Identidade de mãe



Identidade de mãe.

A primeira mãe segura o microfone e conta que trabalha fora por opção. Adora o que faz, mas reconhece que é muito difícil conciliar vida própria, profissional, maternidade e casamento. Vive correndo de um lado pra outro, gostaria de ter mais tempo com os filhos e todas as queixas comuns da maioria das mulheres que trabalham fora. Mas afirma que jamais ficaria em casa. Teme perder sua identidade, mesmo achando que muitas vezes a não a encontra em meio à tanta loucura e cansaço. A casa a sufocaria e não abriria mão da carreira que lutou tanto pra conquistar.

A segunda mulher olha para a câmera e conta que optou por ficar em casa. É mãe tempo integral. Ainda tem dúvidas da sua opção, mas enquanto as crianças são pequenas, sente que é dever seu estar presente. Considera-se num período de doação. Por enquanto, nada é mais importante na sua vida que sua família. E é para ela que vive e se dedica. Quando pensa nas amigas enlouquecidas, muitas tomando anti-depressivos, com filhos em criados em creches ou por babás, acha que fez a escolha certa. Não quer aquela vida. Mas tem dúvidas se a vida que vive é exatamente a que quer.

Colocadas frente a frente num programa de TV as duas argumentam. A primeira defende com unhas e dentes sua opção e acha que filho e marido não justificam tamanho sacrifício. Pergunta: "E quando seus filhos crescerem? O que vai ser de você?". A segunda defende-se dizendo que hoje é o momento deles. Que os filhos da outra são criados por terceiros e que isso trará consequências no futuro. O auditório se divide.

A discussão prossegue sem conclusão. A psicóloga do programa intervém. Diz que ambas tem sua razão, que a situação não é 8 ou 80. E blá, blá, blá.

Faltou uma terceira convidada no programa. Uma mulher que não contasse o que faz. Saberíamos apenas que ela é mãe. E que dissesse que a opção que tomou não foi por filho, nem por marido, nem por carreira. Foi por si própria."Escolhi o que era o melhor pra mim. Não foi fácil, ainda é difícil, mas tenho certeza que nada seria melhor pra mim neste momento."..."Não tenho a menor idéia de como estarei daqui há alguns anos, nem como meus filhos ou meu casamento estarão, mas hoje estou bem. Cuidando de mim e, com isso, cuidando melhor deles. Tenho dias de loucura e correria, mas estou no controle da minha vida. E sei que minha identidade está em mim. Não na minha carreira, nem no meu marido e muito menos nos meus filhos. Amo-os imensamente. Mas amo mais a mim mesma. E com isso consigo amá-los ainda mais a cada dia."

Aí o programa se encerraria. A platéia bateria palmas, mas muitos sairiam do estúdio sem entender direito o que aquela mulher misteriosa quis dizer.

Comentários

Anita disse…
Esse negócio dá pano para mangas mesmo..Ontem ainda encontrei com uma amiga na saída da escola, ela psicóloga como eu, só que por opção, em casa e eu trabalho.Ela reclamou, achou-se inútil, os filhos cresceram(11 e 7 anos) e diz que olha para o apto. todo dia, depois que cada um sai em busca de sua rotina e tem vontade de chorar..e chora sempre.Achei-a deprimida, alertei-a, mas sabemos, eu e ela, que aos 43 do segundo tempo, qualquer mudança é difícil...
Acredito que a química familiar deve prevalecer, o que se precisa, o que se abre mão, etc..Tenho uma amiga e comadre que foi viver na China, abriu mão de tudo em busca do sonho profissional do marido.Hj cuida dos filhos, não tem faxineira pois lá é caro e vivem muito bem obrigada!!C'estLavie!
Cynthia Santos disse…
Perfeito.
Eu , quando grávida, queria largar tudo pra ficar só cuidando do Arthur. Na licença maternidade, estava louca pra voltar a trabalhar..hoje, queria poder parar um pouco e curtir meu filho...eheheheh acho que muito se discute sobre o papel da mulher na sociedade, e isso afeta muito nosso lado emocional. Nos cobramos o tempo todo, querendo ser perfeitas em tudo, e nos esquecemos exatamente disso: o que EU quero? EU estou feliz assim? Ainda ontem discutia com a Aninha do balde sobre o fato de que muitas vezes nos anulamos em prol de uma sociedade que nos cobra sermos mães sorridentes e felizes, termos a família perfeita, quando na verdade, não é assim que a coisa rola. E por essa imposição social, muitas não têm a coragem de pedir ajuda pra não quebrar esse "modelo" de mãe perfeita. Por conta disso, tomei um baque incrível nos primeiros meses de vida do Arthur, que foram muito difíceis (quebra da rotina, choro, noites mal dormidas, peitos rachados), e me perguntava o que estava errado comigo. Só depois de ter contato com outras mães (abençoada blogosfera!)é que descobri que sou uma pessoa normal,e consegui juntar minhas peças e me remontar...eheheh ainda estou meio fora de eixo, mas posso dizer que EU, neste momento, estou feliz, trabalhando fora e curtindo muito as façanhas do meu filhote!
Silvia disse…
Eu acho que cada uma tem que encontrar o seu equilíbrio. Se, para uma, trabalhar fora a sustenta emocionalmente (porque, a menos que se trate de famílias de classe mais baixa, dá pra qualquer uma segurar as pontas financeiramente se decidir parar um pouco), que trabalhe. Infelizmente no Brasil ainda não temos a opção de trabalhar meio expediente a menos que sejamos profissionais autônomos ou liberais, ou que tenhamos o próprio negócio. Acho importante a mulher perguntar a si mesma: isso me faz feliz? Se faz, ótimo.

