Desinibidos e desavisados - a exposição adolescente na rede.
Desinibidos e desavisados - a exposição adolescente na rede.
A avó me conta, com um riso meio constrangido, que o neto está fazendo sexo virtual. A namorada pede que ele tire a roupa diante da uébicam e diz que está toda "molhadinha".
O neto tem 14 anos e a namorada 13. E os pais não sabem direito o que fazer, além de instalar filtros no computador.
Não ia publicar este texto. Achei invasivo demais. Incômodo. De uma intimidade que não me pertence. Até que li, domingo passado, a matéria do Estadão sobre a preocupante onda de exposição adolescente na internet. E depois saiu matéria no Fantástico.
É um assunto que ainda vai dar muito o que falar. Porque é grave e o fenômeno só cresce.
Entendo a curiosidade dos adolescentes. Já fui uma e também tive vontade de tirar fotos nuas. Necessidade de me sentir sexy. Mas era num tempo em que nossas fotos, no máximo acabavam numa caixa de sapato no guarda roupa. Há uma cena hilária no filme "Doidas Demais", em que a Goldie Hawn e a Susan Sarandon, já senhoras, encontram uma caixa de polaróides cheias das fotos dos pênis de todos os astros do rock com quem transaram nos tempos em que eram jovens tietes profissionais.
Mas como tudo nessa década, a leveza se foi.
Na internet, essa necessidade de auto-afirmação sensual vira um espetáculo público, visto por milhares de pessoas. E nossos filhos, que entram cada vez mais cedo na categoria "adolescente", não entendem as consequências disso.
Sou mãe de 3 meninos, um deles, com idade próxima à do neto da avó constrangida. Tenho pensado muito no problema. E começo a achar que entregar um computador na mão de um menor, é como entregar um carro. Só com muita supervisão. Eles até sabem operar. Mas não tem noção da responsabilidade.
E como "maiores responsáveis" temos que ir além. A mãe do garoto, não leva o caso adiante, porque o garoto esgoela e diz que prefere morrer a passar essa vergonha.
Imagino se a vergonha de ter a mãe se "metendo" na história é maior ou menor que ter que contar para os pais que sua jovem namoradinha engravidou. Ou de ter a sala de aula toda rindo do seu pipi tortinho.
Se eu fosse a mãe do menino, além de botar limites, tirar o computador do quarto e fazer marcação cerrada, tocaria a campainha da casa da garota e contaria aos pais dela o que está acontecendo. Precisamos agir em bloco. Se o problema persistisse, levaria o caso a uma delegacia. Os menores de idade não podem se responsabilizar por seus atos. Mas pai e mãe são maiores e responsáveis legais pelos filhos. Perante a justiça e perante a vida.
Acho que o assunto também deve entrar para a pauta das escolas. Em casa temos o peso da moralidade excessiva (pelo menos é o que nossos filhos acham). Um educador teria um acesso mais fácil ao grupo. É tema para um rico debate em sala de aula. Com jovem falando para jovem.
Já começo a ter saudade do tempo em que me preocupava com a gordura trans no biscoito recheado.
A avó me conta, com um riso meio constrangido, que o neto está fazendo sexo virtual. A namorada pede que ele tire a roupa diante da uébicam e diz que está toda "molhadinha".
O neto tem 14 anos e a namorada 13. E os pais não sabem direito o que fazer, além de instalar filtros no computador.
Não ia publicar este texto. Achei invasivo demais. Incômodo. De uma intimidade que não me pertence. Até que li, domingo passado, a matéria do Estadão sobre a preocupante onda de exposição adolescente na internet. E depois saiu matéria no Fantástico.
É um assunto que ainda vai dar muito o que falar. Porque é grave e o fenômeno só cresce.
Entendo a curiosidade dos adolescentes. Já fui uma e também tive vontade de tirar fotos nuas. Necessidade de me sentir sexy. Mas era num tempo em que nossas fotos, no máximo acabavam numa caixa de sapato no guarda roupa. Há uma cena hilária no filme "Doidas Demais", em que a Goldie Hawn e a Susan Sarandon, já senhoras, encontram uma caixa de polaróides cheias das fotos dos pênis de todos os astros do rock com quem transaram nos tempos em que eram jovens tietes profissionais.
