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Mostrando postagens de outubro, 2014

Sair do armário é libertador.

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Sair do armário é libertador. Assumir que você vai votar num candidato do PT não é fácil. A pressão contrária é imensa. As pessoas na sala de jantar presumem que por você estar ali, comendo o que eles comem, vestindo o que eles vestem, bebendo do mesmo vinho, você também tem que pensar igualzinho.  Qualquer questionamento gera desconforto e, muitos simpatizantes da estrela vermelha, pelo bem do encontro, preferem escutar a conversa em estado “Ohmmmmmm”, sem se manifestar.  Confesso que essa tem sido eu em muitos pleitos e rodas sociais. Mas dessa vez, escancarei. Saí do armário, mostrei quem sou, liguei o foda-se.  “Vou votar na Dilma!” E o que aconteceu a seguir foi incrível. Alguns amigos se afastaram. Tudo bem, não eram amigos. Outros se aproximaram. Ueba, a fila andou e com gente bem mais interessante. Alguns discordaram com todo respeito. Continuamos amigos e nossa amizade ganhou transparência e um carinho sincero. Alguns me ofen

O diploma de datilografia

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O diploma de datilografia. Abriu uma pasta com documentos antigos e se deparou com um diploma meio amarelado, de papel encorpado e pequenas trincas nas bordas. No cabeçalho, em letras pomposas, estava escrito “Diploma de Datilografia”. Pegou uma xícara de chá, sentou-se e deixou que viessem as recordações. Estava na sexta série quando a mãe a matriculou no curso de datilografia da Dona Cidinha. Lembrou-se da sala cheia de máquinas Remington, das pilhas de papel jornal que eram aos poucos preenchidas com linhas infinitas de A [espaço] Ç [espaço] S [espaço] L [espaço] D [espaço], dos dedinhos magros que voltavam para casa doloridos e sujos de tinta. Na família era regra que os filhos fizessem o curso de datilografia quando chegassem ao ginásio. Exigência dos pais para que eles se preparassem para o futuro.  Ironia.  O futuro virou presente, o mundo deu mais voltas que as bobinas de fitas preta e vermelha das máquinas de escrever e o curso tão importante pa