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Mostrando postagens de 2011

Professor bom é sorte?

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Atravessamos momentos doloridos neste segundo semestre. Entre eles, uma perda de um ente muito, muito amado. Por conta da doença que o levou, precisei me afastar de casa por alguns meses, deixando para trás filhos e marido. A equipe era unida. Ficaram todos bem. Bom saber que mãe faz menos falta do que supomos. Mas na escola os efeitos da confusão familiar surgiram. Cada filho extravasando da sua maneira a dor. A professora de um deles me encontrou num final de semana em que pude vir para casa: "Eu soube o que está havendo na vida de vocês. Sinto muito. Me avise se puder ajudar com algo." "Meu filho te contou?" "Ele não disse nada. Mas percebi que havia algo diferente. Pequenos sinais. A mochila estava vindo incompleta, ele deixou de fazer algumas tarefas, ficou meio avoado na sala. Nada muito sério, não se preocupe. Mas achei melhor conversar com ele para ver se algo estava acontecendo e ele me contou. Foi assim que fiquei

Para que serve um pai

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Para que serve um pai Corta, aplaina, enverga enfia pregos, pinta Joga na água Diz para confiar que vai dar tudo certo Mostra o rumo do infinito E o caminho de volta para o porto "E se tiver tempestade?" "Enfrente." "Piratas?" "Desvie." "Se meu casco partir?" "A gente remenda." "Sereias?" "São magníficas, mas coloque cera nos ouvidos." "Se eu afundar?" "Eu te resgato." "E quando anoitecer?" "Você tem as estrelas." "Eu ainda não consigo lê-las." "Você nunca ficará na escuridão." As amarras são soltas O filho parte E o que era menino vira navegante E o que era pai vira farol

"Mãe, você é uma vadia!"

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"Mãe, você é uma vadia!" O pequeno entra na cozinha zangado: “Mãe! Você desligou meu Wii. Eu vou ter que fazer toda aquela fase de novo...SUA VADIA!” A mãe recebe as palavras como uma bofetada. Pisca. E na velocidade daquela piscada, tenta controlar toda a mágoa que a impele a quebrar os dentes de leite que ainda restam na boca daquele ser raivoso de um metro e vinte.   Respira fundo e quando reabre os olhos diz com toda a calma que lhe resta: “Você sabe o que esta palavra significa?” O menino olha para o chão envergonhado e responde baixinho: “Não.” “É uma palavra muito ofensiva e estou me sentindo mal por você ter me chamado assim. Você não devia tratar as pessoas deste jeito.” “Desculpa.” “Vadia é uma mulher que transa com muitos homens. Eu sou uma vadia?” Mais encabulado ainda, o menino murmura: “Não!” “Pois é...então não chame mais as pessoas de nomes ofensivos. Ainda mais se você não sabe o que significam. Você pode est

Como nossos pais.

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Como nossos pais. "Se apanhar na rua, apanha em casa." "Bateu, levou." "Se xingar a mãe, leva na cara." "Não tem mais jeito, to ensinando meu filho a bater." "Não se meta em confusão." "Não seja dedo-duro." "Empresta pra ele, seu egoísta." "Diga-me com quem andas que te direi quem és." "Desaforo não se leva pra casa." "Antes um covarde vivo que um corajoso morto." "Bata no amigo que te ofende. Mas não reaja ao bandido." "Não se meta." "Deixa pra lá." "Fica quieto." "Obedeça!" Robert Selman, da Universidade de Harvard, foi o palestrante que abriu o II Congresso de Pesquisas em Psicologia e Educação Moral, que aconteceu na Unicamp, em julho. Sua palestra abordou os conflitos nas escolas (tema do congresso), sob o ponto de vista de quem está envolvido e também da perspect

Mamãe Muçarela

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"Prezados, Todos os dias recebo emails de vocês contando como foi o dia do meu filho. Deixa eu esclarecer: pago R$1500,00 por mês para uma criança de 5 anos estudar aí. A R$1500,00 por mês, eu entendo que meu filho está bem, sendo estimulado, aprendendo, sociabilizando, exercitando e tudo o mais que se espera de uma escola que cobra R$1500,00. Portanto, me poupem. Não me mandem mais emails. A única coisa que quero saber é se, um dia, ele vai sair daí sabendo ler, escrever, fazer conta, de bumbum limpo e feliz. ... Ontem recebi um email com a receita da aula de culinária desta semana. Qual não foi minha surpresa quando li "muçarela" nos ingredientes. Isso mesmo! Mussarela com "ç". Fala sério! Como pode uma escola que cobra R$1500,00, para alunos com 5 anos, cometer um erro desses?! Vocês deveriam se envergonhar. A este preço, o mínimo que se espera é que os professores ganhem o suficiente para, de vez em quando, comer uma pizza e aprend

Novos pais.