Eu trabalho em casa, e produzo menos volume do que poderia produzir. Mas, por conta disso, dou mais atenção às crianças. Não acho ruim, embora sofra algumas pressões de vez em quando para produzir mais. A gente vive mesmo em um mundo onde quem não "produz" não vale nada. A sociedade põe pra baixo mesmo. Tsc tsc. Coisa feia. Produzir não é só gerar mais dinheiro.

E, ultimamente, tenho me perguntado: mais dinheiro pra quê? Se temos o básico (alimentação, moradia, estudo), só precisamos ainda de convivência e amor. Pra que querer o carro do ano, o celular que só falta falar sozinho, um monte de brinquedinhos eletrônicos e bonecas que falam 500 frases? No fim, nem são essas coisas que mais alegram a gente. Só trazem uma euforia momentânea.

Eu quero mais é paz, sombra e água fresca. :-)
Unknown disse…
vc falou tudo, a escolha tem que ser individual e tão somente da mulher. Ela não pode dizer que fez isso pelos filhos, marido etc e depois ficar cobrando um retorno...
Nem pode ir trabalhar fora e jogar o peso de tudo nas costas da empresa, que é "culpada" pq está longe dos filhos etc etc
Nem colocar a vida toda dela nas mãos de outros... O papo todo é esse, assumir as escolhas, sejam elas quais forem...
Acho que o que deprimi uns e outros, ou umas e outras é que as escolhas não foram tomadas, mas sim simplesmente seguidas...
Como sempre um ótimo tema, escrito otimamente.
Bjoks
Paula
Unknown disse…
ahhh, vc sabe o nome desse quadro? é do Gustav Klimt?
Ira disse…
Adorei! Minha filha tem dois anos e três meses e parei de trabalhar fora um pouco antes dela nascer. Mil cobranças de todos os lados. "Você estudou tanto pra virar dona de casa?" é o que mais escuto. Acho (e há confirmações na literatura) que quanto maior a escolaridade do cuidador, melhor para a criança. Antes eu respondia que parei de trabalhar fora para cuidar de minha filha. Tive, e tenho, dias em que queria mais era ter babá, empregada e jogar tudo para o alto! (assim como quem trabalha fora tb tem os dias que querer jogar o emprego para o alto). O trabalho doméstico, cuidar de criança, círculo social restrito... tudo isso desgasta. Mas de tanto refletir sobre o tema cheguei a seguinte conclusão: não parei de trabalhar por causa da minha filha e sim por mim mesma. Egoísmo? talvez. Fui sincera e honesta comigo mesma. Tive uma infância de pouca atenção materna/paterna, fui criada por empregadas e babás e sabia que não queria perpetuar isso. Não quero dizer que quem trabalha fora não dá atenção aos filhos. Muitas pessoas conseguem conciliar as múltiplas funções, mas eu não conseguiria. Então, por mim, para que eu não explodisse, para que eu me sentisse bem, optei: fiquei em casa. Como será amanhã? Não sei. Quero voltar a trabalhar e, quando isso acontecer, creio que terei feito as pazes comigo mesma com este tema tão polêmico e delicado.
Dona Pimenta disse…
Nossa! Cheguei a chorar com este post! Hj mesmo saí pra olhar escolinhas para o meu filho de 1 ano e 1 mês. Tem dias, ou horas, que acho que será melhor pra ele a escola, em outros que pelo menos por mais um ano ele não perderia nada se ficasse no aconchego da casinha dele. É uma decisão muito dificil e as expressões externas e, principalmente, aquelas do fundo do coração - que nos impomos constantemente - são as que mais incomodam e nos fazem sentir culpa, seja qual for a decisão tomada! Se eu tiver chance, em outra vida, prefiro nascer homem!!!
Amo teu blog!!
Bjsssss
Pimenta
Hegli disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Hegli disse…
Amei seu texto, muito significativo e emocionante para mim. Fiz uma opção que ainda é muito questionada (?): a de trabalhar menos, de estar mais em casa, com meu filho, menos sobrecarregada com as várias tarefas que eu tinha na época em que trabalhava, as profissionais, domesticas e maternas.
E não tenho vergonha de dizer, FIZ POR MIM MESMA. Agora tenho menos dinheiro, menos “sucesso” profissional e mais TEMPO, me sinto mais viva, mais tolerante. Já não vivo berrando com meu filho por qualquer coisa, já não levo a sério as pequenas discussões com o marido e não tenho um chilique quando a cachorra come o sifão do tanque.
E estou tão convicta de que não quero voltar à vida “executiva” de antes que ando fazendo bazares com minhas roupas, sapatos e bolsas, tudo semi novo. Já vendi um monte e o restante está numa mala que vai para um brechó HOJE. Fora todas as doações que fiz... o que não deixa de ser também uma libertação.
A vida ficou mais fácil e mais gostosa de ser vivida. Percebi que já conquistei bastante e hoje quero trabalhar para ter o básico. E ainda escolhi o desafio de trabalhar esse meio período em uma escola pública (o que já é aventura e emoção demais pros meus dias) hehehe.
Enfim, eu tb sou a mãe que faltou no programa e poderia falar com toda seguraça: "ESCOLHI O QUE ERA O MELHOR PRA MIM. NÃO FOI FÁCIL, AINDA É DIFÍCIL, MAS TENHO CERTEZA QUE NADA SERIA MELHOR PRA MIM NESTE MOMENTO."...(e acho que a família e cachorras tb agradecem, rs)
Bjus
Hegli
Tais Vinha disse…
Quando leio as histórias de vida que vocês me enviam, me surpreende como vivemos histórias distintas e ao mesmo tempo tão parecidas emocionalmente. A maternidade definitivamente nos une. Com toda a sua beleza e incertezas.

