Filhos, festas e aparelhinhos eletrônicos.
Você está numa festa ou jantar. Ao seu lado, um adulto saca
do bolso um celular e começa a interagir com a tela. Você tenta puxar conversa,
mas ele responde por monossílabos, sem tirar os olhos do pequeno monitor. Isso
quando lhe dá alguma resposta. Logo, você e todos ao redor desistem de fazer
contato. E a festa segue sem ele.
Adultos normalmente não fazem isso em encontros sociais. É
extremamente mal educado além de um despropósito em uma reunião entre
familiares e amigos. Quem não quer interagir, que fique em casa.
Pois alguém me ajude a entender o motivo deste comportamento
ser cada vez mais tolerado entre as crianças e adolescentes. Nos eventos deste
final de ano, me surpreendi com a quantidade de crianças em atitude quase
autística diante de um pequeno aparelho eletrônico.
Meninos e meninas que não conversam com primos, mal
respondem às perguntas dos avôs e não se esforçam em fazer amigos. Cheguei a
testemunhar adolescentes entediados em locais com mar, gente da mesma idade e
piscina, porque lá não tinha internet ou gueiminho. E o pior é que faziam todos ao redor se sentirem os mais chatos do planeta. Difícil competir com o Steve Jobs ou com o Mark Zuckerberg.
Eu sei que começar o ano com um puxão de orelha não pega
nada bem, mas pai e mãe, que filhos são esses que estamos criando? A
sociabilização é um aprendizado. E como todos os aprendizados tem suas etapas
ao longo das diversas fases da vida. Nossos filhos, com nossa total conivência
(e, convenhamos, muitas vezes para nosso sossego), estão deixando de viver fases
essenciais deste aprendizado.
Os aparelhinhos são inevitáveis? Que sejam, mas cabe a nós orientá-los para o uso social deles. Em festas nem pensar. (Em recreio de escola idem, onde já se viu criança parada e sozinha no intervalo?)
Tourear crianças em restaurante ou eventos não é fácil. Mas
se o convite é para levá-las, que sejam aceitas como são: irriquietas,
brincalhonas, barulhentas, crianças, ora!
Antes isso do que decorações de mesa com brilho azul no rosto.
O que mais sinto é pela perda. As crianças que vi conectadas
me pareceram muito legais. Talvez se eu tivesse um outro aparelhinho
conseguiria que elas me adicionassem como amiga. Na base da conversa,
fracassei.
.
Comentários
BJS
bjs e umm excelente ano novo pra vc!
Nadja
Também fui pra praia na virada do ano e os filhos dos amigos queriam voltar pra casa antes dos fogos terminarem porque a conexão estava ruim ali!
Beijão.
Adorei o texto.
bjos e um ótimo final de semana.
Trocar a experiência do conflito entre pessoas pelo conforto de acumular níveis nos joguinhos reverbera por todos lados negativamente na grande maioria das vezes.
Mas podemos mudar, administrar com nossas crianças. É uma escolha.
bj
Concordo com tudo que disse!!!
Eu quase morro quando vejo meu irmãozinho enfurnado dentro de casa, mexendo no PC, ou no video game, ao invés de nadar ou de pular na cama elásticas que temos por aqui! Um verdadeiro desperdício!
A Lara, pelo que parece, gosta do ar livre, de ficar fora de casa. Às vezes eu enlouqueço, mas tenho certeza que será melhor para ela.
Até no Ipad ela já sabe mexer. Sorte que nem eu, nem minha mãe (que é dona do Ipad) deixamos!
ótimo! ótimo texto!
Meus filhos são os únicos E.T's da turma que não tem aipódi,nintendo, ai-isso ou ai-aquilo...Mas usam muito pro meu gosto as redes sociais, o pc em casa, etc...Brigo, esbravejo e às vezes funciona...
Excelente reflexão!
Olha, eu reconheço que as crianças estão assim mesmo, a maioria não SABE se divertir, se relacionar, brincar.
Mas conheço muitos adultos que também se renderam aos aparelhos e ficam como zumbis, respondendo monossilabicamente e vidrado em redes e emails.
É uma triste constatação, veja se consegue visualizar este vídeo: https://www.facebook.com/#!/photo.php?v=163797740370595, se não conseguir vou tentar te mandar de outro jeito.
Bjus
Hegli
Pais hoje são provedores, abriram mão de estar com seus filhos para garantir a socialização pelo consumo. E aí toda essa atitude se explica e se justifica. Dar ao filho um aparelhinho de última geração e não se importar de ver o filho exibindo o dito cujo por aí significa muito mais do que vê-lo brincando, conversando e aprendendo as regras do convívio social e familiar.
Beijos
Acabei de ver uma página no Face um grupo de monitoras fadas que entretem as crianças em casamentos e eventos sociais para adultos.
A chamada é + ou - assim: cuidamos de suas crianças no seu casamento!
Não sei até que ponto isso é legal ou não...
Bjos
Bjs