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Mostrando postagens de maio, 2010

Duas mães.

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Duas mães. O filho pequeno se queixou que havia uma regra na classe que o aborrecia muito. Não podia mais trocar lanche com o colega. E morria de vontade de fazê-lo. A mãe explica que se ele era contra uma regra, deveria manifestar sua opinião e tentar mudá-la. Depois de discutirem estratégias, resolvem escrever um bilhete a ser encaminhado à professora. O pequeno dita, a mãe escreve. Ambos assinam. O bilhete, chega às mãos da professora, que resolve lê-lo em voz alta para a turma. Percebe que a insatisfação com a tal da regra era generalizada. Faz uma votação e os baixinhos derrubam a proibição por unanimidade. A troca de lanche estava liberada, dentro de novas regras combinadas ali mesmo. O menino volta para casa exultante. Tinha se manifestado e conseguido uma vitória significativa contra algo que discordava. Mãe e filho comemoram a conquista. Na outra casa, a menina conta, feliz da vida, que agora podia trocar o lanche. A mãe se aborrece. É daquelas que fazem questão de uma aliment

A culpa é da mãe.

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A culpa é da mãe. Quando eles são bebês e choram pedindo colo, a culpa é sua porque acostumou mal. Quando eles comem errado, a culpa é sua por não ensinar a comer direito. Quando saem mulambos, a culpa é sua porque não vê como as crianças estão vestidas. Se saem arrumadinhos demais, a culpa é sua por não deixá-los a vontade. Se vão mal na escola, a culpa é sua por não acompanhar. Se xingam, você não bota limite. Se sentem sono, faltou disciplina. Se apareceu cárie, você deixou comer porcaria. Se resfriou, é porque você deixa andar descalço. Se dão piti, falta pulso. Se a doença rescindiu, você não cuidou direito. Se pegou o carro escondido é falta de impôr respeito. Se engravidou a namorada, é porque você não colocou juizo no feijão. Aí um dia, por incrível que pareça, eles sobrevivem a nós e crescem. Viram gente grande. Lindos, donos dos próprios narizes, funcionários de bancos, pais e mães de família, autores de novela. E quando você acha que, finalmente, a vida começa a lhe fazer ju

Maridos e presentes, a saga continua.

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Para quem deu risada no ano passado, com o texto sobre presentes de marido para o Dia das Mães (os comentários são mais engraçados ainda), prepare-se pois, eles se superam a cada ano. A primeira mãe, no seu Santo Dia, ganhou uma faca. Não era uma faca qualquer. Era uma faca artesanal, francesa. Meio faca, meio canivete. Excelente para uma réplica de Ramba chique. Olhou para o marido com cara de interrogação. Quem colecionava facas daquele tipo era ele. Depois de um tempo veio a explicação. Ele tinha se deparado com uma oferta incrível. Mas a loja só vendia o conjunto com 3 unidades. Ele arrumou alguém que comprasse 1 delas. A outra ficou com ele. E a terceira, ele deu pra ela no Dia das Mães. Ela respirou fundo e aguardou. No Dia dos Pais, comprou-lhe uma panela de pressão. A amiga alertou: - Ele vai te dar uma panelada na cabeça! A resposta veio rápida: - Ele que tente! Eu tenho uma faca! === A segunda mãe já tinha ficado a ver navios no seu Dia. Esse ano, resolveu

Essa escola me pertence?

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A apropriação do espaço escolar. Outro dia, assisti a uma palestra de um arquiteto sobre a apropriação do espaço público pela população. Ele contava da experiência de Curitiba em revitalizar áreas degradadas, a partir do envolvimento dos moradores. O resumão da ópera é que só há uma ocupação sadia ou a revitalização de uma área, quando os moradores se apropriam do espaço, utilizam e zelam por ele. O raciocínio é simples. Quando os habitantes se sentem "donos" de uma área, ou seja, quando entendem que aquele espaço também lhes pertence, a relação com a região muda completamente. Diminui a sujeira, o vandalismo, a criminalidade, aumenta a sociabilização, a organização e a qualidade de vida de todo o entorno. O aprendizado da palestra me fez pensar no espaço escolar. Quantas vezes a escola falha em fazer o aluno se sentir pertencente à aquele espaço? E isso não se aplica apenas às escolas de periferia. São várias as escolas particulares que não estimulam e até dificultam esta re