A escola acolhedora.
Duas mulheres. Dois filhos com problemas comportamentais. Duas escolas.
A primeira mãe enfrenta o problema há alguns anos. Já passou por mais de 9 especialistas, faz todos os tipos de terapia, inclusive medicamentosa e vai levando a vida, na expectativa da entrada do menino na adolescência. É tranquila para tratar do assunto e muito grata à escola do garoto que, nas palavras dela, "abraçou a causa".
A segunda acaba de receber a "notificação" de que seu filho apresenta problemas. Chegou aflita e absolutamente perdida depois de uma reunião na escola. Viu-se diante de uma professora queixosa e quase irritada com o comportamento da criança. "Ele é dispersivo, atrapalha o andamento da aula, engasga na hora do lanche, não fica parado...", enfim, ficou claro para a mãe que seu filho, aquela criatura que ela ama mais do que tudo na vida, aos 6 anos, é um estorvo. Para provar o que diz, a professora começou a cronometrar o tempo que o menino leva para realizar uma atividade e anotar atrás dos trabalhos (tão absurdo que vai para o texto sobre bizarrices educacionais). Agora, quando o filho leva um trabalhinho para casa, carrega junto a impaciência da professora disfarçada de anotação de tempo. E a mãe se desespera.
Coloquei os dois exemplos para mostrar como as posturas das escolas fizeram toda a diferença na vida dessas famílias. Uma acolheu. Entendeu que os pais já enfrentavam problema grande o suficiente e que não lhe cabia torná-lo ainda maior. Vestiu a camisa e tornou-se parceira nos cuidados com o garoto.
A outra, se pudesse, eliminaria o menino do quadro de matrículas. Despejou o problema sem tato algum nos ombros da mãe que, absolutamente leiga, viu seu mundo desabar. Ignorou o fato de que, muitas vezes, a mãe está sozinha na percepção do distúrbio (o pai e os avós quase sempre acham tudo besteira) e deixaram-na ainda mais solitária. Indicaram uma psicóloga e lavaram as mãos. Toma que o filho é seu. Esquecem que o aluno é deles. E que, uma escola frequentada apenas por crianças danoninho é muito triste. Porque é irreal.
Comentários
É aquela história, de evitar a responsabilidade que lhe cabe. Na 1a história, cada um assumiu sua parte e trabalham juntos, na parceria que tem que ser. Na 2a, realmente, é cada um por si, e essa mãe sozinha. Assim como há casos, em que os pais "abandonam", achando que tudo cabe à escola.
Taís, para variar, um tapa na cara para começar bem a 2a. haha
Eu fico meio perdida... O que podemos fazer para mudar essa mentalidade? Como podemos ajudar para que todas as escolas sejam acolhedoras?
Talvez eu esteja olhando para algo tão grande que nem consiga enxergar direito. Talvez seja melhor diminuir o tamanho do problema, dividi-lo e pensar em soluções... Mas nem isso consigo fazer nesse momento, lendo seu texto...
Você viu o especial da Folha deste fim de semana sobre educação? Achei muito interessante essa discussão de que hoje as escolas é que escolhem os alunos, e não o contrário...
Estamos passando exatamente por isso. Em escolas particulares, que cobram uma fortuna, temos que esperar pra ver se a escola "aceita" a nossa filha de 2 anos... um absurdo...
bjs
Agora saravá e vãobora começar a semana. Bjs!
Roberta, fui atrás da sua dica e fiquei impressionada. Achava que este negócio de fila de espera em escola infantil e fundamental era coisa do passado. Estou mesmo desatualizada com a realidade da metrópole! Acho essa ansiedade toda tão cruel. Para os pais e para as crianças. E, sinceramente, nem acho que a formação oferecida diferencie tanto as crianças matriculadas nestes colégios da elite, dos demais excluídos. Para mim, é um jeito caro de inserir seu filho num circulo social fechadinho. Triste, triste realidade a nossa.
Cynthia, tem isso também: além de excluir, a escola enxerga problema onde não tem. E tranfere aos pais e à criança a própria incapacidade pedagógica. São escolas que ainda não se deram conta que o mundo mudou. Ficam querendo operar como era antes, com crianças submissas e obedientes. E quem não é assim, é problema.
Bjs!
Mas acontecem coisas estranhas, minha irmã transferiu meus sobrinhos pro São Luiz aqui em sp quando eles iam completar 11 anos e deu super certo. vai entender...
alguns colégios menos tradicionais acharam que meus sobrinhos não iriam acompanhar e deveriam voltar um ano.
mas vamos assumir que tem algo válido no seu comentário a resposta: as escolas que escolhem os alunos.
e esta mãe que vc comentou no seu texto teve sorte, já tive enteado que o colégio chamou os pais e já tinha uma listinha de escolas que aceitariam o aluno que eles não suportavam mais...
No seu caso, posso dizer com propriedade, bate que eu gosto, hahaha. Adoro seus tapas :-). Nós temos que acordar mesmo, começar a semana com tudo, pensando e mudando o que está ruim.