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Um belo dia, ela dispara: "Quer saber de uma coisa, para mim deu. Não faço mais nada para evitar filhos." O marido achou prudente não dar trela. Nem precisava. Ela estava a mil: "Já cumpri com minha responsabilidade no setor reprodutivo desta família. Já usei diafragma, pílula, diu de cobre, diu com hormônio, camisinha, tabelinha...já engravidei, pari, engordei, amamentei, fiz parto normal, fiz cesárea, fiz simpatia...chega. Daqui para frente é com você." O marido deve ter ponderado muito antes de responder: "Ãhn?" "É...agora é com você. Se quiser usar camisinha, gozar fora, vasectomizar...é com você. Eu não vou mais me preocupar com isso. E se eu engravidar de novo, vamos ter mais um filho." "Ô loco." "Então se vira. O setor reprodutivo dessa casa agora está sob nova direção." O marido é categórico: "Vasectomia nem pensar. Mas fica tranquila que vou fazer tudo direitinho". E fez. Alguns meses depois ela

Pais x Professores - quem perde são nossos filhos.

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Pais x Professores - quem perde são nossos filhos. Até há pouco tempo, filhos eram criados meio que em comunidade. Era a bronca do pai, o olho da vizinha quando a mãe estava fora, o colo dos avós, os conselhos das tias, as iniciações com os primos, as brigas e brincadeiras na rua, os puxões de orelha da professora e do inspetor de alunos. Além do convívio próximo com todas estas pessoas, havia também uma espécie de código de conduta que todos conheciam e faziam valer. Tinha que respeitar os mais velhos; apanhou na rua apanhava em casa; quem não obedecia ficava de castigo; o irmão mais velho resolvia as brigas; e o pai nunca podia saber de nada ou ele matava um. Não preciso dizer que hoje tudo mudou e não foram só os códigos que ficaram confusos. Vivemos num certo estado de solidão familiar, isolados por muros, ruas onde não se brinca e o concreto dos apartamentos. A extraordinárias  tarefa de se criar uma criança, acabou ficando restrita a 2 agentes: família e escola. Família

Patroa na cozinha.

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No aniversário da empregada, a patroa resolve fazer ela mesma o bolo. Escolheu uma receita de bolo de chocolate do NY Times Cookbook. Os 13 anos de parceria, mereciam um bolo com estilo. Bolo no forno, resolve dar uma saidinha e bota o marido para pilotar o fogão. O marido, com sua técnica altamente avançada de aceleração de cozimento, aumenta o fogo ao máximo e muda a assadeira para a prateleira de baixo. Quando a esposa chega em casa, sente o cheiro que bolo queimado no ar. Tira correndo a assadeira do forno. A empregada estava para ir embora. Na pressa, resolve desenformá-lo quente mesmo. O bolo despedaça. Ela devolve todos os pedaços para dentro da assadeira e resolve servir em copinhos. A amiga, que estava de passagem e ficou para o parabéns, é solidária: "Vai dar certo. É tipo petit gateau". Parabéns cantado, bolo servido e a amiga pergunta o que são os pedacinhos crocantes bem durinhos do bolo. A anfitriã diz que deve ser o açúcar que

Serviço Nacional de Desinformação - SND

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Serviço Nacional de Desinformação - SND Consuma refrigerante para produzir lixo e ajudar as famílias de baixa renda que vivem de catar sucata. Comer margarina é fundamental para a saúde do seu coração. A melhor coisa que você pode fazer para garantir que seu filho está se alimentando bem é dar a ele suplemento alimentar industrializado. Insetos não são bem vindos. Uma casa cheia de veneno é bem melhor. Brincar ao ar livre é perigosíssimo se a pele de seu filho não estiver protegida de uma camada de veneno. Quem é jovem, esperto e sabe se virar na vida, come comida congelada de microondas. Sujeira é ruim. Germes e bactérias uma ameaça! Para sobreviver use sempre sabonete bactericida. Um engradado de cerveja é a coisa mais importante da vida do homem. Não basta você se preocupar com pneuzinhos, cabelo crespo ou rugas. Preocupe-se também com o escurecimento das suas axilas. A vida é curta. Quem não consome não a

O menino que não gostava de peixe.

