"O filho da minha amiga lê melhor que o meu."


"O filho da minha amiga lê melhor que o meu."

A armadilha das comparações no processo de alfabetização.



BARALIO (baralho), PRAPO (trapo), QUIEJU (queijo), LEFATE (elefante).

Juju tem 7 anos e meio. Estas foram suas anotações em uma ficha de jogo de tabuleiro preenchida com uma letrona maiúscula, meio torta e imprecisa. Juju é meu terceiro filho e o último deles a passar pelo processo de alfabetização.

Eu poderia cair no equívoco comum de compará-lo a outras crianças. Felizmente, a maternidade múltipla me concedeu o bônus extra de compreender que cada filho tem seu processo único de aprender a ler e a escrever. Essas comparações servem apenas para nos encher de orgulho. Ou de angústia. E não ajudam em nada a criança.

Tem criança interessada desde muito cedo em aprender letras e números. E bem pequenas começam a aproximação com a alfabetização. Outras não estão nem aí para esse código estranho e demoram muito mais pra serem engajadas no processo de aprendizagem. Tem criança que prefere correr e pular do que sentar e escrever. Outras são tão criativas que, quando se vê, fizeram um lindo desenho e nenhuma letra sequer. Cada uma tem seu ritmo, seu dom, sua habilidade e personalidade.

Cabe ao educador identificar o processo de cada uma e conduzi-las respeitando o ritmo individual. E acalmar eventuais pais que aparecem chorando com uma cebola escrita com s.

Aí, fica a pergunta: se não dá pra comparar, como avaliar? A melhor avaliação é manter um registro da evolução da própria criança. Algumas escolas fazem portifólios onde vão arquivando alguns trabalhos ao longo do ano. Se a escola do seu filho não faz esse registro, os pais podem fazê-lo guardando alguns trabalhos em ordem cronológica. Ao avaliarmos estas pastas, conseguimos dimensionar o ponto de partida daquele pequeno indivíduo no início do ano e até onde ele avançou ao término do período. Assim a comparação é feita com ele mesmo. É um sistema muito eficiente, inclusive, para avaliarmos a escola. Ao longo do tempo, a criança tem, obrigatoriamente, que apresentar progressos. Se os trabalhos de março pouco se diferenciarem dos de agosto, por exemplo, acenda o sinal de alerta e procure saber o que está havendo. Vale ressaltar: não se trata de nota e, neste caso, comparar a evolução das notas não ajudará em nada. Ignore-as e foque no conteúdo.

Tenho uma amiga que notou que o filho, de 8 anos, matriculado em escola particular de uma grande rede, passou um ano sem evoluir em quase nada. E no boletim só vinha notão. Ao término do ano, ela o mudou de escola e houve uma retomada significativa no desenvolvimento do menino. Sinal que o problema não era dele e sim da instituição.

Voltando ao Juju, matriculado em uma escola construtivista, ele concluiu o infantil sem saber ler ou escrever (mas pleno de outras habilidades importantíssimas). Algumas crianças da classe dele já liam com fluência. Nunca me preocupei pois tinha clara noção de que é apenas ao final do terceiro ano do fundamental que se encerra o ciclo inicial da alfabetização. O Juju tinha tempo e eu e meu marido decidimos respeitá-lo. No primeiro ano, seus trabalhos iniciais mostram rabiscos e bolinhas ao invés de letras, o que é normal, mas o comportamento da pessoinha indicava um total desinteresse em sair disso. Tivemos sorte dele ter uma professora experiente, calma e segura, que já tinha sido a mestra de outro filho meu (e cujo processo de alfabetização foi completamente diferente do irmão). Conversamos e ela nos orientou sobre alguns procedimentos para ajudá-lo em casa, na hora da tarefa (que nessa escola...Aleluia Senhor!...dura 10 minutos pra ser realizada).

Aos poucos, e tortura free, a ficha foi caindo e Juju está terminando o ano escrevendo em maiúscula como descrevi no primeiro parágrafo. Também já lê, espontâneamente, palavras soltas em jornais, embalagens, fachadas de loja e está muito mais interessado. Comparado ao que ele sabia no início do ano, é uma evolução imensa! Estou muito feliz e tranquila com as conquistas do meu pimpolho. Mesmo sabendo que na mesma sala já tem criança escrevendo em cursiva e lendo livrinhos. Sei que logo, logo, inevitavelmente, Juju chegará lá. E nem ele, nem nós, vamos sofrer durante a jornada.

