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Mostrando postagens de março, 2009

A ilusão da reciclagem.

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Sempre fui fã ardorosa da reciclagem. Aqui em casa separar o lixo útil é um hábito incorporado no nosso dia-a-dia. Mas esta semana, alguns fatos me fizeram rever completamente esta postura. Explico. Aqui, em São José dos Campos, há um sistema municipal de coleta de lixo reciclável. Esta coleta funciona bem. O caminhão da prefeitura passa 3 vezes por semana na minha porta e recolhe tudo o que separamos. Neste quesito, sem dúvida, estamos à frente de muitas de cidades brasileiras. Infelizmente. O problema vem depois. Esta semana, conversei com duas pessoas que visitaram o local onde é feita a separação do lixo útil e ambas me deram a mesma informação: é alta a quantidade de material reciclável que é descartada na separação e vai parar no aterro comum. Há vários motivos - a população ainda não sabe separar o lixo, o caminhão compactador danifica o lixo útil e acaba dificultando a separação, embalagens muito sujas, as luvas grossas dos selecionadores impede que pequenos pedaços de plástico

Coitado do coelhinho da Páscoa.

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Hoje, ao abrir meu navegador aparece um banner de um fabricante anunciando ovo de páscoa "com pouco açúcar, colágeno e fibras". Tentei ignorar, como faço com 99.9% da propaganda que surge na tela do meu micro, mas dessa vez não deu. Fiquei imaginando a quem interessaria um ovo marombado desses. E me deu muita pena do coelhinho da Páscoa. Antes, era simples. Ele fazia deliciosos ovos, embalava com papéis metálicos e coloridos, pendurava no supermercado e pronto. Todo mundo comprava. E se esbaldava. Não sei de onde veio a idéia de "diversificar" a produção, (provavelmente, o coelho contratou algum marketeiro) mas de uns anos para cá, além dos ovos básicos (difíceis de encontrar) ele começou a fabricar as versões diet, light, branca, crocante, recheada com guloseimas açucaradas e cheias de gordura trans, brinquedinhos e outras tranqueiras. E o que é pior, pagando royalties para as Meninas Superpoderosas, os Padrinhos Mágicos e a Liga da Justiça. O negócio foi ficando

"Por favor, mãe..."

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Uma grande amiga me ligou: "Oi, quer adotar um cachorro?" "Ah, não sei. Quer dizer...quero, mas só se for filhotinho, macho e de pelo curto." "Olha, é fêmea, mas é filhote e tem pelo curto. Na verdade é um casal. Se você ficar com a fêmea, eu adoto o macho. Com a fêmea eu não fico." "Mas é filhote e tem pelo curto?" "Sim." "Ok, eu fico com ela." Quando a Babi chegou a única coisa que batia com a descrição era o sexo. Tinha pelo longo, era adulta e estava prenha. Uma semana depois, além da Babi eu tinha 5 cadelinhas recém nascidas para dar destino. Mas, nos apaixonamos e vivemos 10 felizes anos, juntas. E eu continuei amiga da minha grande amiga. Quando a Babi morreu, meu caçula começou a pedir que adotássemos um gato. Dizem que a humanidade está dividida entre as pessoas que gostam de gato e as que preferem cachorros. Eu, definitivamente, estou do lado dos cães. Mas, mãe é mãe e seis meses depois de insistentes pedidos, vamos

Selinhos, mas não os da Hebe.

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Vou descobrindo aos poucos as delícias da blogosfera. Uma delas são os selos. Um blog passa para o outro, como um pratinho de biscoito numa roda de amigos. Da Vanessa, do Fio de Ariadne, recebi dois. Primeiro veio este: Que devo publicar junto com uma lista de 7 coisas que eu gosto: 1. George Clooney (vinho - tá melhorando com o tempo). 2. Brad Pitt (com Angelina fica ainda melhor) 3. Benício Del Toro (adorável vira-lata) 4. Gael Garcia Bernal (sem palavras) 5. Javier Bardem (queria ter feito uma ponta no Vicky Cristina Barcelona) 6. Ronaldo (fazendo gols no Corinthians é melhor ainda) 7. David Beckham (sem a mala da mulher dele, please!) Indico este selo para o Publiloucos , do Alex Gonçalves, o Olho de Camaleão , da Elis, o LogoBR , do Daniel Campos, Silkelita , da Sil, o Come-se , da Neide Rigo, o Pipocando , da Renata Matteoni e o Sarau Para Todos , que é um blog coletivo. O segundo selo veio no final de semana, também da Vanessa, e alumiou uma segundona braba. Ele está orgulhosam

Sobre mães e bruxas.

