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Mostrando postagens de maio, 2011

O menino que não gostava de peixe.

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O menino que não gostava de peixe. O amiguinho do filho detestava peixe. Por coincidência, o garoto só vinha visitá-los quando o cardápio era um dos deliciosos pescados comprados na feira. "Isso é peixe? Eu não gosto de peixe." Pouco afeita a servir a la carte, a anfitriã foi rápida: "Não é peixe, não. É frango, bem temperadinho." O menino provou ressabiado e logo mandou ver um filézão de tilápia grelhado. Na segunda visita, o prato era caçonete temperado com limão e grelhado no azeite de oliva. De novo, o visitante comeu sem reclamar o "franguinho" que lhe colocaram no prato. Até repetiu. A mãe já se sentia a maior especialista mundial em frescura infantil, quando o menino voltou a visitá-los. O cardápio era filé de pescada. "Tô sentindo cheiro de peixe. É peixe hoje?" "Não, meu anjo. Eu fiz aquele franguinho que você gosta." O menino esticou o prato e já estava na metade da pescadinha quando engasgou. "Tem algu

A ética que vem do berço.

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A ética que vem do berço. Quando eu e meus irmãos éramos pequenos, me lembro de ouvirmos com frequência histórias sobre atitudes honestas e dignas por parte dos adultos que eram referências na nossa vida. Tinha a do meu avô, pobre, cheio de filhos, que retornou a pé ao mercado para devolver a moeda que veio a mais no troco, porque "jamais aceitou ficar com o que era do outro".  Mecânico dos bons, nunca deu muito certo financeiramente. E até mesmo o seu "fracasso", nos foi transmitido como lição de vida: "sempre foi empregado e quando tentou montar oficina própria não deu certo porque era honesto demais e passaram a perna nele. Morreu pobre, mas com a consciência tranquila". Me lembro do dia que fui fazer compras com minha avó numa tradicional loja da cidade. Depois de escolher a mercadoria, ela se dirigiu ao caixa para pagar. O valor era alto e ela pediu para fazer um crediário. Chamaram o dono, que deu uma esnobada, mas no final cedeu, dizendo que

Traição

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Traição O marido entra sorrateiro. Pouco antes de chegar na cozinha dá de cara com a esposa. Ele a cumprimenta rapidamente, evitando olhá-la nos olhos. Mulher: - Não acredito! Marido: - Desculpe... Mulher: - Por que você fez isso? Marido: - Aconteceu, eu... Mulher interrompe: - Mas não pode acontecer. Marido: - Eu sei...você tem razão, mas às vezes a gente descuida... Mulher: - Ah, não vem com essa. Com esse tipo de coisa não pode ter descuido. Alguém te viu? Marido desvia novamente os olhos e fala baixinho: - A Sílvia. Mulher exclama: - A Sílvia! Não! A cidade inteira e você me topa logo com ela?   Ela te viu? Marido: - Viu, claro. Conversou comigo. Mulher: - Disse o quê? Marido: - Perguntou se você sabia que isso estava acontecendo. Mulher: - Sabia que ela ia perguntar...E o que você disse? Marido: - Disse que não...e que se você soubesse ia me matar. Mulher: - Bom, pelo menos foi honesto. Tô quase te esganando. Ah...isso não podia ter acontecido... Marido: - Eu s

Marina Silva, fique esperta!

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Marina Silva, fique esperta!    Semana passada me deparei com uma das estratégias mais sinistras de formação de opinião que já vi na rede. Divulgo, porque acho que a informação é a melhor vacina contra os golpes da internet. Alguém publicou um site ( http://orgulhoverde.com ) que, aparentemente, defende o meio ambiente e a não aprovação do novo código florestal. Aparentemente. Olhando nas entrelinhas, tudo indica que se trata de uma ação obscura e muito bem planejada de marketing viral, plantada para causar inimizades e angariar simpatizantes justamente para o lado contrário: o de quem defende a APROVAÇÃO do novo código. A estratégia mostra a que ponto alguns seres humanos chegam para conseguir formar sua opinião.  Daqui para frente, fique ainda mais cauteloso com o que você encontra na rede. O site defende idéias radicais, meio temidas por quem não gosta muito de ecologista, como passar fome para poupar o planeta, não tomar banho para economizar água, desapropriações em massa no

Sua vida está todinha no Feicebus.

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Sua vida está todinha no Feicebus. Se você optou por morar num condomínio, converse com sua empregada sobre o busão que a traz para o serviço. O ônibus é o centro de troca de informação sobre a vida dos patrões. A sua, a minha, a nossa vida tá todinha aberta e escancarada no Feicebus O sistema de informação é bem organizado e simples. Elas abrem a boca e começam a contar, pra todos ouvirem, inclusive motorista e cobrador, tudo o que acontece dentro das casas que trabalham. Que patrão não paga direito, a filha de quem que tá transando com quem, as neuras das patroas, o ridículo da vida privada, os pequenos delitos, as cenas que observam enquanto varrem e tiram pó. Como nas redes sociais da internet, babado que vira buzz é o sórdido. Portanto, não espere ser poupada. Tem empregada que conta até que “aquela vaca transa menstruada...e eu que tenho que lavar os lençóis”. Tem o lado bom. Elas aprendem muito sobre direitos trabalhistas, discutem salários, trocam receitas, se info