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Mostrando postagens de abril, 2016

Solo pobre

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O aluno de 12 anos sente-se profundamente injustiçado pela reprimenda da professora e, diante da recusa dela em ouvi-lo, deixa escapar toda sua indignação: “Ah, vai se fuder, Fulana…não fui eu que fiz isso!” O palavrão dispara a indignação da professora que começa a berrar. Seus gritos ecoam pela escola e são ouvidos até do segundo andar do prédio - punição número 1. O garoto é mandado para a coordenação - punição número 2. Lá, tenta se explicar em vão. Aparentemente, nessa escola, dizer um palavrão ao professor é o mais grave delito. Tão grave que lhe priva o direito de ser ouvido - punição número 3. Ele é mantido na coordenação durante toda a aula e recreio - punição número 4. Recebe uma advertência para levar para casa - punição número 5. É encontrado tempos depois pelos colegas, sozinho num canto, chorando convulsivamente. As crianças se solidarizam com o amigo. Na vergonha. No excesso das punições. Na perda do intervalo. No berros da professora. No p

Chá de Revelação

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“Amoras, fui convidada para um Chá de Revelação.” “Chá de Revelação? Qué isso?” “Tentem adivinhar?” “Já sei…o garoto ou a garota convida a família: vó, vô, pai, mãe, tio, primos, babá, vizinhos. Senta todo mundo na sala e, de repente, sai de dentro do armário. Revela que é gay. E as pessoas tem que levar presentes pra montar o novo guarda-roupa.” “Ai, eu já pensei outra coisa…você convida família, amigos, galera, senta todo mundo em círculo e serve um chá tipo lírio, sei lá, desses de erva que abre a mente, sabe? Daí o chá vai circulando enquanto as pessoas compartilham suas revelações.” “Não, gente. É uma piração beeem maior.” “Maior? Então só pode ser reunir todo mundo pra tomar o chá revelador e, quando tá todo mundo locão, o fulano ou a fulana pula de dentro do armário.” “Não, pior ainda. Chá de Revelação é convidar os parentes e amigos pra revelar o sexo do bebê depois do ultrassom.” “Sério! Existe isso?! Que bizarro!” “Menina, as pessoas