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Mostrando postagens de outubro, 2007

Educar é ensinar a superar limites

06/11/2006 Educar é ensinar a superar limites Por Rosely Sayão Uma mulher entrou no elevador com a filha de mais ou menos quatro anos. Assim que entraram, a garota se apressou para apertar o botão e a mãe logo informou qual era o número. A garotinha, que era uma graça, respondeu imediatamente: - Eu já “sabo”, mãe. - Não é “sabo”, filha, é sei. - Mãe! Eu “sabo” que é eu sei. Esta é uma boa oportunidade para falar a respeito de uma importante limitação das crianças em relação às regras. Assim que elas descobrem uma regra, seja por conclusão própria ou por aprendizado – elas ficam aprisionadas nas tais regras, Com a idade que tem a garota do diálogo, ela está descobrindo o funcionamento das regras, de todos os tipos. O problema é que, quando descobre ou aprende, ela passa a universalizar o uso, como ela fez com o verbo saber. Se correr resulta em eu corro, se beber em eu bebo e fazer em eu faço, claro que saber só pode resultar em eu “sabo”! O que eu quero dizer é que o maior problema na

Pais dão limites demais e respeitam pouco

São Paulo, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002 s.o.s. família rosely sayão Pais dão limites demais e respeitam pouco Discutir a educação é sempre muito estimulante, já que é principalmente por ela que preparamos o futuro. Mas, vira e mexe, volta aquela velha história de que nossas crianças e jovens não têm limites, e parece que esse é nosso maior -se não único- problema na educação. Ora, se faz tempo que ouvimos essa frase e as coisas continuam na mesma, é sinal de que precisamos problematizar a questão e olhar de uma outra ótica. Afinal, qual educador -pai ou professor- não quer praticar uma educação que dê melhores frutos? Todos querem e, se dar limites fosse algo simples, não teríamos tantos problemas. Importante é lembrar que, para impor limites, é preciso exercer autoridade. Desde o início do mundo moderno, vivemos uma crise de autoridade, e não foi a escola -muito menos a família- que a originou. Ao contrário: pais e professores arcam com o fato. Assumir a autoridade sendo mãe,

Neura neles!

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Americano é famoso por neurotizar tudo. Pode reparar. Coisas que eram simples e comuns por centenas de anos, de repente, viram um bicho de sete cabeças porque lá nos EUA é um bicho de sete cabeças. O politicamente correto é um exemplo. Outro dia alguém me disse que não se pode falar que é “desempregado”. O certo é “excluído do mercado de trabalho”. E meu filho acha muito chato o novo Tom e Jerry, que não são mais inimigos. “O outro era bem mais legal, mãe.” Milenarmente, gato persegue rato. Ponto. Quem será que foi o gênio que resolveu dar o bom exemplo? Qualquer criança percebe que fica esdrúxulo. A lista de neuras importadas dava o conteúdo de um site, mas neste texto me concentro em uma: alguém conhece a revista “Men’s Health”? Quem leu o texto "Mulheres Superpoderosas" criticando a disparidade entre revistas femininas e masculinas, vai adorar saber que agora há uma revista made in USA, publicada pela Abril, cheia de neuras e fobias para o “macho” moderno. A capa deste mês

“Não precisa se preocupar”

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Nunca fui fã de celular. Sei que isso soa jurássico, “mais uma daquelas que detestam tecnologia e louvam o LP.” Não é nada disso. Acho chato, inconveniente e difícil de usar. Esse negócio de ter que ficar apertando botãozinho e dar carga é um porre. Mas enfim, me rendi quando tive filhos. Quer dizer, fui rendida. Minha irmã um belo dia apareceu com um Baby (lembra dele?) e disse que uma mãe que se preza jamais poderia ficar sem um celular. Depois do Baby “evolui” para um outro que, um belo dia, caiu no mar de Barra do Sahy. Hoje deve estar na bolsinha de mão da Pequena Sereia. Minha grande amiga Sílvia, testemunha do ocorrido, logo me resgatou do mundo pré-ringtones me dando um celular que ela tinha aposentado. O aparelho está em excelente estado e é bem mais moderno que o meu glub glub, mas apanhei como uma coitada pra usá-lo. Não conseguia ler mensagens, não conseguia aumentar e diminuir volume, enfim, socorro! Aos poucos fui sendo domada e entendendo os humores do aparelho. Já domin

Filhos, o retorno.

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De todas as tarefas árduas da vida, incluindo lidar com pedreiro, discutir a relação e planejar o próximo corte de cabelo, a mais difícil, disparada na liderança do campeonato, é educar uma criança. Antigamente as regras eram mais claras e acredito que tudo era mais fácil. Não podia desobedecer o adulto, tinha que respeitar os mais velhos e aprontou, apanhou. O modelo funcionava? Tem gente que diz que sim e que os métodos modernos de educação são pura frescura estraga criança. Eu assumo que, mais fácil, era. Esse negócio de diálogo e negociações às vezes cansa demais. E nem sempre funciona tão de imediato como uma bela porrada no meio da testa. Mas o fato de ser mais fácil de aplicar, não quer dizer que o método da vovó funcionasse tão bem assim. Quem prega uma volta aos velhos tempos, ignora a legião de adultos absolutamente malucos, desajustados e desestruturados que habita o planeta e circula como gente “normal”. Não precisamos ir longe. Basta olhar de perto a nossa própria família