Comentários

Dani disse…
Olá!

O título do seu post me chamou a atenção, pois sou coordenadora de uma escola. Apesar de coordenar o Fundamental 2, posso usar o seu texto para que a coordenadora da Educação Infantil e F1 possa usá-lo nas reuniões com os professores?
Vc está certíssima, a criança deve ser avaliada em sua progressão, e cada uma, sim, tem seu tempo, que deve ser respeitado.

Um grande beijo, estou te seguindo,

Dani
Taís Vinha disse…
Oi Dani, claro que pode! Admiro muito o cargo que vc ocupa. A postura do coordenador é fundamental para o sucesso da proposta pedagógica da escola. Obrigada pela indicação e por seguir o Ombudsmãe.

Bjs!
Silvia disse…
Taís, na escola das meninas lá no Rio, a gente recebia um caderno de evolução do grafismo no fim do ano. É realmente incrível acompanhar isso. Na Moppe, no primeiro ano da Gio tinha um registro semanal do que a criança tinha feito no fim de semana (acho que este ano também tem, né?), e por lá dava para acompanhar a evolução do grafismo e da escrita (era com desenho e texto).

O que faltou dizer aí é que Juju pode não estar escrevendo em letra cursiva ainda, mas tem uma criatividade (a quem será que puxou? hahaha) e uma desenvoltura de dar inveja (no bom sentido, tá?). Quem precisa estar escrevendo tudo assim? Se você trouxer as histórias dele aqui pro Ombudsmãe (as que ele inventa, não as que ele vive - se bem que essas também devem ser boas), vai fazer um baita sucesso.

E amém às tarefas de 10 minutos! Porque se já é difícil manter "Cacá" sentada pra isso, imagina se fosse um montinho de tarefas... Afemaria! Não sei aí, mas aqui às vezes as tarefas de 10 minutos levam uma hora, hahaha! Tem pó de mico nas calças, só pode ser.
Silvia disse…
P.S.: A tarefa de quinta eles fizeram em dois minutos, viu? Quando falei pra Juju trazer a tarefa pra cá pra fazer depois do almoço, ele suspirou, aí Cacá, mais do que rápido, falou: deixa, eu já sei todas as respostas, eu te falo! Hahahahaha. Sei nem se leram o enunciado. Essa turma não é fácil. Dei um puxão de orelha moral, mas me divirto.
Pri disse…
Taís, adorei o seu texto. Meu filho de 6 anos, estuda em uma escola Construtivista em Campinas, e está no Primeiro Ano. Acontece que a professora dele me chamou para dizer que ele não poderá passar para o segundo ano, já que não lê e só escreve por pressão dela.
O levamos em psicopedagogas, fonoaudiólogas, e ambas nos disseram que ele está com um desenvolvimento totalmente coerente com a idade dele, e me perguntaram, o que a escola espera de uma criança de 6 anos.
Ainda estou na dúvida do que fazer. Se o deixo um ano ou se ele CONTINUA o processo de alfabetização, já que é essa a proposta da escola, e era até antes de mudarem a nomenclatura do Infantil 4 para o Primeiro Ano.
Você tem alguma dica para me dar?
Um beijo!
Meu Daniel tem 6 anos e meio e desde os 4 tem ficado atrás dos colegas de classe (passou por 3 escolas; uma no Rio e duas em Campinas, onde moramos hj). Na última reunião da escola; a professora (que revelou-se muito atenciosa com as 'dificuldades' do Dani durante o ano todo) me disse que não vai pressioná-lo a fazer as tarefas todas em sala (vira e mexe ele chorava; ficava nervoso e frustrado) porque o problema não era o Dani e sim, a escola; o método tradicional, quadrado pra ele.
Indicou outra pedagogia; disse que ele com certeza vai desenvolver com outro método menos rígido que o tradicional.
Fiquei aliviada e pro próximo ano vou tentar uma escola da pedagocia Freinet; pra ver como ele se sai.
=o)
Melissa Machado disse…
Muito legal o seu texto!Sou professora do pré,em uma escola construtivista(de verdade) e sei como cada criança é diferente e como evoluem cada um no seu tempo!Me emociono com isso.Ontem mesmo peguei o portifólio da minha turma e vi uma atividade de escrita espontânea em março e comparei com outra feita esta semana...nem eu acreditei na evolução!!Todos(cada um de um jeito)evoluiram...Parabéns por ter consciência disso e não culpar a escola ou a professora pq o colega lê e o seu filho não!!
Anônimo disse…
Eu concordo com o acompanhamento direto dos pais, demandar serviço é super cômodo com nossa vida louca, a gente levanta as mãos pro céu quando encontra uma escola que administra "tudo". O resultado é horrível, geralmente termina em angustia e diagnósticos prematuros da capacidade das crianças.
hegli disse…
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hegli disse…
Olha, o comentário que vou postar aqui hoje, já foi postado em 13 de maio de 2009 em http://ombudsmae.blogspot.com/2009/05/criancas-adiantadas-na-escola.html. Acho que pode ajudar algumas leitoras que, como eu, saíram em busca de ajuda profissional para seus filhos, sem necessidade. Lá vai:

"Hj tenho certeza que temos que respeitar o amadurecimento de cada criança, conheço algumas que estão pronta aos 5 anos outras não. Meu filho se recusava veementemente a escrever com 4 e todos achavam isso um “problema”, inclusive a professora dele. Sofri, chorei e até levei-o a uma neuropediatra que me disse que o problema era “da escola” e não dele. Disse-me que o tirasse dessa escola e não o forçasse na alfabetização. Quase enlouqueci, deixei-o 2 anos numa escola em que não alfabetizava. Depois, li uma reportagem que me mostrou que a decisão que tive era totalmente coerente. Dizia que uma criança que toma contato com as letras aos 7 anos vai se desenvolver mais rapidamente nesse campo (pois estaria neurologicamente madura), anulando a “suposta” vantagem da criança alfabetizada aos 5. No ano retrasado, com 6, quando mudei ele para uma escola de ensino fundamental com o sistema Anglo de ensino, quiseram reclassificá-lo p/ o 2 ano de manha (e reforço a tarde) para não ficar “fora” da idade dos demais e eu insisti em que ele ficasse no primeiro (antigo pré). Ele não estava alfabetizado e eu perguntei a coordenadora se "pedagogica e psicologicamente" era mais indicado meu filho entrar numa turma e acompanhar as atividades, ou entrar numa turma adiantada, se frustrar por ser o único a não saber ler e escrever, e ainda ter que se privar da tarde de brincadeiras para estudar ainda mais... e sabe o que eles me responderam???? NADA. Disseram que EU tinha que optar para não cobrá-los depois. As escolas andam tão apavoradas com a opinião alheia que se esquecem de exercer o que lhes é dever, a PEDAGOGIA. Eu decidi q meu filho não precisava desta pressão e optei pelo primeiro ano. Concluindo, meu filho aos 7 anos conseguiu alfabetizar-se em 3 meses alcançando a turma que fora alfabetizada desde os 5 nesta escola".

Concluindo, meu filho era a "criança que prefere correr e pular do que sentar e escrever" e que escrevia OTEU (hotel) e PITISA (pizza). Hj está muito bem na escola, adora ler livros de aventura e ecologia. E eu que passei noites em claros, achando que havia algo errado... queria tanto ter encontrado um blog como esse antes...
Saudade Taís!
Hegli disse…
Ai Taís,
Não sei o que fiz, mas eu salvei duas vezes o comentário e nao consigo remover... vc consegue remover um dos comentários repetidos para mim? Obrigada. Bj
Tais Vinha disse…
Silvia, a gente tem o portifolio trimestral, que nos apresentam nas reuniões. Só que acho pouco tempo para vermos com cuidado. Mas de casa, dá pra acompanhar observando os trabalhos e as tarefas. Quanto a escrever com cursiva, estou bem tranquila, o meu mais velho só pegou o jeito ao final do terceiro ano e o pai deles escreve só com letra de forma até hoje, rs!

O Juju viaja mesmo. A profa. Renata diz que vira e mexe tem que puxar o fio terra e trazê-lo de volta pro planeta. hahahahahaha. E tarefa de 10 minutos vira uma hora fácil, hahahaha. Imagina se fosse oficialmente uma hora! Tô fora!

Bjs!
Tais Vinha disse…
Pri, o comentário da Hegli pode ajudá-la bastante.

Tenho duas colocações a fazer sobre o seu caso:

1) discordo que a criança tem que estar totalmente alfabetizada ao término do primeiro ano. Lembrando que o primeiro ano, hoje, deveria ter conteúdo de pré e nunca se esperou que crianças saíssem totalmente alfabetizadas do prézinho. A alfabetização formal e oficial sempre foi conteúdo da primeira série, isto é, segundo ano. Contudo, muitas escolas estão mesmo exigindo crianças alfabetizadas para o ingresso no segundo ano.