Mas como tudo nessa década, a leveza se foi.
Na internet, essa necessidade de auto-afirmação sensual vira um espetáculo público, visto por milhares de pessoas. E nossos filhos, que entram cada vez mais cedo na categoria "adolescente", não entendem as consequências disso.
Sou mãe de 3 meninos, um deles, com idade próxima à do neto da avó constrangida. Tenho pensado muito no problema. E começo a achar que entregar um computador na mão de um menor, é como entregar um carro. Só com muita supervisão. Eles até sabem operar. Mas não tem noção da responsabilidade.
E como "maiores responsáveis" temos que ir além. A mãe do garoto, não leva o caso adiante, porque o garoto esgoela e diz que prefere morrer a passar essa vergonha.
Imagino se a vergonha de ter a mãe se "metendo" na história é maior ou menor que ter que contar para os pais que sua jovem namoradinha engravidou. Ou de ter a sala de aula toda rindo do seu pipi tortinho.
Se eu fosse a mãe do menino, além de botar limites, tirar o computador do quarto e fazer marcação cerrada, tocaria a campainha da casa da garota e contaria aos pais dela o que está acontecendo. Precisamos agir em bloco. Se o problema persistisse, levaria o caso a uma delegacia. Os menores de idade não podem se responsabilizar por seus atos. Mas pai e mãe são maiores e responsáveis legais pelos filhos. Perante a justiça e perante a vida.
Acho que o assunto também deve entrar para a pauta das escolas. Em casa temos o peso da moralidade excessiva (pelo menos é o que nossos filhos acham). Um educador teria um acesso mais fácil ao grupo. É tema para um rico debate em sala de aula. Com jovem falando para jovem.
Já começo a ter saudade do tempo em que me preocupava com a gordura trans no biscoito recheado.
Comentários
O assunto nao é dificil de entrar na pauta escolar, principalmente porque a maioria das escolas tem aulas de informatica e isso poderia (teria) de ser tratado como parte da aula, uma especie de etiqueta virtual para propria segurança.
Isso já faz parte da minha dica para a escola do meu filho na proxima reuniao escolar.
O post veio em muito boa hora!Obrigada Taís!
Fico imaginando como eles devem ficar sem graça ao verem sua intimidade exposta assim. Intimidade é coisa pra acontecer entre quatro paredes e sem câmeras. Porque adolescente é bicho doido, de repente resolve mostrar pra um, que aí conta pra todo mundo, e a coisa pode pesar mesmo. E como fica a cabecinha deles?
Assunto para entrar na pauta das escolas, sem dúvida, afinal há muitos assuntos em que, quando o educador fala, às vezes vale mais do que quando o pai fala. Quando a escola sabe estimular o debate entre os próprios adolescentes, então, melhor ainda. Com ajuda de um mediador, eles podem chegar a conclusões valiosas sobre assuntos tão complicados.
Não estou dizendo que os pais não tenha nenhuma responsabilidade nisso, justo pelo contrário! A conversa em casa precisa ser aberta. Mas muitas vezes santo de casa não faz milagre.
Bjoks
paula
PS: Linkei um texto muito bom da Rosely publicado hoje...
\
http://tentativaerroexperiencia.blogspot.com/
Acho que também deveria ter uma responsabilização dos sites que permitem o acesso indiscriminado de menores a redes de relacionamento que sabe-se Deus quem frequenta.
Mas o que mais me preocupa é que muitos pais afirmam que JAMAIS poderiam imaginar que o pimpolho ou a pimpolha um dia fossem se masturbar ou fazer striptease na frente de uma câmera. E isso vindo de gente que jura ter ensinado, alertado e monitorado.
Temos que instruir, soltar, confiar, mas com um olho no gato e outro na frigideira.
Bjs!
E nem adianta mostrar uma reportagem tipo essa para o adolescente, nessa fase da vida temos aquele sentimento de onipotência característica: pode acontecer com minha melhor amiga, com o vizinho, com meu irmão, mas comigo? Comigo não acontece!