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O menino que não gostava de peixe. O amiguinho do filho detestava peixe. Por coincidência, o garoto só vinha visitá-los quando o cardápio era um dos deliciosos pescados comprados na feira. "Isso é peixe? Eu não gosto de peixe." Pouco afeita a servir a la carte, a anfitriã foi rápida: "Não é peixe, não. É frango, bem temperadinho." O menino provou ressabiado e logo mandou ver um filézão de tilápia grelhado. Na segunda visita, o prato era caçonete temperado com limão e grelhado no azeite de oliva. De novo, o visitante comeu sem reclamar o "franguinho" que lhe colocaram no prato. Até repetiu. A mãe já se sentia a maior especialista mundial em frescura infantil, quando o menino voltou a visitá-los. O cardápio era filé de pescada. "Tô sentindo cheiro de peixe. É peixe hoje?" "Não, meu anjo. Eu fiz aquele franguinho que você gosta." O menino esticou o prato e já estava na metade da pescadinha quando engasgou. "Tem algu

A ética que vem do berço.

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A ética que vem do berço. Quando eu e meus irmãos éramos pequenos, me lembro de ouvirmos com frequência histórias sobre atitudes honestas e dignas por parte dos adultos que eram referências na nossa vida. Tinha a do meu avô, pobre, cheio de filhos, que retornou a pé ao mercado para devolver a moeda que veio a mais no troco, porque "jamais aceitou ficar com o que era do outro".  Mecânico dos bons, nunca deu muito certo financeiramente. E até mesmo o seu "fracasso", nos foi transmitido como lição de vida: "sempre foi empregado e quando tentou montar oficina própria não deu certo porque era honesto demais e passaram a perna nele. Morreu pobre, mas com a consciência tranquila". Me lembro do dia que fui fazer compras com minha avó numa tradicional loja da cidade. Depois de escolher a mercadoria, ela se dirigiu ao caixa para pagar. O valor era alto e ela pediu para fazer um crediário. Chamaram o dono, que deu uma esnobada, mas no final cedeu, dizendo que

Traição

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Traição O marido entra sorrateiro. Pouco antes de chegar na cozinha dá de cara com a esposa. Ele a cumprimenta rapidamente, evitando olhá-la nos olhos. Mulher: - Não acredito! Marido: - Desculpe... Mulher: - Por que você fez isso? Marido: - Aconteceu, eu... Mulher interrompe: - Mas não pode acontecer. Marido: - Eu sei...você tem razão, mas às vezes a gente descuida... Mulher: - Ah, não vem com essa. Com esse tipo de coisa não pode ter descuido. Alguém te viu? Marido desvia novamente os olhos e fala baixinho: - A Sílvia. Mulher exclama: - A Sílvia! Não! A cidade inteira e você me topa logo com ela?   Ela te viu? Marido: - Viu, claro. Conversou comigo. Mulher: - Disse o quê? Marido: - Perguntou se você sabia que isso estava acontecendo. Mulher: - Sabia que ela ia perguntar...E o que você disse? Marido: - Disse que não...e que se você soubesse ia me matar. Mulher: - Bom, pelo menos foi honesto. Tô quase te esganando. Ah...isso não podia ter acontecido... Marido: - Eu s

Marina Silva, fique esperta!

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Marina Silva, fique esperta!    Semana passada me deparei com uma das estratégias mais sinistras de formação de opinião que já vi na rede. Divulgo, porque acho que a informação é a melhor vacina contra os golpes da internet. Alguém publicou um site ( http://orgulhoverde.com ) que, aparentemente, defende o meio ambiente e a não aprovação do novo código florestal. Aparentemente. Olhando nas entrelinhas, tudo indica que se trata de uma ação obscura e muito bem planejada de marketing viral, plantada para causar inimizades e angariar simpatizantes justamente para o lado contrário: o de quem defende a APROVAÇÃO do novo código. A estratégia mostra a que ponto alguns seres humanos chegam para conseguir formar sua opinião.  Daqui para frente, fique ainda mais cauteloso com o que você encontra na rede. O site defende idéias radicais, meio temidas por quem não gosta muito de ecologista, como passar fome para poupar o planeta, não tomar banho para economizar água, desapropriações em massa no

Sua vida está todinha no Feicebus.

