Bullying em escolas particulares fere o código do consumidor. E nas públicas?


O tema bullying continua dando o que falar. A Adriana encaminhou dois linques com notícias recentes.

O primeiro é sobre uma escola particular no Rio de Janeiro, condenada a indenizar em 35 mil reais a famíliade uma menina vítima de bullying. Clique aqui para ver a notícia no uol.

A sentença foi baseada no código do consumidor: pais e escolas tem uma relação de prestação de serviço. O juiz entendeu que mesmo que o ato tenha sido praticado por crianças, dentro da escola o aluno está SOB RESPONSABILIDADE dos educadores. Eles precisam garantir a integridade física e psicológica de todos.

Não sei se comemoro ou lamento. A decisão do juiz reafirma o que nós mães temos discutido e divulgado em nossos blogs: que a escola também tem que se posicionar firmemente contra esta prática e desenvolver ações cotidianas para minimizá-la.

Ao mesmo tempo lamento que um assunto que deveria ser encarado por todos os educadores com uma questão de princípios éticos e morais, esteja sendo lidado como simples questão de direito do consumidor.

Serve para quem tem filho em escola particular. Mas como ficam os alunos das escolas públicas? Qual a brecha que os juízes vão encontrar para chamar na chincha os concursados do sistema público que se omitem diante de fatos vergonhosos como este de Mata Grande, Alagoas. Clique aqui para ver a notícia. 

O vídeo que deu motivo à matéria é a versão brasileira do caso Casey Hanes. Só que dessa vez, não houve reação do alvo aos tapas à la Bolsonaro que o colega fortão deu na cara dele. Caso consiga ver o vídeo no Youtube, prepare-se para ficar chocado e muito, muito constrangido com a humilhação sofrida pelo garoto. É de chorar!

Neste caso, assim como no da garota da faculdade Barão de Mauá (o bicho tá pegando! clique aqui para ver a notícia e a foto da cara da menina após o ataque), a diretoria havia sido informada do problema e os ataques aconteceram após a procura de ambos por ajuda.

Para concluir, a cereja do bolo. A pérola de análise do UOL Jogos para o jogo Bully. Sinceramente, não sei se o mocinho que faz a narração do vídeo é muito irônico ou totalmente sem noção. É de 2009, mas parece que foi esta semana. Clique aqui para assistir e seguuuuuura peão!

Ô caminho longo o que temos pela frente!

Comentários

Pois é Tais,

Eu também não tenho opinião formada a respeito da decisão da justiça no caso da escola do Rio.

O assunto dá o que falar, mas fica claro que tanto escola quanto família precisam rever seus posicionamentos em relaçao à educação de um modo geral.

Família hoje é provedora de assistência material capaz de garantir a socialização (ou não) dos filhos e ponto.

Escola virou um espaço para garantir e perpetuar esse tipo de socialização que invariavelmente leva à exclusão.

E o que é o bullying se não uma ferramenta de exclusão e socialização?

Complicado né!
Renata disse…
Será que o Estado não pode ser responsabilizado? não com base na lei do consumidor, mas responsabilidade civil mesmo, afinal trata-se de omissão em situação em que os danos morais são irreparáveis, ainda mais que se trata de infância...
Tais Vinha disse…
Oi Renata, claro que sim. E o menino de Alagoas já está considerando uma ação. E tem o ECA que garante os direitos do menor.

Mas conseguir algo de uma instituição pública é muito mais complicado, certo? Vide a saúde. E mais de 90% da educação brasileira é pública.

(Uma vez li sobre uma ação contra uma escola pública em Brasília por bullying que, se não me engano, ficou em 3 mil reais. Olha a diferença. E não sai do bolso do educador. Sai do estado, que é outro responsável por ser o gestor do sistema)

Além do que, na escola pública lida-se com uma parte do público tão historicamente sacaneada que nem todos tem noção do que é ir atrás do seu direito. Ficamos sabendo desse caso de Mata Grande por conta da internet. E os outros que ninguém divulga?

Por isso que lamento que as coisas não se resolvam internamente, com atuação consciente dos envolvidos.

O puxão de orelha da justiça é bom para o povo pelo menos acordar. Como diz a Paula, se não é pelo amor, vai pela dor.

Bjs!
Nine disse…
Ai, que situação, em? Li as reportagens que vc linkou...tem até agressão gratuita e por adultos, meodeos!

Sobre a decisão da justiça, reforça a idéia de que não é legal maltratar os outros, não é legal a escola deixar correr solto uma coisa como essas...mas como vc disse e na escola pública? Como faz?

Beijos!
Nine
Oi Tais,

Fiquei tão... sei lá que palavra usar pra descrever o que eu sinto sobre esse e outros assuntos que envolvem a escola, que esqueci de agradecer o link pro meu blog.

Valeu!

Beijos
Mirys Segalla disse…
Olá Tais:

Sou amiga de faculdade (de jornalismo) da Ana Beatriz (Bia!) e do Márcio, e nos encontramos nesse final de semana... e eles me indicaram o seu blog!

Me disseram que tinha tudo a ver com o meu, que eles adoravam seu canto, etc, etc.

Eu vim conferir! Parabéns!!!
Aos pouquinhos vou conhecendo mais seu espaço (e deixando comentários!).

Bjos e bençãos.
Mirys
www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com