Enfim, o assunto é polêmico e dá o que falar! Beijos
bjo, vou ver a notícia.
Concordo com a exigência de ajuda por parte das escolas.Afinal, a realidade(ou virtualidade) deles é algo que nunca experimentamos nessa idade em que eles estão.
Só nos resta o controle.
bjo
Achei que essa notícia, embora não diretamente ligada, tem a ver com a conversa
Justiça condena mãe por cyberbulling
03 de julho de 2010 | 0h 00
A mãe de um jovem que praticou cyberbulling em Carazinho, Rio Grande do Sul, foi condenada em segunda instância a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais ao ofendido. A relatora do acórdão no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, desembargadora Liége Puricelli Pires, considerou que os pais têm o dever de guardar, orientar e zelar pelos filhos menores e respondem civilmente pelos ilícitos praticados. Na época das ofensas, os envolvidos eram menores e estudavam juntos na mesma classe
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100703/not_imp575676,0.php
Mas, enfim, adorei a divulgação da matéria e vou ler assim que der. Aproveito para convidá-la a particpar dos debates do novo blog What Mommy Needs? que é derivado do Enquanto Esperamos, mas está com domínio novo e nova proposta. Passa lá!
www.whatmommyneeds.net
Beijão
Mães que tentam proteger a infância e não desistem diante do bombardeio de mensagens que estimulam a erotização e o consumo precoces.
Mães que empreendem, que inventam, que abrem mão, que buscam alternativas, que assumem o vazio e a sobrecarga. E promovem viradas.
Mães que brigam por uma escola melhor, mais humana e significativa; pública ou privada.
Que pensam globalmente e agem localmente, casa a casa, família a família.
E que administram seus lares, como se ali começasse a mudança que desejam para o planeta.
www.grupocria.com.br
Qdo. meu menino quis fazer uma página no Orkut, fiquei cheia de medo, mas achei por bem deixar e orientá-lo. Pois vc acredita que um dia, ele acessou num local público, esqueceu de logar na hora de sair, alguém entrou e zoou totalmente com a página dele? Ele ficou arrasado quando viu na página "sou gay" e fotos de mulheres peladas. Fiquei morrendo de dó, mas foi uma lição ótima para ele entender a gravidade da coisa. Hj ele é muito mais cuidadoso. Qdo. discuti com ele o episódio do Fantástico ele disse: "Que mico! Eu mudaria de país!" Acho que aos poucos está tomando noção do tamanho da encrenca. Mas certeza mesmo, não tenho de nada. E já escrevi sobre isso.
É ensinar, soltar e monitorar. Aos poucos, conforme vamos sentindo firmeza no terreno.
E sobre o sexo aos 14 anos, sem comentários. Foi a primeira coisa que me ocorreu, tb. Na história que contei, do casalzinho de 13 e 14, minha "estupefação" foi com a idade dos dois. 13 é um ano a mais que o meu!
Será que os demais pais convivem levemente com isso e eu que sou careta ou por fora?
Bjs!
Aliás, o que o povo mais diz é que as meninas estão muito mais difíceis que os meninos. Não sei se é verdade, mas dizem que hj elas é que assediam os garotos. No caso que a avó me contou, o assunto era esse. Que a menina ficava atrás do garoto. E que as meninas estavam impossíveis.
Sou mãe de menino, não sei dizer, mas acho-os tão infantis, ainda pouco ligados no lance. O assunto aqui sempre é futebol e de vez em quando, futebol. As meninas ainda não entraram na pauta. E quando entram é reclamação.
Bjs!
Beijos!
Minha preocupação não é apenas com a participação da escola, mas com a falta de personalidade de algumas crianças e adolescentes, que vão na onda dos amigos sem pesar as conseqüências do que pretendem fazer.
A impulsividade aliada à falta de valores da família (tb falta de diálogo e de conhecimento) podem causar um grande estrago.
No caso desse menino de 16 e da menina de 14 anos de idade que fizeram apostas pela webcam que seriam pagas com sexo oral, por exemplo, houve prisão. Mas será suficiente pra fazê-los pensar?
Beijo,
Ingrid