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Mostrando postagens de outubro, 2009

Minha composteira mambembe.

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Já que o assunto é lixo, encerro a semana com compostagem doméstica. Tenho uma amiga querida, que mora em Los Angeles, que hoje é Pro em compostagem. Ela sempre me estimulou a fazer compostagem, afirmando que é muito fácil e não toma tempo. Me enviou até um livro "Easy Composting" com dicas ótimas para quem está começando. O primeiro problema que enfrentei foi a escolha da composteira. Na internet há milhares de modelos e o livro ensina outras tantas. Eu tinha três requisitos: gastar pouco ou quase nada, ser simples de lidar e não ser muito aberta para não juntar bicho perto de casa. Resolvi a questão reaproveitando um tambor de metal, sem boca e sem fundo (tomei o cuidado de pegar um tambor que não armazenou produtos tóxicos). Coloquei o tambor diretamente sobre a grama e nele deposito minhas sobras de frutas, verduras, talos, cascas de ovo, pó de café, etc. Depois cubro com folhas secas, serragem ou mesmo com o jornal que fica embaixo do galinheiro. Deveria mexer diariament

Lei de Responsabilidade Ambiental

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Lei de Responsabilidade Ambiental. Em julho, visitei Ribeirão Preto, SP e fiquei chocada com a quantidade de lixo nas ruas. Papelão, sacos plásticos, folhetos de propaganda, pets, latas, caixotes quebrados e até um sofá velho vi jogados no calçamento e nas praças do jardim Mosteiro e da Av. Treze de Maio. Isso sem falar na completa falta de regras para placas e autidóres (mobiliário urbano). A minha querida cidade natal é uma das mais poluídas visualmente que conheço. Semana passada passei em frente à escola João Cursino de São José dos Campos, SP e fiquei chocada com a quantidade de lixo na calçada e no lado de DENTRO dos portões da escola. Neste final de semana, visitei o bairro do Capricórnio, em Caraguatatuba, litoral norte de SP e fiquei prá lá de chocada com a quantidade de lixo nas ruas. Lixo de consumo e entulho de obras. As simpáticas vielas de areia deste bairro estão tomadas por sujeira. E no mercadinho local há um cartaz alertando para o surto de escorpiões e aranhas

Crianças Foie Gras

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Vamos observar dois gansos. Um deles foi criado solto no campo. Não é muito grande, mas é ágil, rápido e tem a saudável musculatura de uma ave que cresceu nadando na lagoa, perseguindo insetos e correndo de um lado para outro com seu bando. O outro é uma ave bem maior e vistosa. Porém se olharmos de perto percebemos que é meio disforme, estufada, desajeitada. Foi criada na gaiola para virar foie gras. Desde pequeno, seus cuidadores enfiaram-lhe comida goela abaixo para que crescesse rapidamente e virasse um excelente patê. Nunca correu pelo terreiro. Nunca teve oportunidade de explorar um formigueiro. Nunca se divertiu em capturar um peixinho na lagoa. Sua vida sempre foi receber ração e digeri-la rapidamente para conseguir suportar a próxima refeição. Fiz essa analogia, depois de ouvir um relato de uma amiga sobre dois jovens que conheceu em um curso de inglês. Eles estudam em uma dessas escolas que despejam conteúdo sobre crianças e adolescentes, como se as preparassem para serem moí

Para os alfabetizadores, com carinho.

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Este texto foi escrito com o objetivo de ser publicado no dia do professor. Para variar, eu acabei me perdendo com as datas e ele sai hoje, atrasado. Espero que as professoras me perdoem por mais essa. Dona Wilma foi professora da Prefeitura de São Paulo e trabalhou a vida toda nas séries iniciais de alfabetização. Por opção. Ela adorava alfabetizar. Conheci-a quando já estava aposentada, mas me lembro do carinho e do entusiasmo com que ela conversava sobre seu tempo de ensino. Ela ria quando dizia que seu negócio era sala de aula. Recusou todas as propostas de transferência para um trabalho mais burocrático. E levou muita reprimenda porque se recusava a "soltar" os alunos para participar de reuniões internas. Se queriam conversar, dizia, que fosse em outro horário. Ela tinha uma aula a dar e levava isso a sério. Não me lembro, nas nossas conversas, de ouvi-la falar mal dos pais, do sistema, das condições, dos colegas, do que fosse. O assunto era sempre os alunos. Mesmo depoi

Vamos falar de caligrafia.

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Já escrevei que sou contra os exercícios sistematizados de caligrafia. Já fui bem mais, de ir à escola questionar o procedimento e etc. Hoje convivo melhor com eles. E até entendo - pero no mucho - onde se quer chegar. Mas, caligrafia ainda é algo polêmico. Tem mãe que se aborrece com os bilhetes da professora pedindo mais capricho na letra. Tem outras que acham que a escola não ensina a ter a letra bonita, como antigamente, e que deveriam dar mais exercícios de caligrafia. Para chegarmos a uma conclusão, precisamos compreender a função da escrita. Por que escrevemos? Para nos comunicar. A principal função da escrita é passar uma informação a outro. Ou para nós mesmos. E, como todo tipo de comunicação, quanto mais clara, mais fácil é compreender a mensagem. Por exemplo, é muito chato escutar uma rádio com chiados. Ou ver TV com fantasmas. Com a escrita, funciona da mesma forma. Porém, poucos se dão conta que a "clareza" na comunicação escrita não é obtida apenas com a letra

Essa escola existe.

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Ontem visitei uma escola diferente. Onde as crianças estudam a luz e aprendem a acender as estrelas. Ontem, descobri que é o Sol o ratinho que come a Lua. E que, para virarmos super-heróis, só precisamos ser humanos. Ontem, meninos me mostraram retratos urbanos escondidos na pobreza das favelas e nos muros do condomínio. Vi crianças correrem atrás de foguetes, como se estes fossem balões. E observei um carro que não solta fumaça para rodar pelo chão. Nesta escola, canos tocam música e o piso é macio, sente-se o doce da musse e o perfume do alecrim. Ontem, perdi 50kg com o verdadeiro regime da lua. Plantei margaridas e aprendi que não é no supermercado que brota a vida. Ontem, uma minicidade me transformou em gigante voyer. E vi um prédio de palitos começar a se erguer. Enxerguei coisas do tempo da vovó. Do meu tempo e do que virá. E me emocionei muito com o que vi. Ontem, visitei uma escola diferente. Que não tem professores, apenas sonhadores. E saí de lá, como a maioria dos seus alun

"Pensativos" e um vídeo divertido para o final de semana.

Esta semana, recebi dois textos que me deram muito o que pensar. Um é um relato muito sincero e humano da Hegli , sobre sua experiência como professora em uma escola pública estadual. Essa instituição tão falada, tão temida e tão desconhecida por todos nós. A Hegli arregaçou as mangas e neste texto conta como está sendo a experiência e como ela está mudando sua vida. Clique aqui ler "Prefiro ser uma metamorfose ambulante" . O segundo texto é para ler com calma e preparada para levar um soco. Pelo menos foi o que senti. Um choque de realidade. Enviado pela Silvia Schiros , este texto narra um episódio de bullying sofrido por uma menina, em um colégio de elite de São Paulo. A partir deste episódio, Eliane Brum, a autora, questiona várias coisas, como filhos criados por babás (as chamadas crianças terceirizadas), a opção por colégios particulares, os valores da nossa sociedade e a cruel e devastadora desigualdade que vivemos. Clique aqui para ler "Entre os muros da outra