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Sua vida está todinha no Feicebus. Se você optou por morar num condomínio, converse com sua empregada sobre o busão que a traz para o serviço. O ônibus é o centro de troca de informação sobre a vida dos patrões. A sua, a minha, a nossa vida tá todinha aberta e escancarada no Feicebus O sistema de informação é bem organizado e simples. Elas abrem a boca e começam a contar, pra todos ouvirem, inclusive motorista e cobrador, tudo o que acontece dentro das casas que trabalham. Que patrão não paga direito, a filha de quem que tá transando com quem, as neuras das patroas, o ridículo da vida privada, os pequenos delitos, as cenas que observam enquanto varrem e tiram pó. Como nas redes sociais da internet, babado que vira buzz é o sórdido. Portanto, não espere ser poupada. Tem empregada que conta até que “aquela vaca transa menstruada...e eu que tenho que lavar os lençóis”. Tem o lado bom. Elas aprendem muito sobre direitos trabalhistas, discutem salários, trocam receitas, se info

Seu filho acha a escola chata? Ele pode ter razão.

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Seu filho acha a escola chata? Ele pode ter razão. Uma das maiores conquistas da humanidade com a internet foi sair da era da informação hierarquizada e entrar no admirável mundo da informação cooperada. Há bem pouco tempo, você deve se lembrar, a informação vinha de fontes quase únicas: grandes conglomerados que concentravam todo o poder de transmiti-la. E nós, o restante da humanidade, eramos passivos receptores daquilo que eles queriam que soubéssemos. Com a internet tudo mudou. "Power to the people". Qualquer pessoa com acesso a internet e um teclado, pode ouvir e se fazer ouvir. Da mamãe aqui ao William Bonner, passando pela menina na lanrause ao árabe revoltado no norte da África, todos produzem, compartilham e contribuem. E você tem diante de si um universo rico de informação e trocas, nunca antes imaginado. Que está só começando. Este sistema está trazendo mudanças rápidas e profundas nas instituições estabelecidas. Emissoras de TV, políticos, jornais...estã

Castigos escolares

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Castigos escolares Um dos meus filhos nasceu com o senso de moral de um velhinho. É uma criança que sempre nos surpreendeu com tiradas tais como "Pessoal...Fulano não é egoísta. Ele só é o mais novo da nossa classe e ainda não sabe o que é emprestar". Isso quando tinha 6 anos. É companheiro, amigão de todos e fiel cumpridor de normas. Se não pode jogar lixo na rua, não pode. E fica apontando a lixarada na calçada, indignado. Já quis ser escalador de árvores, recolhedor de cães abandonados e agora parou no jogador de futebol. É bom saber que ainda tem uma criança lá dentro. Antes que vocês me achem uma coruja metida a besta, calma...a Dona Vida sempre se encarrega de quebrar nosso salto. Da mesma barriga que este brotou, veio meu outro filhote. Não quero rotulá-lo, mas eu diria que é um pequeno que exige um esforço maior de todos nós com relação ao desenvolvimento da ética e da moral. Desde muito pequeno, sempre deu um jeito de burlar as regras. É do tipo que pede pra

O que podemos fazer?

Semana difícil essa. Dolorida e infelizmente gravada para sempre e de uma forma cruel na memória coletiva. Enquanto todos correm para lá e para cá, buscando uma explicação que ao menos explique a brutalidade da tragédia (ela existe?), um grupo de mães se organizou e escreveu uma carta sobre nosso papel nessa sociedade tão complexa e tão precisada de gente do bem. Não participei da redação da carta. Mas me identifiquei e me senti no dever de retransmiti-la. Fiquem todos a vontade para também passar adiante ou publicar. Um beijo e paz! P.S: caso opte por publicar no blog, linque no endereço: http://futurodopresente.com.br/blog/index.php/2011/04/carta-aberta-as-maes-e-pais/ Que futuro terão nossos filhos?              Ana Cláudia Bessa -  www.futurodopresente.com Cristiane Iannacconi -  www.ciclicca.blogspot.com Letícia Dawahri Luciana Ivanike -  www.lucianaivanike.blogspot.com Monique Futscher -  www.mimirabolantes.blogspot.com Renata Matteoni -  www.rematteoni.wordpress.

