"Tá no meu pendrive"
Aula de reprodução e corpo humano para o 5º ano, antiga 4ª série. Professora toda empenhada em esclarecer a garotada, sem preconceitos e com naturalidade. Pela primeira vez, a concentração era absoluta. Até que um dos alunos levanta a mão e diz que já tinha visto a mãe transar. Uhá! coletivo. Professora tenta se recompor e recompor a sala. "Isso é algo muito íntimo. Você não quer falar comigo sobre isso depois?" Aluno continua: "Eu vi, sim." Um colega devolve: "Viu nada. Acha que sua mãe ia deixar?" Menino se defende: "Vi, sim. Eu até filmei. Tá aqui no meu pendrive. Quer ver?"
Dá para imaginar a comoção coletiva, os olhares curiosos para o pen drive e a saia justíssima que se formou. Não sei bem como acabou. Sei que o pen drive foi confiscado e o arquivo não foi aberto. A mãe foi chamada, mas não apareceu (aliás, se eu fosse ela, desapareceria). Acabou virando só um tititi em meio a muitas risadas da galera.
Acendi uma vela de 7 dias para a pobre professora e fiquei pensando nesta meninada que já nasce superfamiliarizada com tecnologia e muito mais ligada no assunto do que pensamos. Hoje eles estão a um clique de distância de toda a educação sexual que antes levávamos décadas para receber (isto é, quando recebíamos). Faz-se um filminho, como se escova o dente. Leva-o para onde quiser, coloca no Youtube e da noite pro dia, mamãe vira a Cicarelli.
Melhor mantermos a porta bem fechada.
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Beijos Dri