ficam do lado de cá do muro que nos separa. Estamos tristes. Muito tristes. Ficamos menos humanos, sempre que uma árvore cai. E são centenas de árvores que dessa vez cairão, mesmo que disfarçadas sob o nome de "cerca viva". Não sabemos quem plantou os Sansões que hoje atrapalham a vista das suas varandas e "suja" com folhas sua trilha de caminhada. Mas sabemos que do lado de cá, um morador generoso capinou com enxada e suor uma longa trilha sob a sombra deliciosa dos Sansões que vocês querem arrancar. (Curiosa é a vida...o que para uns é um incômodo, para outros é benção). Coloquei a foto aqui para vocês verem e os convido a caminhar por ela antes que desapareça ao ronco da motosserra. Ficamos sabendo também que vocês não planejam apenas cortar os Sansões.

Esse não é o meu filho.

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Esse não é o meu filho. O menino de 7 anos entrega pra mãe o bilhete da professora. Os olhinhos repletos de medo e lágrimas. A mãe, empregada doméstica que estudou só até o ginásio, pára de fazer a sopa para ler: "Mãe, seu filho é desatento, apático, desmotivado e irmão de autista. Favor encaminá-lo a um especialista." A mãe senta-se na mesinha da cozinha. Agora é ela quem está engasgada e com vontade de chorar. Olha para o menino assustado. Chama-o para perto de si. "Amanhã, vou na escola falar com sua professora. Vou dizer para ela que vamos rasgar esse bilhete porque ela errou de criança. Eu não conheço este menino que ela escreveu aqui. Este não é o meu filho. A única coisa que ela acertou foi sobre seu irmão. Mas sobre você...tá tudo errado. Vou falar para ela prestar mais atenção e ver que você não é nada disso." O menino dá uma risada gostosa: "Jura, mãe? Você vai falar pra ela que não sou eu?! Rá, rá...nós vamos mostrar pra ela, né, mãe!&quo

Amamentar não é um ato de amor - parte 2.

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Na semana da amamentação, que aconteceu no início de agosto, o texto "Amamentar não é um ato de amor" , voltou a ser tema de algumas discussões na rede. Agradeço a todas a mães, como a Pérola - do Mamãe Antenada , a sensibilidade com que colocaram novamente em debate a ligação entre amamentar e amar. Amamentar é um ato de amor? Claro que é. Assim como muitos outros. Ninar, acalentar, consolar, dar um banho gostoso, fazer shantala, preparar uma comidinha caseira, tocar, proteger...todos são atos de amor. Mas nenhum deles tem hoje a mesma dimensão que a amamentação ocupa na mente e no coração das mães da nossa sociedade. Por isso mesmo, a Vera Pileggi Vinha, minha mãe, quando estava nos últimos anos de uma vida dedicada ao estímulo ao aleitamento, foi contra usar este apelo como tema das campanhas pró-amamentação. Por quê? Porque ela identificou que este apelo tinha dois efeitos devastadores: enchia de ansiedade as mulheres inexperientes de uma sociedade cada vez mais distant

Escola emburrece.

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Escola emburrece. O uso das marcas da Coca-Cola, McDonald's e Objetivo nas apostilas de uma escola cara de São Paulo, acendeu recentemente o discurso sobre o estímulo ao consumismo na sala de aula. Segundo a matéria da Folha Online , os educadores envolvidos foram logo sacando o argumento padrão nº 1 contra pais que questionam: "não se pode criar um filho numa redoma". Como se estudar numa escola cara, recheada de tênis de marcas, aipodes, aifones, aimeubolso e aiminhasantapaciência, fosse mantê-los numa bolha anticonsumo. Querer que, ao menos no material didático, marcas não fiquem desfilando na frente das crianças é ser superprotetor? Me poupem. Mas vamos voltar para o conteúdo da apostila. Vou ser sincera: não me preocupei tanto com o apelo consumista que, obviamente, está presente de forma vergonhosa na atividade. O que me chocou foi a pobreza do exercício! Os pais pagam mil reais por mês e a escola tem a cara de pau de dar um exercício daquele nível gráfico e intelec

Meu pai quer plantar árvores.

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Meu pai quer plantar árvores. Meu pai tem 74 anos e aposentou-se recentemente. Poderia, com louvor, calçar o chinelo e esperar na sombra o bondão passar. Mas quem o conhece sabe que isso dificilmente aconteceria. Este homem que passou a vida toda na urbanidade, resolveu plantar árvores. Não uma ou duas. Hectares de árvores. No momento, procura terras para começar sua plantação de Guanandi. Uma árvore de lei, considerada em extinção, protegida desde os primórdios pela Coroa portuguesa e que leva uns 18 anos pra dar algum retorno ao plantador. "Pai, tem certeza? É nisso mesmo que você quer se meter?" "Filha, certeza absoluta." Ele responde com o entusiasmo de um surfista que descobriu uma praia deserta de ondas perfeitas. "Eu me vejo caminhando por entre as alamedas de árvores. Quero encher pastos e pastos com Guanandi. E vou colocar um pouco de Acácias também, pra ter flores, abelhas e produzir mel." Quando escuto o carinho com que meu pai fala de suas árvo

Desinibidos e desavisados - a exposição adolescente na rede.