Quanto a escolha, vc tem razão, temos que escolher muito bem. E esse conceito de forte e fraco é muito relativo, o que é forte? é a que faz todo mundo passar no vestibular? só veremos os conceitos de notas em exames/vestibulares?
Triste que tem gente totalmente sem coração de fazer uma coisa dessas com a pobre da mãe.
Beijos saltitantes
Boa semana
Esse caso do seu enteado é de polícia. Mas na França rola isso: o aluno é expulso e a própria escola arruma outra pra ele. Trata-se de "transferência do abacaxi". Ninguém resolve o problema. Só joga a batata para o outro.
Cíntia, Luiz e Bernardo são seus filhotes? Dureza, hein! E logo música, que poderia ser tão legal! A criançada ama. Esse tipo de comentário jamais poderia ter vindo num formulário semestral. Se fosse o caso deles terem realmente algum problema de comportamento era para ser dito olho no olho, com calma e sabedoria. Esse professor fez intriga e não diagnóstico. Ignore. Isto é, ignore o comentário, mas leve a folhinha para a direção e peça explicações detalhadas do que levou o professor a escrever aquilo sobre crianças de 5 anos!
Paulets, adorei o TaVi. Não achamos o Tóbi. Agora temos pintinhos: Baby e Rebelde.
Morena, coração de mãe é forte. Logo esta mãe estará recomposta e pronta pra encarar desafio. Não temos opção, né? Como diz a Dóri: "Continue a nadar, continue a nadar..."
Bjs!
Não vejo a hora da próxima reunião para pedir explicação sobre dois comentários feitos ao meu filho neste inicio de semestre.
Um é de uma inspetora que disse ao meu filho que ele está atrasado, porque está com 8 anos completos no segundo ano (foi uma opção minha), ele me perguntou todo ressabiado o que era estar “atrasado” nesse sentido, se era muito ruim pq a mulher fez cara feia. Ela não pode nem deve falar isso para uma criança. Fiquei cega de raiva.
Segundo foi o da professora de natação que disse que eles estavam péssimos na aula, eram os piores (sendo que de 40 aulas houve suspensão de 15 por diversos motivos relacionados com a manutenção da piscina). Um absurdo!
É o que vc tanto fala Taís, eles ainda não entendem que nos vendem um produto e tem que agir com coerência nas palavras e atitudes, desde o porteiro até o diretor.
Bjus e sorte a todas....
PS. Ah! Tais, eu consegui cancelar a natação e continuar frequentando para repor as 15 aulas.
Nossa, eu sempre esqueço que você é de SJC, meus pais moram na grande Caçapava, hahaha.
Boa lembrança essa da escola da Embraer. Sempre ouvi falar bem...
Esse texto deu bastante papo, já imaginou com um cafezinho e bolo de fubá? hahahaha
Bjoks
Paula
Qdo. meu filho foi hospitalizado e ficou um mês afastado da natação, ele retornou e no primeiro dia de aula, a professora o chamou de preguiçoso por não conseguir acompanhar a turma. Pode? Uma criança que havia sido internada?!! (E o curso de natação não tem nada a ver com a escola deles. Nem tinha como cobrar a tal da coerência! Ali a pedagogia foi amarrada numa âncora e jogada no fundo da piscina. Acho até que o ralo chupou.) Bjs!
Uma das coisas que eu dei graças e deus quando mudei de São Paulo foi de escapar destas escolas de elite que escolhem os alunos, apesar (ou por causa disso) de cobrarem uma fortuna e oferecerem, ao meu ver, um ensino baseado em coisas altamente questionáveis (idem com a alimentação).
Não sei como é aqui em Brasília no geral, para mim foi bem fácil achar uma escola boa e com tudo o que acreditamos em termos educacionais (e nutricionais).
Mas é muito triste que ainda existam casos como os citados no post e nos comentários. Revoltante!
Quanto ao bolo de fubá com café, idéia boa, não? Nossa cara. Bjs!
Eu vi num forum q frequento maes conversando sobre filhos e escolas e a maioria gasta mais de 1000 reais por mes com mensalidade, eu nao acho isso natural, quer dizer, nao vejo necessidade, tem escolas pequenas mas muito boas q tem um custo mais modesto e tratam as crianças tao bem, educam tao direitinho, mas acho q eh o lance da comparaçao mesmo, com outros pais, a necessidade de se explicar socialmente, pq conheço varios casos de pessoas irritadas e descontentes com as escolas dos filhos que simplesmente ignoram o descontentamento pq o nome da escola pesa. Eu acho q nao tem nome q justifique a incompetencia de muitas em lidar com a criança como um individuo, ajudar em conjunto com os pais eh a funçao do professor. Nao ser esparro de filho mal educado mas também nao ser indiferente as necessidades de uma criança.
Tem crianças q sofrem com pais q lavam as maos e outras que sofrem com escolas que fazem o mesmo, eh triste, ne?
Eu gosto da escola da Amanda, eh pequenina, baratinha mas cheia de carinho, as professoas conversam com a gente sobre as dificuldades, o comportamento e tentamos trabalhar em conjunto pra resolver, a meu ver tem q ser assim!
beijocas