Sacolinhas plásticas na publicidade.
Há um fenômeno curioso que acontece entre os publicitários brasileiros. Eles ADORAM o primeiro mundo. Os carros do primeiro mundo. Os prêmios do primeiro mundo. Os hotéis de luxo do primeiro mundo. As lojas que, mesmo em terras paulistanas, imitam as do primeiro mundo. Adoram também os vinhos, as canetas, as charmosas cidades, o visual urbano descolado, os filmes, as louras esguias, os restaurantes, o uísque.
Porém, quando o assunto é fazer o Brasil virar primeiro mundo, eles boicotam descaradamente. Se tem uma coisa que publicitário brasileiro odeia é trabalhar num país de primeiro mundo.
Só isso explica o lóbi feio, muito feio, vergonhoso, que eles fizeram para que a propaganda de cigarro não fosse proibida por aqui. Coisa que, há tempos, já era proibida no primeiro mundo.
Propaganda de bebida alcoólica também já foi banida em muito países. Mas por aqui, os cidadãos publicitários fizeram campanha, foram pra Brasília, apertaram mão de parlamentar e etc. Conseguiram manter a milionária publicidade de cerveja ativa. Não sei se teriam tido o mesmo sucesso se vivessem no primeiro mundo.
Espernearam também quando retiraram os outidóres da cidade de São Paulo. "Vamos passar fome!" E nas férias foram para Londres, onde tiraram fotos em frente a fachadas centenárias, bem preservadas e sem poluição visual.
A última tentativa deslavada para continuarmos no vigésimo primeiro mundo foi um comercial bonitinho e totalmente ordinário da W para o "uso consciente" da sacolinha plástica.
Ordinário porque é pago pela indústria do plástico, que deve estar começando a se preocupar com o número cada vez maior de malucos beleza divulgando idéias de primeiro mundo sobre os horrores da poluição pelo uso indiscriminado do plástico.
Ordinário porque está sendo veiculado em um país que recicla menos de 5% do seu lixo (de acordo com as fontes mais otimistas). Ordinário porque coloca no consumidor - nascido, criado e educado em um país com educação de nonagésimo quinto mundo - a responsabilidade pelo uso e "destino correto" das sacolinhas, como se na imensa maioria das nossas cidades, houvesse algum.
Ordinário porque por baixo da roupinha de propaganda educativa, há um comercial muito bem feito de estímulo ao uso da sacolinha plástica.
Ordinário porque jamais seria veiculado em um país de primeiro mundo, sob o risco de consumidores realmente educados e conscientes banirem de vez a sacolinha plástica de suas vidas. No primeiro mundo as pessoas não engolem qualquer besteira, não. Deve ser muito difícil fazer propaganda por lá.
Porém, quando o assunto é fazer o Brasil virar primeiro mundo, eles boicotam descaradamente. Se tem uma coisa que publicitário brasileiro odeia é trabalhar num país de primeiro mundo.
Só isso explica o lóbi feio, muito feio, vergonhoso, que eles fizeram para que a propaganda de cigarro não fosse proibida por aqui. Coisa que, há tempos, já era proibida no primeiro mundo.
Propaganda de bebida alcoólica também já foi banida em muito países. Mas por aqui, os cidadãos publicitários fizeram campanha, foram pra Brasília, apertaram mão de parlamentar e etc. Conseguiram manter a milionária publicidade de cerveja ativa. Não sei se teriam tido o mesmo sucesso se vivessem no primeiro mundo.
Espernearam também quando retiraram os outidóres da cidade de São Paulo. "Vamos passar fome!" E nas férias foram para Londres, onde tiraram fotos em frente a fachadas centenárias, bem preservadas e sem poluição visual.
A última tentativa deslavada para continuarmos no vigésimo primeiro mundo foi um comercial bonitinho e totalmente ordinário da W para o "uso consciente" da sacolinha plástica.
Ordinário porque é pago pela indústria do plástico, que deve estar começando a se preocupar com o número cada vez maior de malucos beleza divulgando idéias de primeiro mundo sobre os horrores da poluição pelo uso indiscriminado do plástico.
