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Mostrando postagens de agosto, 2009

"Mãe, por que eu tenho que desligar?"

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Para os pais interessados em uma abordagem criativa e muito inteligente do problema da "geração monitor" , sugiro uma sessão em família do filme Wall-e (já saiu em DVD). Wall-e é um filme infantil diferente. Não tem muita ação, nem diálogos. Mas é lindo, comovente e absurdamente atual. Imperdível para quem quer discutir com crianças (e adultos) questões sobre sustentabilidade, consumo excessivo e qualidade de vida. A história se passa no futuro, com a humanidade vivendo fora da Terra porque o planeta está tomado pelo lixo. Nos transatlânticos interestelares, seres humanos obesos e quase sem musculatura, passam o tempo todo sentados diante de um monitor. Conversam muito, mas sempre com a tela. Nunca ao vivo. Ninguém olha para o lado, para fora ou para o outro. Ninguém percebe o céu, as estrelas ou mesmo a maravilhosa piscina da nave espacial. Todos vivem conectadíssimos e, ao mesmo tempo, alheios a tudo. Inclusive a si próprios. Parece deprê, mas todos estão muito confortáveis

Crianças eternamente plugadas.

Li uma notícia de arrepiar. Um estudo britânico calcula que as crianças e adolescentes de hoje passam cerca de 10 horas por dia diante de algum monitor, seja tv, videogame, celular ou ipod. É a chamada "Geração Monitor". (Clique aqui para ler a matéria sobre o estudo.) Um dia tem 24 horas. Se descontarmos as horas de sono e de escola, percebemos que estas crianças passam o restante do tempo olhando para uma telinha. É um fenômeno, no mínimo, assustador. A tecnologia é extremamente sedutora. Nós mesmos, pais e mães, muitas vezes nos conectamos mais do que devíamos. E se, para nós, adultos, com freios e filtros desenvolvidos, é difícil resistir ao doce canto da cibersereia, imagine para as crianças. Confesso que me sinto meio impotente diante do fenômeno. Aqui em casa tento impor limites ao uso de tais equipamentos, mas muitas vezes os limites são ultrapassados. Ou por comodismo meu e do meu marido, ou por cansaço, ou por não querer ser tão "generala" - sou eu quem g

Cobrando o produto que a escola me vendeu.

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Uma escola particular é um negócio. A educação é o produto que eles vendem. Quando visitamos uma escola, somos informados das propostas pedagógicas ali praticadas, isto é, de como é o produto deles. Ao matricularmos nossos filhos, estamos comprando o tal produto. E esperamos que ele nos seja entregue como foi prometido, certo? Quando uma escola "vende" uma determinada proposta pedagógica aos pais e não a entrega, se porta como um vendedor que oferece um carro com tração nas 4 rodas, mas na verdade o carro tem tração só em 3. Funciona? Pode até ser. Mas não foi isso que eu comprei. Essa introdução é necessária, para que todos entendam que o discurso precisa condizer com a prática. Do porteiro ao diretor, toda a equipe escolar precisa estar ciente do que está sendo vendido aos pais e trabalhar sintonizada. Nas minhas inúmeras visitas a escolas ouvi discursos convincentes de coordenadoras, grandes conhecedoras de teorias educacionais. Mas, eu sempre pedia para visitar as salas d

O menino que perdeu seu gato.

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Ao voltarmos das férias da gripe, tivemos a triste notícia do desaparecimento do Tóbi . Achei que meu caçula, em particular, ficaria bem abatido, mas ele me pareceu tranqüilo. Foi dormir e no dia seguinte disse que ia sair pra procurar o gato. Tinha nas mãos uns folhetos e cartazes que ele e os irmãos desenharam da primeira vez que o Tóbi sumiu. Fui com ele, meio ressabiada, meio comovida. Sabia da dificuldade que seria encontrar o gato, que já estava sumido havia uns 10 dias. Imaginei também o pouco caso dos moradores do condomínio. Ao mesmo tempo, não tinha coragem de desanimá-lo. Me armei com uma fita crepe e lá fomos nós, à procura de Tóbi. Eu fiquei encarregada de pregar os cartazes nos postes. Ele de distribuir folhetinhos nas casas e falar com as pessoas. E como falou. Meu filho é uma criança "dada". Mas nunca imaginei que fosse tanto. Abordou todas as pessoas que viu na rua, bateu nas portas, parou ciclistas e motoqueiros. Entrou na padaria do bairro, falou com todos,

Filme bom em cartaz.