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Quando fiz 14 anos, fui matriculada no Anglo, para fazer o colegial. Minha única exigência foi: lentes de contato. Ia entrar oficialmente no maravilhoso mundo da adolescência e me recusava a ir de óculos. Minha mãe entendeu e logo eu estava usando um par de lentes rígidas, de acrílico, daquelas que, quando entrava poeira, era só tirar, lamber e colocar de novo no olho. Eca! Primeiro dia de aula, lá vou eu toda orgulhosa com minhas lentes, ainda em adaptação. Tudo para mim era novidade e eu estava bem intimidada. Última aula, entra um cisco nos meus olhos. Esfrego e uma das lentes cai no chão! Pânico total e absoluto. Tive vergonha de interromper a aula e pedir ajuda. Toca o sinal, aquele bando de adolescentes caminha por onde minha lente possívelmente estava. Desisto de encontrá-la. Vou para casa arrasada, pensando na grana desperdiçada, na bronca e, pior, no dia seguinte ter que ir para a escola de óculos. Meus óculos eram medonhos. Chego em casa chorando e explico o que houve para mi

Hoje é dia de feira.

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Quando eu era pequena, adorava ir à feira com meus avós. Uma das minhas principais lembranças era a forma íntima e carinhosa com que eles se relacionavam com os feirantes. Eram muito queridos por todos e com isso, conseguiam crédito e a melhor mercadoria. Me lembro que o verdureiro escondia a alface debaixo da barraca para que minha avó pudesse escolher as mais bonitas. E no final eu sempre tomava garapa (caldo de cana em ribeirãopretês), servida em cones de papel, e um pastelzinho. Fui crescendo e, aos poucos, me afastando da feira. Entraram em cena os supermercados, os sacolões e outras formas mais "modernas" de comprar frutas e hortaliças, nem sempre tão fresquinhas. Voltei a frequentar a feira há alguns anos. Sou fã incondicional. Adoro o clima de informalidade, a alegria e o colorido das barracas. Além da mercadoria ser melhor e ter sempre mais opções de escolha, lá eu desconto cheque, compro no fiado, sou chamada pelo nome e sempre recebida com festa. Mas, de longe, o

Nossa enorme insignificância.

Recebi este vídeo da Adriana . Com narração do Carl Sagan, retrata a Terra vista do espaço, mas não é aquela visão lindíssima e grandiosa à qual estamos acostumados. O vídeo mostra a Terra vista de longe, muito longe, um pálido ponto azul. Uma poeira no universo. Um quase nada. E ao refletir sobre nossa imensa pequenez, Carl Sagan faz uma declaração de amor emocionante ao planeta e aos seres humanos. Um verdadeiro chamado para cuidarmos melhor do nosso pequeno, porém generoso lar.

Pequenos heróis da resistência.

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Conversando com amigas, constatei algo engraçado e comum a muitas de nós, mães "neuras e naturebas com muito orgulho" : temos filhos que dão nó em pingo d'água para conseguir comer uma porcaria. Meu caçula, por exemplo, chegou em casa outro dia contando que tinha virado amigo de um colega que ele nunca foi com a cara. "Ele é superlegal, mãe. Ele leva biscoito Traquinas de lanche todo dia!". Este mesmo filho tinha o hábito de sempre visitar a vizinha. Eu achava uma graça o interesse dele pela velhinha solitária. Achava até que ele estava substituindo a figura das avós, falecidas. "Mãe, eu amo esta vizinha!" Até que descobri que ela mantinha uma caixa de bombons sempre cheia, reservada para ele sobre a mesa. O outro, menos interesseiro, descobriu o paraíso: o potão onde os alunos compartilham o lanche que não vão comer. Ele sempre dá uma olhada para ver se não descola uma bolacha recheada ou um Todinho. Mas a glória mesmo é o dia que sobra um bolinho Ana

Para discutir sustentabilidade com crianças

Este comercial argentino é um bom gancho para uma conversa sobre atitudes individuais de sustentabilidade com crianças. Ele mostra de forma bem concreta que todos somos responsáveis pelo meio ambiente e que precisamos rever nossos hábitos, mesmo os mais inocentes, se quisermos viver em um planeta saudável para todos os seres vivos.

Dona da Verdade

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Após repetidas queixas da filha, a mãe decide falar com a professora. A conversa não seria fácil. A professora era nova na escola e defenderia com unhas e dentes seu ponto de vista e seu novo emprego. A mãe estava disposta a ser amigável mas, se necessário, endureceria. Educação é algo muito sério e é preciso ficar atento. Na manhã anterior ao encontro, reviu mentalmente seus argumentos. Simulou diálogos e respostas para as mais diversas reações e justificativas vindas do outro lado. Chegou à escola armada para derrubar toda e qualquer argumentação da professora, da coordenadora ou do porteiro. Era a "dura de matar" em carne, osso e pele de mãe. Entra na sala e é recebida por uma pessoa distante da descrição feita pela filha. A "inimiga" é pequena, sorridente, simpática até. Mesmo assim, a mãe mantém uma reserva intimidante. Se for necessário ir pra briga, melhor não ficar de gracinhas. De repente, a professora começa a falar e a mãe se vê diante da única possibilid

