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Mostrando postagens de março, 2010

Meu filho está pronto?

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Meu filho está pronto? Ontem surpreendi meu filho, de 11 anos, atravessando uma avenida de maneira bem imprudente. Foi uma coincidência daquelas que só Deus explica. Eu passava no local, quando vi alguém correndo na frente dos carros. Descobrir que aquele alguém era meu menino, foi como levar um soco no estômago. "Como assim?! Mas faz 11 anos que a gente te ensina a atravessar a rua com cuidado?! Você sabe como deve ser, você sabe do perigo!" Passado o susto, veio o "pensativo" (ele nunca me abandona). Fiquei me questionando se não havíamos dado autonomia a ele cedo demais. Mas atravessar a rua foi algo que nunca imaginei que ele fosse se arriscar. Ensinamos tanto. Recomendamos tanto. Demos exemplo. Somos do tipo que só atravessa na faixa, que espera os carros passarem, que olha para os dois lados. E eu conheço meu garoto. Ele nunca foi imprudente. Achei que, neste assunto, estávamos seguros. Até ontem. Hoje acho que nós, pais, nunca estaremos 100% seguros com rela

"Mamãe, quero ser sexy!"

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Uma das técnicas mais vis de se expandir o mercado de necessidades surreais, isto é, aquelas que não precisamos mesmo , é adultizar a infância e infantilizar os adultos. Essa teoria foi exposta por Benjamim Barber no 3º Forum Internacional Criança e Consumo . Difícil contestar. Crianças infantis consomem menos. Agora, uma menininha "putinha" - com total respeito ao leitor e uma raiva muito grande dos (ir)responsáveis - consome maquiagem, salto alto, cremes, bolsas, parafernálias eletrônicas, acessórios, roupas etc, etc, etc. Os meninos também estão na mira. Tênis de grife, bonés, agasalhos, correntes, aipodes e aifones, videogueimes, academias, brincos, eletrônicos em geral e etc. E as mensagens de que eles precisam se portar como adultos é passada bem debaixo do nosso nariz. Já parou para assistir a programação infantil? As crianças mostradas se vestem como adultos, se maquiam como adultos, falam e agem como tais. Tem bandas de rock, namoram, são empresários, sacaneiam, são

Criança e consumo

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Criança e consumo. Semana passada, participei, em São Paulo, do 3º Forum Internacional Criança e Consumo , organizado pelo Instituto Alana. Um evento para debater este tema, por si só, já é uma grande conquista. Numa sociedade onde consumir é sinônimo de "progresso" e de "subir na vida", chama atenção o fato de existir um grupo cada vez maior de pessoas levantando a mão para perguntar se tem mesmo que ser assim. O debate sobre o consumo é polêmico. E se torna mais caloroso ainda sob a ótica da infância. Talvez porque envolva muitos agentes: pais, educadores, publicitários, emissoras de tv, fabricantes, governantes, lojistas, parentes, psicólogos. A lista é longa, somos todos guardiões das próximas gerações. E quando há muita gente para culpar, quase sempre esquecemos de apontar o dedo para o nosso umbigo. Como mãe e publicitária, conheço bem os dois lados da moeda. O lado de lá bota nos pais toda a responsabilidade por "filtrar" as mensagens que chegam às

"- Mãe, por que tem dia da mulher e não tem dia do homem?"

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"- Mãe, por que tem dia da mulher e não tem dia do homem?" Porque comprar batom é bem mais divertido que comprar cueca. Porque as mulheres são flores e homens nabos. E você já ouviu falar de fazer festa pra nabo? Porque mulher depila e qualquer ser que faça isso consigo próprio merece ser canonizado. Porque ser mulher é bem mais divertido do que ser homem. Mulher vai em grupo pro banheiro, usa salto, pinta a unha, faz chapinha e compra na Marisa. Porque mulher vive numa eterna luta pelos seus direitos e os homens só precisam lutar pelo direito de assistir aos jogos do Brasileirão de graça no canal aberto. Porque mulher dança e segura a criança. Homem chega em casa cansado demais pra ir ao baile. Porque quando a mulher não tem quem pegue o carro no mecânico, o filho na escola ou o remédio na farmácia, ela se vira. Quando o homem não tem quem pegue a cerveja na geladeira, ele se casa. Porque mulher chora com gracinha de filho, final de novela e bronca do chefe. Homem só chora q

Mamãe e a perereca.

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Mamãe e a perereca. "- Olha filho, uma perereca! Ali...no cantinho. Que linda, vamos pegá-la? Traz pra mamãe aquele copinho...isso, devagar pra não espantá-la. Devagar...pegamos! Ai que fofa! Que cor é a perereca? Vermelho não, filho. Ela é verde. Não é bonitinha?! Ela sabe nadar, quer ver? Vamos soltá-la na lagoa! Papai, vovô, venham! Nós vamos soltar a perereca no laguinho! Isso, filho...leva até o laguinho e solta. Cuidado pra ela não fugir. Isso, tchau perereca! Pessoal, vamos bater palma pra perereca nadando. Olha...um peixe! Nossa! Que é isso?! O peixe engoliu a perereca! Não nenê, não chora! O quê? Não...a mamãe não consegue pegar o peixe e abrir a barriga dele. Papai, faz alguma coisa. Não...explicar o ciclo da vida não vale. O menino nunca mais vai comer peixe. Ai, Senhor, e pensar que a bichinha estava vivinha, até eu capturá-la. Vocês estão rindo do quê? Não estão vendo que eu e o nenê estamos sofrendo com essa situação? O que?!...a perereca tá sofrendo mais ainda?!! Eu