2) vamos analisar o caso do seu filhote. Vc diz que ele tem 6 anos. Ele faz sete este ano ou entrou no primeiro com 5? Pelo que vc descreve, ele me parece bem novo, e se esse é o caso, eu consideraria deixá-lo mais um ano no primeiro. Não por conta dele estar ou não lendo e escrevendo, mas porque parece que ele não está maduro o suficiente para ir para o segundo. Talvez seja interessante aguardar o amadurecimento dele para colocá-lo no segundo, quando o conteúdo passa a ser mais formal e as cobranças maiores. Se ele ainda quer brincar e não vê muito sentido no que estão lhe apresentando, no segundo isso se agravará (e no terceiro, e no quarto...). Eu voltei um filhote meu um ano, e foi a melhor coisa que aconteceu na nossa vida. O Juju, do texto, está acabando o primeiro com 7 anos e meio. Se ele estivesse adiantado, nossa vida este ano teria sido um pesadelo. Sugiro que você leia os dois textos abaixo. Eles irão ajudá-la a se decidir. Bjs!

Crianças adiantadas na escola

http://ombudsmae.blogspot.com/2009/05/criancas-adiantadas-na-escola.html

Crianças adiantadas na escola parte 2

http://ombudsmae.blogspot.com/2009/05/criancas-adiantadas-na-escola-parte-2.html

A educação infantil e a alfabetização

http://ombudsmae.blogspot.com/2009/12/educacao-infantil-e-alfabetizacao.html
Tais Vinha disse…
Oi Bia, boa a dica da profa. Realmente tem crianças que numa escola tradicional, sofreriam demais (e os pais por tabela). Seu filho precisa de uma escola que respeite o ritmo dele. Com um ensino menos massificado e mais divertido. Aprender não tem que ser com sofrimento. Sugiro que você pesquise muuuuuuuito antes de decidir, afinal seu filhote já passou por 3 adaptações. Se quiser, tenho excelentes contatos em Campinas e posso te mandar algumas dicas de escola para vc visitar. Mande uma mensagem para o meu email taisvinha@terra.com.br e encaminho diretamente para vc.

Bjs!
Tais Vinha disse…
Melissa, adorei a observação "construtivista de verdade". Realmente, a gente tem visto tantas escolas afirmando-se construtivistas, com uma completa irresponsabilidade em relação à proposta que é sempre bom separar o joio do trigo. Sim, é mesmo surpreendente como eles vão se tranformando. E as escritas espontâneas são preciosas, não? Incrível o que um pequeno ser é capaz de desenvolver quando o ambiente lhe é propício. Continue firme na proposta! Bjs!
Tais Vinha disse…
Rosa, concordo com vc: os pais sempre devem acompanhar. Mas são leigos, concorda? E por conta disso, o diagnóstico da escola é de uma responsabilidade imensa, inclusive para freiar a ansiedade dos adultos. Dizer, calma, isso é absolutamente normal. Ele vai superar.

Sinto que hj em dia, o maior problema está em educar os pais. E são poucas as escolas que se propõem a fazê-lo. Usam a reunião de pais para passar bilhetes sobre horários e uniforme, qdo. poderiam falar da proposta, dos objetivos, do que se espera para aquele período. Com isso, acabam reféns dos pais, pois não transmitem segurança. E vivem na defensiva. Qdo. os educadores demonstram conhecimento, e se propõem a ajudar os pais a entender o que se passa ali dentro, estabelece-se uma relãção de muito mais confiança e parceria. Bjs!
Tais Vinha disse…
Hegli, qdo publiquei este texto, na hora me lembrei desse seu comentário. Que bom que vc o republicou. Tem tudo a ver. E ajuda muuuuuito quem está passando por situação semelhante, como a Pri.

Como vc vai? Qdo der me escreva. Bjs!
Paloma disse…
Muito legal o seu post, porque além de falar de um processo super importante, o da alfabetização, mostra também que não devemos ficar comparando. Cada pessoa é única e tem seu ritmo e evolução. bjos
Paloma e Isa
Anônimo disse…
Amei o texto - me fez cair um pouco na realidade com meu filho. Ele tem 6 1/2 (7 em Janeiro), comecou o 1 ano em Setembro (moro na Inglaterra. Ele le e escreve com letra cursiva e faz calculos matematicos de cabeca e como ele ama tudo isso a gente tende a 'puxar' um pouco ele mas depois desse texto acho que vou dar uma aliviada...