Desinibidos e desavisados - a exposição adolescente na rede. A avó me conta, com um riso meio constrangido, que o neto está fazendo sexo virtual. A namorada pede que ele tire a roupa diante da uébicam e diz que está toda "molhadinha". O neto tem 14 anos e a namorada 13. E os pais não sabem direito o que fazer, além de instalar filtros no computador. Não ia publicar este texto. Achei invasivo demais. Incômodo. De uma intimidade que não me pertence. Até que li, domingo passado, a matéria do Estadão sobre a preocupante onda de exposição adolescente na internet . E depois saiu matéria no Fantástico. É um assunto que ainda vai dar muito o que falar. Porque é grave e o fenômeno só cresce. Entendo a curiosidade dos adolescentes. Já fui uma e também tive vontade de tirar fotos nuas. Necessidade de me sentir sexy. Mas era num tempo em que nossas fotos, no máximo acabavam numa caixa de sapato no guarda roupa. Há uma cena hilária no filme "Doidas Demais", em que a Goldie Hawn

O que vai no seu pão?

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O que vai no seu pão? Chico é o que o povo dos Pampas chama de "mal domado". Uma pessoa que segue a vida orgulhosamente desencaixada dos padrões sociais vigentes e esperados. Tive a sorte de ser sua vizinha e a felicidade de, aos poucos, ir virando sua amiga. Um dia, comentei com ele minha frustração por minha máquina de pão estar quebrada e ele exclamou com aquele ar de superioridade de quem nunca comprou na Polishop: "Mas ninguém precisa de uma máquina para fazer pão!". "Isso porque você nunca experimentou os tijolinhos que faço a mão", respondi resignada. "Eu te ensino. Não tem segredo". E um sábado à tarde, Chico aparece em casa, com um saquinho de fermento, um pouco de linhaça e toda a paciência de quem está determinado a transformar uma oleira em padeira. A primeira lição: "Pão é basicamente farinha, água e fermento. Os outros ingredientes você coloca se quiser." A lição foi ótima e rendeu dois lindos pães de trigo integral com ce

Solo fértil.

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O apoio dado ao Manifesto pelas Mães superou de longe nossas expectativas. Já contamos com mais de 500 assinaturas e a campanha está só no começo. Quando retornarmos das férias – leia-se: a molecada voltar pra escola e a gente reconquistar aquelas preciosas horas de teclado e introspecção, faremos um novo e bem mais amplo esforço de divulgação. Mas antes de tudo, queremos agradecer às mães e pais queridos, sinceros e parceiros que, logo de cara, abraçaram a causa. Seus comentários nos emocionaram e deram força pra que a gente retorne em agosto com todo o pique. No site do Grupo Cria, estamos lincando todos os blogs que estão ajudando a divulgar o Manifesto . Mas como a internet é uma colcha de retalhos - com muito fuxico e tricô - alguns blogs podem ter escapado da nossa atenção. Se isso aconteceu com o seu, nos mande um email e o incluiremos na lista. Boas férias, luz e curtam muuuuuito seus filhotes em casa. Sejamos mães, com orgulho! Até agosto!

Você não é incompetente. Você é mãe.

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Quatro amigas blogueiras e eu resolvemos nos reunir num sonho meio quixotesco. Valorizar a maternidade. Começamos com a publicação de um Manifesto pelas Mães , que reune tudo o pensamos e também o que aprendemos nestes anos de muita troca com as mães incríveis que frequentam a blogosfera. Acreditamos que estamos diante de um novo momento. De uma nova geração de mulheres, mais feministas do que nunca, mais cientes do que jamais foram de seu papel e do seu enorme valor. O Manifesto é apenas um começo de um trabalho que pretendemos desenvolver de reconhecimento da importância da mãe e da família para a construção de uma sociedade mais justa, mais humana, mais responsável. Ele foi redigido com o cuidado intenso de valorizar a maternidade nos seus diferentes formatos. Nenhum é melhor que o outro. Todas somos mães, fazemos o nosso melhor e queremos ser valorizadas! Essas imagens são parte da campanha de lançamento do Manifesto pelas Mães . Clique sobre elas para ampliá-las

A professora me chamou.

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Tenho um filho "bom". Todas nós temos. Mas o meu é muuuuito bom. Daí eu ter estranhado quando a professora dele me chamou pra uma conversa. Fui meio ressabiada. O que meu filho meigo, responsável, inteligente e lindo de morrer poderia estar fazendo de errado? A professora começou a reunião cautelosa. Nada mais natural quando se está diante de uma mãe palpiteira e metida a publicar na internet suas verdades sobre educação. Mas eu não estava ali como blogueira e sim como mãe. Achei melhor ficar quieta e ouvi-la. E escutá-la não foi fácil. Meu filho bom, aparentemente, estava com problemas. E eu não estava percebendo. Podia ter invertido o jogo. E faria isso facilmente. Botar a culpa nela, na escola, na preparação das aulas, no excesso de videogame e de açúcar na dieta infantil. Podia ter achado tudo um exagero. Mas na minha frente estava uma pessoa genuinamente preocupada com meu pequeno. Apenas com ele. E não com a disciplina da sala. Nem com a performance da sua di

A dieta do Papai do Céu para uma vida longa e feliz.

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A dieta do Papai do Céu para uma vida longa e feliz. Recebi uma matéria sobre o risco dos protetores solares. Agora estão redimindo o sol! Calma, antes que você saia por aí botando a criançada para virar camarãozinho, leia a matéria e tire suas próprias conclusões. Sugiro até que discuta com um dermatologista da sua confiança. Clique aqui para ler Para quem não lê inglês, o resumo é que alguns protetores tem substâncias que penetram na pele, entram na corrente sanguínea e podem provocar alterações hormonais ou fazer com que um tumor se desenvolva mais rapidamente. Alguns dizem que os benefícios superam os riscos. Outros acham que o consumidor deveria ser informado para exercer seu direito de escolha. A matéria conclui dizendo que é preciso haver cautela na exposição solar e, quem quer opções seguras, deve ficar na sombra, usar camisa de manga longa e chapéu. Já redimiram a manteiga, o abacate, o café. O chocolate, vilão das espinhas, virou elixir da longa vida. O ovo, pobr