Dona da Verdade
Após repetidas queixas da filha, a mãe decide falar com a professora. A conversa não seria fácil. A professora era nova na escola e defenderia com unhas e dentes seu ponto de vista e seu novo emprego.
A mãe estava disposta a ser amigável mas, se necessário, endureceria. Educação é algo muito sério e é preciso ficar atento. Na manhã anterior ao encontro, reviu mentalmente seus argumentos. Simulou diálogos e respostas para as mais diversas reações e justificativas vindas do outro lado. Chegou à escola armada para derrubar toda e qualquer argumentação da professora, da coordenadora ou do porteiro. Era a "dura de matar" em carne, osso e pele de mãe.
Entra na sala e é recebida por uma pessoa distante da descrição feita pela filha. A "inimiga" é pequena, sorridente, simpática até. Mesmo assim, a mãe mantém uma reserva intimidante. Se for necessário ir pra briga, melhor não ficar de gracinhas. De repente, a professora começa a falar e a mãe se vê diante da única possibilidade para a qual não havia se preparado.
A mulher era fanha.
Por dentro, cai na risada. Não da fanhice da professora, mas de si própria. Em questão de segundos, toda sua argumentação, seu preparo e sua frieza de geladeira de cerveja desaparecem diante de um "d" com som de "t".
Desarmada, permite que a conversa aconteça de forma simpática e amistosa. Escuta a professora, fala o que acha, dá suas sugestões e fecha um acordo de cooperação. Sai da sala satisfeita e decidida a, dali para frente, pegar mais leve. Com a filha, com a escola e com a vida.
Comentários
beijocas Dri
E vamos em frente, que o feijão tá queimando.
Beijos
VovóMadô