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Mostrando postagens de maio, 2012

Nossos filhos e a avaliação escolar - Parte I

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Nossos filhos e a avaliação escolar - Parte I Uma vez ouvi de um estudante sueco que lá eles não colam nas provas. Na época revirei os olhos. Para uma universitária como eu, nascida em um país da turma do fundão, não colar soava como o cúmulo da inocência escolar. O estudante completou: "Colar é enganar a si mesmo. Por que você faria isso?" Essa frase ecoou anos na minha cabeça até que eu pudesse entendê-la. Mais ainda, pudesse entender porque lá eles pensam assim e aqui achamos que estamos apenas enganando o professor ou o sistema. Para compreendê-la, precisei primeiro de abrir mão de alguns conceitos errôneos e preconcebidos. Confesso que levei anos para entender que não se trata de um povo puro, correto, íntegro versus a malandragem gersoniana brasileira. Não somos coladores natos, nem enganadores desde a mais tenra idade. Somos muito mal avaliados! O sistema de avaliação da maioria das nossas escolas nos estimula a tentar burlá-lo. Explico: avali

Onde, senão na escola?

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Onde, senão na escola?  O "paraíba vagabundo" vira um brasileiro como eu A "bicha que merece uns tapas" se transforma apenas num cara diferente de mim O "neguinho safado" vira ser humano e meu mano Perco o medo de quem é diferente e com isso viramos todos iguais Onde, senão na escola?  Deixo de temer quem não teme o meu Deus A palavra "nosso" ganha um significado muito além do que ensina a gramática Descubro que nem toda mulher apanha como a minha mãe Aprendo outras formas de resolver problemas sem ser "enfiando a mão na fuça daquele filho da puta" Onde, senão na escola? Entendo que escutar é tão importante como falar Descubro que tenho uma voz e aprendo a usá-la Deixo de ser o filho especial e passo a ser só mais um aluno Observo que o comportamento que tenho em casa nem sempre funciona com meus colegas e professores e com isso mudo. Se não é na escola, onde é?  Al

Meu filho come com as mãos.

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Meu filho come com as mãos. Meu filho adora botar os dedinhos na comida. Catar os grãozinhos de arroz, os pedacinhos de bife, as florzinhas de couve-flor, a poeirinha da farofa. Já tentei fazê-lo usar os talheres, mas vi que ele não sentia tanto prazer e nem comia tão bem como quando se alimentava com as mãos. Decidi então jogar fora o manual da mãe aplicada e deixei-o seguir comendo no módulo um, dois, três indiozinhos. Mais tarde descobri que uma das maiores especialistas em desvio alimentar infantil, a Dra. Gill Harris, recomenda deixar que os pequenos comam com as mãos desde o primeiro momento em que se introduz os alimentos, para que sintam a textura, a temperatura, se dessensibilizem e percam o medo dos alimentos. Os talheres estão sempre ali pertinho sobre a mesa. Mas é com os dedinhos que ele vai esvaziando o prato e enchendo a barriguinha. O curioso é que aos poucos, ele foi entendendo por si próprio que há lugares em que esse ato não é apropri