Ordinário porque está sendo veiculado em um país que recicla menos de 5% do seu lixo (de acordo com as fontes mais otimistas). Ordinário porque coloca no consumidor - nascido, criado e educado em um país com educação de nonagésimo quinto mundo - a responsabilidade pelo uso e "destino correto" das sacolinhas, como se na imensa maioria das nossas cidades, houvesse algum.
Ordinário porque por baixo da roupinha de propaganda educativa, há um comercial muito bem feito de estímulo ao uso da sacolinha plástica.
Ordinário porque jamais seria veiculado em um país de primeiro mundo, sob o risco de consumidores realmente educados e conscientes banirem de vez a sacolinha plástica de suas vidas. No primeiro mundo as pessoas não engolem qualquer besteira, não. Deve ser muito difícil fazer propaganda por lá.
Comentários
Preciso ler mais vezes, com mais calma e tentar ver o vídeo novamente.
Lamentável!!!
Bj
Esta é a primeira na minha lista a ser banida. Depois cigarro, depois cerveja.
Me lembro da epoca de criança, q compra levavamos em sacos de papel (tipo papelao fino) e q cabiam varios produtos dentro. Hj existem pessoas que tem a coragem de colocar cada produto numa sacolinha! na minha casa ja estamos no processo de abandono as sacolinhas, ja temos sacolas de pano pra fazer compra e q tb levamos a feira.
Muito bom o post.
bjinhus
Isso sem contar a falta de praticidade, vamos supor que vossa senhoria esqueça a ecobag em casa? Compra outra? Deixa pra fazer compras depois ?
beijos Taís, como sempre imperdivel!
Dri
http://ombudsmae.blogspot.com/2009/03/ilusao-da-reciclagem.html
Quanto à esquecer a sacola retornável, vossa senhoria aqui é mestra nisso. E você não sabe os malabarismos que já fiz pra sair com as compras sem a sacolinha plástica. No super é fácil: caixa de papelão. Nas compras de objetos pequenos, levo na mão mesmo, ou enfio na bolsa. Já fiz como a Dri sugere e comprei uma sacola retornável na hora (hj tenho várias). Mas estou melhorando minha performance com a prática. Vc devia tentar também. É divertido e um ótimo treino para um dia participar do se vira nos 30.
Ah, e quanto ao vidro, a diferença é que além de ser 100% reciclável, quando descartado na natureza ele vira areia. Não sobra nenhum resíduo tóxico. Para mim, o maior problema do vidro e, confesso saber muito pouco, é quanto ao processo produtivo. Vidro precisa de areia e as cavas de areia são grandes problemas ambientais. Daí a necessidade de reciclá-lo ao máximo.
Falei de mais. Até!
Enfim, a propaganda é medíocre e ponto! Hahaha
Bjus
Sobre os supermercados é engraçado como muda de lugar pra lugar, o Extra aqui do bairro que trabalha nem deixa sacola em cima do balcão e se quiser vc pode levar as coisas sem sacola nenhuma, tirar do carrinho e colocar no carro ou o entregador leva em casa assim do carrinho mesmo direto.
Já o Carrefour se vc comenta da caixa de papelão eles fazem mó cara feia e ficar sem empacotar nem pensar, eles tem um empacotador em cada caixa - é profissão!!!
Ah no Extra Pamplona quando vc apresenta a sacola os caixas sempre elogiam e falam: parabéns pela atitude.
Assumo que eu me acho tão importante...
Sobre propaganda em si eu também acho que tem que ter.
Abraços, Renata
E acho pertinente muito do que disse aqui, eu também utilizo sacola de pano, também tenho várias de todos os tamanhos, mas confesso que uso sim as sacolas plásticas, porque é onde acondiciono o lixo da minha casa. Não vejo outra maneira de jogar o lixo a não ser em sacolas plásticas, e ao invés de comprar uma sacola especificamente para este fim, uso as do mercado que são gratuitas. Quando vejo que meu estoque está chegando ao fim abandono um pouco as sacolas de pano....
Bjs, tudo de bom.