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Ontem segui a dica da Lígia Mostazo, do blog da Lígia e fui ver um filme maravilhoso: À Deriva, do Heitor Dhalia. Adorei. É um filme de uma delicadeza extrema, que me fez refletir sobre coisas que eu guardo nas profundezas e que, de repente, ficaram "à deriva". Algo meio parecido com o que senti quando assisti "Beleza Roubada" do Bertolucci. Só que naquela época não era mãe, portanto, as sensações foram outras. À Deriva é um filme sobre família, relacionamentos e escolhas. Me impressionou muito o papel da Debora Bloch, linda, verdadeira e de cara poderosamente limpa. É raro ver uma mãe assumindo que nem tudo são flores e que mesmo amando intensamente nossos filhos há momentos em que sucumbimos. E como... O filme também retrata a descoberta, pelos filhos, de que os pais são absolutamente humanos. Que também erram, amam, têm desejos, ficam perdidos. E que essa descoberta, apesar de dolorida, é benéfica. Bom saber que pais não são totens. Há muitas outras leituras e u

Um jeito simples de reusar a água.

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Hoje as crianças retornaram às aulas. E eu retorno oficialmente ao teclado. Meio preguiçosa, ainda sob os efeitos do recesso prolongado e com uns 200 emails não lidos (fora os já deletados). Portanto, mil perdões se volto meio sem jeito. Tô pegando no tranco. Hoje eu vou lincar aqui uma dica superlegal da Carol Daemon, do blog A Menina do Dedo Verde , sobre reuso da água da máquina de lavar roupa. A "lavarroupa" é uma das vilões do consumo de água. Há alguns anos eu reuso esta água através de um jeito supersimples: coloquei dois baldes de lixo, de 100 litros ao lado da máquina de lavar, e na hora de drenar a água, dreno nos baldes. A primeira água, vem bem suja e com sabão. Esta é boa para lavar quintal, calçada, garagem e descargas (locais onde não há problema ficar um pouco de "resíduo" de sabão). A segunda carga de água, do enxágue, é mais limpa, serve para limpar chão, lavar banheiro etc. A minha Brastemp, que comprei desavisada nos meus tempos pré-consciência e

Gripe suína e homeopatia

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Essa dica veio de uma senhorinha, com mais de 90 anos, que viveu no Rio de Janeiro, durante a gripe espanhola. No auge daquela terrível epidemia, seu pai preparava uma mistura de medicamentos homeopáticos e distribuía em garrafas para a população, que fazia fila na porta da casa dela em busca do composto. O que ia na mistura: água, gelsemium e eupatorium. Conheço bem o gelsemium. É um poderoso antigripal. O Eupatorium eu conheço menos, mas sei que é usado nas infecções e é um dos componentes do eficiente composto homeopático antidengue. A senhorinha sugere que usemos a mesma combinação contra a gripe suína. Faz todo sentido. Mas antes que eu seja processada por exercício ilegal da medicina, sugiro que você consulte seu homeopata e discuta com ele a dica. Mesmo porque, ela não se lembra da dosagem. Sei que tal composto (ou pelo menos o Gelsemium) pode ser usado como preventivo de gripe. Portanto, se você, como eu, acredita em duendes e em homeopatia, invista na dica da senhorinha e cons

Está difícil dormir.

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Estou acordando devagar da minha necessária hibernação. Foi um período muito bom, mas confesso que precisei me esforçar diversas vezes pra não voltar rugindo pro teclado. Julho foi um mês bem tumultuado e muita gente veio me cutucar. Primeiro foi o Lula quando afirmou que a paixão do brasileiro é o carro e que é dever do governo facilitar esta compra. Com isso anunciou 2 bilhões de incentivos para a agonizante GM. Não vou entrar no mérito de salvamentos pirotécnicos governamentais para empresas americanas falidas, nem no absurdo que é motivar o povo a enfiar mais carros na rua em pleno aquecimento global. Entro no mérito de um presidente que de vez em quando parece esquecer que dirige uma nação e se comporta como um eterno companheiro metalúrgico. Depois veio o Serra, o governador de São Paulo, dando por certa a ampliação o porto de São Sebastião. E sabe a que preço? Vão aterrar o Mangue do Araçá para virar depósito de containers! Uma área importantíssima de preservação do nosso litora