Freecycle - uma idéia simples e sustentável

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O Freecycle é uma rede de relacionamento entre pessoas interessadas em doar objetos que não usam mais e pessoas interessadas em recebê-los. Funciona simples assim: alguém que queira doar algo manda uma mensagem dizendo: "Estou doando um fogão 4 bocas". Quem quiser o fogão entra em contato com o doador, retira e uma coisa a menos vai para o lixão. Pode-se também publicar mensagens procurando coisas, como latas de nescau para artesanato, determinado livro ou uma cadeirinha de automóvel para criança. O objetivo é ajudar a galera a se livrar da tralha (que todos temos e entulha nossa casa), evitar o consumismo através da reutilização de objetos, evitar que coisas boas parem no lixão e praticar a solidariedade. Existem grupos do Freecycle em várias cidades brasileiras. Cadastre-se no da sua (ou crie um grupo nela). E bota a tralha pra circular! www.freecycle.org/

Alimentos melhores para nossos filhos já!

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O proteste criou uma petição que será encaminhada ao Governo, pressionando a aprovação de um projeto de lei que regulamenta a fabricação de produtos alimentícios para crianças. Clique aqui para ler o projeto e assinar a petição. É super rápido! A briga vai ser boa, mas se bastante gente assinar, quem sabe a gente consegue melhorar um pouco o que entra na boquinha de milhões de brasileiros (principalmente os mais carentes, que hoje são grandes consumidores de comida barata industrializada). O que a nova lei deve exigir: - Produtos destinados ao público infantil não podem conter gordura trans. - Limitação de açúcar e gordura presente nos alimentos. - Corantes artificiais não devem ser utilizados. - Proibição de conservantes como o benzoato de sódio. Assine a petição

Mais sobre mães "radicais" e gelatinas

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O comentário da Renata Matteoni no texto anterior me fez pensar em algo que é comum a todas nós mães "neuras e naturebas com muito orgulho": qual a linha que divide o saudável do radical? Falo por mim, pois essa é uma dúvida que vira e mexe me assombra. Tenho uma tendência a ser controladora em excesso e imagino como deve ser chato você crescer com alguém o controlando o tempo todo. Imagine ter um fiscal (como eu muitas vezes me sinto) diariamente olhando seu prato e conferindo o que você come e quanto você come. Ou o quanto de tv que você assiste. Ou o tempo que fica no videogame. Fora o banho, escovação de dentes, protetor solar, tarefa e tudo o mais que temos que controlar. No fim, para virar uma Hugo Chavez (um misto de democracia com ditadura) falta pouco. A verdade é que muitas vezes exageramos porque vivemos na defensiva. O mundo glorifica muito mais o trash que o saudável. Me lembro que uma vez deixei meu filho, ainda bem pequeno, com minha mãe em outra cidade e, na

A gelatina na berlinda

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Atenção mamães neuras e naturebas com muito orgulho: o Proteste analisou 11 marcas de gelatina e os resultados, assim como no teste dos cereais matinais , desapontam. Muito corante, açúcar, adoçantes e química. Resumindo, aquela sobremesinha leve e tranqüila, não é tão leve nem tranqüila assim. Uma das constatações é que os fabricantes estão adicionando adoçantes artificiais na linha infantil e não avisam claramente no rótulo. Eu mesma já caí no conto do adoçante artificial. Comprei gelatina Frutop achando que era uma gelatina infantil comum. Na embalagem, um selinho indica "Nova fórmula. Mais sabor, menos açúcar. Doçura equilibrada". O que eu entendi? Que tinha menos açúcar na fórmula, o que é ótimo. Em casa, fui ler os ingredientes e constatei o tal "equilíbrio" era obtido através de uma adição de aspartame, sacarina, ciclamato e acessulfame (sabe lá o que é isso)! Fiquei muito aborrecida pois, como consumidora, aprendi que produtos que contém adoçantes artifici

Bolsa de Mãe

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O que mãe carrega na bolsa daria, por si só, assunto para um blog. Tenho uma amiga que não sai de casa sem bandaid, termômetro e tylenol. Outra carrega sempre o cartão de uma psicóloga infantil para distribuir entre mães amigas e conhecidas. Tem mãe que não sai sem uma caixinha de giz de cera, outras, sem uma caixinha de anti-depressivo. Cada uma tem suas necessidades e manias. Minha bolsa é do tipo bagunceira hardcore. Além de tudo o que precisa ser levado (e que vira e mexe eu esqueço), tem carrinhos e hominhos que um filho sempre me pede para guardar e que acabam ficando lá alguns meses, esquecidos. Tem também embalagens vazias, que eu carrego comigo sempre que não encontro a lixeira. Há papéis dos mais variados tipos e formatos. E agora, uma sacola fininha de algodão que mantenho na bolsa para evitar pegar sacolinhas plásticas quando vou às compras. Foi por causa dela, a sacolinha de algodão, que paguei o mais recente mico. Fui ao mercadão fazer umas comprinhas com minha irmã. Na l