Bullying em escolas particulares fere o código do consumidor. E nas públicas?

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O tema bullying continua dando o que falar. A  Adriana  encaminhou dois linques com notícias recentes. O primeiro é sobre uma escola particular no Rio de Janeiro, condenada a indenizar em 35 mil reais a famíliade uma menina vítima de bullying.  Clique aqui para ver a notícia no uol. A sentença foi baseada no código do consumidor: pais e escolas tem uma relação de prestação de serviço. O juiz entendeu que mesmo que o ato tenha sido praticado por crianças, dentro da escola o aluno está SOB RESPONSABILIDADE dos educadores. Eles precisam garantir a integridade física e psicológica de todos. Não sei se comemoro ou lamento. A decisão do juiz reafirma o que nós mães temos discutido e divulgado em nossos blogs: que a escola também tem que se posicionar firmemente contra esta prática e desenvolver ações cotidianas para minimizá-la. Ao mesmo tempo lamento que um assunto que deveria ser encarado por todos os educadores com uma questão de princípios éticos e morais, esteja sendo lidado co

O jornalismo ajuda a perpetuar omissão da escola com relação ao bullying.

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O jornalismo ajuda a perpetuar omissão da escola com relação ao bullying. O que mais me chama atenção nas recentes matérias que saíram na imprensa sobre o bullying é a ausência de qualquer menção à responsabilidade das escolas. Entrevistam vítima, agressor, pais, especialistas e até famosos, mas ninguém fala sobre a participação dos educadores no combate a este grave problema. Clique aqui para ver as reportagens do Fantástico e do Jornal Nacional .  Pior ainda. No caso do menino australiano que reagiu a um suposto bullying e virou herói, criou-se a falsa impressão de que a melhor forma de resolver o bullying é a vítima reagir com agressividade. Claro que ele tinha todo o direito de se defender. Mas achar que é assim que se combate o bullying denota não apenas uma compreensão equivocada do problema, como transfere à vitima a responsabilidade por solucioná-lo. Com o agravante de  perpetuar a omissão por parte dos adultos que deveriam estar supervisionando aquelas crianças. Casey Ha

Mamãe controladora - da série "Histórias Deliciosas de Mãe"

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Mamãe controladora - da série "Histórias Deliciosas de Mãe"   Era daquelas mães precavidas, que sempre tem antitérmico e agulha na bolsa. Tinha uma   necessidade patológica (como ela mesmo descreve) de ter as coisas sob controle. Acordava com tudo programado, das atividades dos filhos ao cardápio do almoço, lanche e jantar. Detestava quando algo saia fora do esperado. O filho queria muito um cachorro e perguntou se não podia ficar com a pudou da tia. A tia já havia concordado. Por não ter criança na casa, a cachorrinha era muito solitária. E a bichinha adorava o menino. A mãe negou. Preferia um cachorro grande. Optou por um rótivailer. Pesquisou criadores e foi atrás do mais gabaritado e caro. A cadela veio de longe e chegou chipada, com todas as certificações possíveis e um pedigree cuja linhagem faria inveja à familia real britânica. A paixão foi imediata e o menino não falou mais da pudou. O tempo foi passando e a bolinha gorducha crescendo. Mas crescendo pouco. Muito

Princesinhas briacas

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Princesinhas briacas A Cereser, um dos maiores fabricantes de bebida alcoólica do país, está lançando um produto para crianças que tem cara de champanhe, bolhinhas de champanhe, rolha de champanhe, estoura como champanhe, mas não é champanhe. É um suquinho frisante, desenvolvido para as crianças fingirem que estão tomando...adivinha o quê?! Do ponto de vista mercadológico, um dos principais objetivos de se lançar produtos adultos em versão infantil (ou adolescente) é formar e fidelizar novos consumidores. Mais do que lucro imediato, a indústria busca investir nos mercados futuros. Por quê? "Old habits die hard", como diria o Mick Jagger. Velhos hábitos são difíceis de serem mudados. A indústria aposta que, uma vez desenvolvido o hábito de consumo daquele produto, principalmente na infância, dificilmente o consumidor deixará de consumi-lo na vida adulta. As lembranças da infância tem forte ligação emocional e afetiva e o produto passa e fazer parte delas. É por isso que