Mamãe e a cobra


Foi uma chuva de granizo daquelas. A garagem amanheceu coberta de gelo e lama. Empunhando uma pá e uma xícara de café bem quente, ela enfrenta o frio e começa a limpeza. A filhota também dá suas vassouradas enquanto se diverte deslizando os pés na lama. Quando estavam terminando e o último montinho de gelo e lama se acumula sobre o ralo, a filha avisa: "mamãe, olha uma cobrinha!". Ela dá um salto. No meio da sujeira, havia uma pequena cobra, toda enroladinha.

Com o coração disparado, ela afasta a menina e cutuca a cobra com a vassoura. Nada. Provavelmente a coitadinha morreu congelada depois de passar a noite no gelo. Mesmo assim, era bom ficar esperta. No melhor estilo supermamãe "xácomigo" em ação, ela pega um vidro de palmito, empurra a cobrinha pra dentro, ao mesmo tempo em que mantém a filha a uma distância segura. Um pouco de álcool para conservar, uma tampa e feito!

Agora as duas tinham um lindo exemplar de cobrinha, capturado por elas mesmas e pronto para ser exibido para os coleguinhas, vizinhos e o incrédulo marido. A empregada, muito entendida de cobras e lagartos, deu o alerta: "É um filhote de coral. E se tem filhote, a mãe deve estar por aí. A senhora tem que achar o ninho.".

O quintal era grande. O medo maior ainda. Melhor agora se concentrar em dar almoço para a filha e levá-la para a escola.

Na escola, a cobra é exibida com orgulho. O vidro de palmito passa de mãozinha em mãozinha. Professora e coleguinhas, todos ficam admirados do feito e da coragem das duas.

Na saída, a mamãe caçadora de cobras encontra a mãe de um amiguinho, muito entendida de bichos estranhos. Conta a história e pergunta se ela poderia ajudá-la a identificar que tipo de cobra era aquela. A outra mãe pega o vidro, chacoalha, ergue, olha contra a luz e dá o veredito: "É uma cobra do tipo China. "

"China?!"

"É esse sinalzinho é muito característico...tá vendo aqui, perto do rabinho, tá escrito 'made in china'".

Quem passou por ali no momento, se admirou ao ver duas mães histéricas, quase rolando no chão do estacionamento, de tanto rir.

Comentários

Anônimo disse…
Caramba, de onde você tira essas histórias???

Boas risadas...

Mas eu, uma vez, enfrentei uma cobra de verdade! Foi assim: cheguei da escola com as meninas, lá no Rio, e a empregada chamou as duas.

- Vem cá ver uma coisa!

E foram. Aí, de repente, ela chama:

- Ai, Silvia, vem cá ver!

E lá estava a cobra. Era pequena, mandei ela entrar em casa com as meninas, a pobre cobrinha tentando fugir, mas eu não entendo nada do bicho, fiquei com medo de ser venenosa. Peguei um pau e dei tanto na cabeça da bichinha (por que elas não param de se mexer mesmo depois que a gente acabou com elas?) que, quando fui mostrar pro marido e pro sogro identificarem, eles riram de mim e disseram que, com a cabeça estraçalhada daquele jeito, ficava difícil...

Em tempo: a moça tinha a intenção de mostrar um sapo que estava na varanda pras meninas, não era a cobra, não!
Anônimo disse…
Oi Silvia,

Esta história é verídica e aconteceu exatamente como está escrito. É uma das minhas preferidas.

A sua tb foi uma mãe adventure, mas vc não ficou com dó da cobrinha, não? E o sapo virou cobra? Ou a cobra foi dar um nhoc no sapo e lá estava vc com o tacape na mão?

Gças a Deus nunca tive que enfrentar cobra. Acho que morreria de susto antes. Aqui perto de casa pegaram 2 cascavéis. E na casa onde morava antes pegaram uma com mais de 1 metro. Não caberia no vidro de palmito, mas o Juba levou a foto pra Moppe. Essa era made in Urbanova!

Bjs

Taís
Renata Rainho disse…
No meu bairro uma vez também teve uma histeria por cobra quando foram ver era uma bora de mentira, de plástico.
Anônimo disse…
Aiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!
Que vergonha! Fala sério! Tais! Ainda bem que não foi com você! Adorei! Vou verificar antes de colocar o bichinho em exposíção ou dou um jeito de raspar o local de procedência.
Dri
Levi Rodrigues disse…
Olá,

Eu já vivi isso com um "cocô' enorme, mas era daqueles de plásticos e só fui descobrir quando cutuquei também...rs

Parabéns pelo blog!

Levi Rodrigues
www.good4kids.com.br
Anônimo disse…
Taís, morri de pena da cobra, mas o medo falou mais alto. Em geral, mesmo com bichos nojentos (exceto baratas, mosquitos e moscas) ou não-nojentos eu faço o seguinte: pego um papel, ponho o bicho em cima e solto no jardim. Vale pra aranhas, lagartixas, lagartas... Sapo eu espanto empurrando. Aliás, morro de saudades dos sapos, lá no Rio a gente tinha um monte que moravam no jardim.

A Carina contou a história da cobra do Juba. Ops, ficou esquisito isso... Hahaha.
Vanessa Anacleto disse…
As histórias verídicas são as melhores.

Abraço e bom fds!