Ele esta em uma escola local publica, que felizmente respeita cada crianca como individuo, sem disso pois faco trabalho voluntario na classe dele 2 vezes por semana e amo! Dar para ver como cada crianca tem seu tempo, especialmente os mais novos.

O que eu acho interessante aqui na inglaterra eh que as pessoas aceitam que nem todo individuo eh academico. Eu sofri muito no Brasil na epoca de vestibular pois achava que eu so encontraria sucesso na vida se fizesse uma USP da vida e agora me conhecendo mais eu nunca passaria! Eu Nao sou academica!

Eu acho que meus pais e a escola deveriam ter percebido isso e me direcionada em outras areas...

PatriciaUk
Unknown disse…
Linda, contarei muito com seu blog para meu próximo ano (post novos, posts antigos que leio e releio com prazer). Leo fará 6, entrará na 1a série... Ele já tem interesse em letras e números, mas quero ter a sabedoria para segurar minha ansiedade e deixá-lo crescer e seguir por si. Duro tb é segurar a ansiedade do marido, mas isso é outra história :-)
Bjoks
Andrea disse…
Oi, Taís

Adorei o post. Penso exatamente como vc e também prefiro respeitar o tempo de cada criança e comparar seu desenvolvimento individualmente - e não comparando com outras crianças.

Tenho sorte também que na escola que Yumi está (ela vai fazer 5 anos em maio) eles estão sabendo respeitar o tempo dela.

Os seus estudam onde? Estou à procura de escolas construtivistas de verdade aqui em SJC. Manda pra mim no e-mail, se puder.

Beijão e obrigada!

Andréa
Maria Tereza disse…
Taís,
Como sempre muito bom seu texto, além de muito esclarecedor! A escola da minha filha se encaixa naquele que não evoluiu e infelizmente teremos que mudá-la!
beijos
Lia disse…
Lindo. Seu filho tem sorte de ter uma mãe como você. A maior parte das crianças nessa situação já estaria sendo chamada de burra ou preguiçosa e submetida a horas de treinamento intensivo para ficarem iguais ou "melhores" que os filhos do vizinho.
Cláudia Renó Monteiro disse…
Oi

Li seus diversos comentários...
Sabe o que pensei?
Oba!! Gente normal ainda existe!

os comentários sobre a vida escolar são muito bons e descolado do discurso social corrente, que esquece de incluir que atrás de um estudante há um sujeito!
flavia disse…
tenho eum filho que completou 5 anos dia 26/10 e ja le e escreve silabas simples e complexas. minha duvida é se devo ou não coloca-lo no 1º ano pois ele esta no pre 1 e a professora disse que talvez as atividades do pre 2 possam não ser desafiadoras para ele.Não sei o que fazer
Tais Vinha disse…
Oi Flavia, você conseguiu ler os outros comentários? Há uma outra mãe com um problema semelhante e a resposta que eu e outras mães demos a ela poderá ajudá-la.

Minha opinião é que seu filho está motivado, porque está na série certa para ele. Se adiantá-lo, corre o risco de que toda esta motivação se transforme em ansiedade para acompanhar os outros. Mantenha-o na série que está e exija da escola um acompanhamento individualizado para que ele não se desmotive. Isso é totalmente possível. Acompanhe de perto a evolução dele e se sentir que o ensino está massificado e desmotivante, procure outras instituições. Mas de forma nenhuma adiante seu menino. Os problemas de adiantar superam de longe os ganhos. 5 anos é novo demais para os compromissos do ensino fundamental. Criança nessa idade precisa de parque, de meleca, de correr, de brincar. Muito mais do que de alfabetização. Respeite a infância dele e exija da escola o mesmo. Se quiser ler mais sobre o tema:

Crianças adiantadas na escola

http://ombudsmae.blogspot.com/2009/05/criancas-adiantadas-na-escola.html

Crianças adiantadas na escola parte 2

http://ombudsmae.blogspot.com/2009/05/criancas-adiantadas-na-escola-parte-2.html

A educação infantil e a alfabetização

http://ombudsmae.blogspot.com/2009/12/educacao-infantil-e-alfabetizacao.html

Bjs!
Luana disse…
Oi Tais,
Meu mais velho tem um ritmo bem mais lento do que seus amiguinhos de escola, mas concordo com o que vc disse em relação à evolução. Esse ano passamos um período de muita preocupação, principalmente pelo fato dele não falar. Mas foi relaxar um pouco que ele se soltou e mudou muito durante todo esse período.
Acho que respeito é o que mais importa.
Um beijo
Janaina disse…
Sei que esse post já é antigo mas estou em meio a um problema parecido. Meu filho, que é um pouco adiantado (vai fazer sete anos em agosto) está no segundo ano. Já questionei a escola sobre voltar um ano só que a escola afirma que ele e um aluno completamente integrado , motivado e participativo e que a unica dificuldade dele no momento e a alfabetização. Ele já lê texto curtos e escreve espontaneamente. Mas pra escola parece que isso não é o suficiente. Eles esta numa aula de reforço tem mais de um més e eles acham isso normal. O meu questionamento é pq eu escolhi essa escola pq era construtivista. Não acho que eles estejam respeitando o ritmo dele. Não acho que eé lega mandar um aluno de seis anos pra casa com um boletim falando que ele foi reprovado em português . Ele não tem maturidade pra lidar com esse informação. Ele mesmo ficou falando que era burro e tal. Muito triste. Ele é um menino brilhante em tudo mais e estou muito decepcionada com a abordagem que a escola está tendo. Sou de Recife e é muito difícil escolher uma boa escola aqui em são paulo sem referencia. Achei seu texto super coerente e queria pedir sua opinião. Help!!!!!
Tais Vinha disse…
Janaína, difícil julgar sem conhecer direito o caso, mas aula de reforço para um garotinho que está adiantado na série é um indicativo que ele não está conseguindo acompanhar tão bem como a escola afirma. Essa do boletim tb é dura de engolir. Se ele tem 6 anos, e foi reprovado (?!), como a escola continua dizendo que ele está bem na série adiantada? Pelo que vc me descreve, aos 6 anos, ele estaria bem mais feliz, no primeiro ano, convivendo com crianças no mesmo estágio de desenvolvimeno dele, sem as cobranças absurdas que lhe estão sendo impostas. Para resolver de imediato, eu procuraria a escola e exigiria a mudança de turma. Acho inaceitável que eles digam que o garoto está adaptado e etc e sua única dificuldade é a alfabetização. Não é dificuldade...é amadurecimento neurológico. Ele tem 6 anos e estão cobrando dele algo que ele não vai conseguir dar. Sua vidinha vai ser de frustrações, óbvio...Se possível, mude tb o período, assim ele não tem que lidar com o "rebaixamento" diante dos amiguinhos. Mas jamais encare isso como "repetir de ano". De forma nenhuma...você está é colocando-o na série correta para a idade dele, pensando no hoje e no futuro.

E no longo prazo eu começaria a pesquisar outras escolas mais fiéis aos construtivismo e mais de acordo com o que vc acredita.

Um beijão e qq coisa, grite!
Anônimo disse…
Bom dia,
vi este post e me identifiquei imediatamente. Meu filho tem 9 anos e meio e após mudá-lo de escola diversas vezes e realizar exames de todos os tipos para tentar "encontrar" a dificuldade que ele possuia, encontrei uma psicopedagoga que me disse que ele teve um processo de alfabetização incompleto. Este processo, que foi traumático, gerou uma "aversão" à matemática. O progresso do meu filho com esse acompanhamento personalizado foi impressionante. Contudo, ele só conseguiu acompanhar o conteúdo em escola pública.
Agora eu quero encontrar uma escola particular construtivista de verdade em Campinas para que ele possa continuar esse progresso. Minha maior preocupação é que ele perca seu processo criativo.
Você tem alguma indicação?

Obrigada!
Tais Vinha disse…
Tive duas indicações em Campinas: a ECC, Escola Comunitária de Campinas e a Curumim. Se souber de mais alguma, publico aqui. Boa sorte com seu pequeno!
Tais Vinha disse…
Tive duas indicações em Campinas: a ECC, Escola Comunitária de Campinas e a Curumim. Se souber de mais alguma, publico aqui. Boa sorte com seu pequeno!
Ra disse…
Ola

Você citou nos comentários algumas escolas construtivistas em Campinas. Isso em 2013. E agora em 2016 tem alguma para recomendar. Tenho um peueno ue fará 2 anos em abril. Ele possui um atraso no desenvolvimento (teve um avc no primeiro mes de vida) e a escola precisa respeitar o ritmo dele.
Tais disse…
Oi Ra, eu conheço só as mesmas: a ECC e a Curumim. Vou ver se tem mais alguma e se houver te aviso. Um abraço!