Juro que, nesta discussão, eu gostaria de estar numa mesa redonda, pra que pudessemos conversar trocando olhares e risos. Mesa redonda é muito formal. Queria estar numa varanda, com um sofá bem gostoso, tomando um vinho gelado e conversando.

"...as escolhas não foram tomadas, mas sim simplesmente seguidas". Achei este comentário bem significativo. Grande parte da minha vida, segui. Fiz o que estava programada para fazer. A decisão de parar de seguir e "escolher" foi uma das mais difíceis. Escolhas são sempre muito doloridas, pois sempre teremos que abrir mão de algo. E é da natureza humana querer ficar com tudo.

E temos o péssimo hábito de criticar quem não faz a mesma opção que a gente. Adolescentes até se afastam de quem não segue. Mas ainda bem que a gente cresce, não?

Vou terminar com um texto espírita que li outro dia, tão reconfortante... Dizia que, quando olharmos para trás, não devemos nunca lamentar uma decisão tomada no passado. Fizemos a escolha que nosso desenvolvimento permitia naquele momento. E se hoje achamos que poderíamos ter escolhido outro caminho é sinal que mudamos, crescemos, evoluímos. E isso é motivo para festejar e não para sentir culpa ou sofrer.

Não é o colo que todas precisamos?

Bjs! E muuuuuito obrigada por seus comentários tão verdadeiros e emocionantes. Vocês não sabem como estas trocas são importantes na construção da tão desconhecida identidade de mãe.
Cynthia Santos disse…
Thais, eu que agradeço ter conhecido você num universo tão grande como a internet. Adoro seus textos, me levam a reflexões muito profundas e me ajudam a me conhecer e me aceitar cada vez mais... adoraria te conhecer pessoalmente e podermos desfrutar dessa varanda, fico imaginando a cena, uma delícia!
quanto a não se arrepender pelo que foi feito, sempre foi o meu lema... acho que é por isso que sou espírita, após muita procura, foi na doutrina que passei a entender o porquÊ das coisas acontecerem e foi lá que ganhei colo...ehehehe
Beijos!!
Cynthia Santos disse…
Thais, eu que agradeço ter conhecido você num universo tão grande como a internet. Adoro seus textos, me levam a reflexões muito profundas e me ajudam a me conhecer e me aceitar cada vez mais... adoraria te conhecer pessoalmente e podermos desfrutar dessa varanda, fico imaginando a cena, uma delícia!
quanto a não se arrepender pelo que foi feito, sempre foi o meu lema... acho que é por isso que sou espírita, após muita procura, foi na doutrina que passei a entender o porquÊ das coisas acontecerem e foi lá que ganhei colo...ehehehe
Beijos!!
Anônimo disse…
Quando engravidei a primeira vez foi lindo, recebi o meu marido com uma taça do nosso vinho preferido e um par de sapatinhos vermelhos avisando-o da paternidade... Infelizmente perdemos a gravidez no primeiro mês, até aí tudo bem, fui recebida em casa num dia em que estava aterrada com um lindo vaso de flores brancos da minha cunhada com lindos dizeres... Mas tudo complicou, virou um tumor maligno e tive que passar por uma quimio leve isso para mim não teve a menor importância pois a médica sempre me garantiu que poderia engravidar novamente e sempre fui muito matemática e gostei muito de programar tudo, passado o tempo certo engravidamos, nasceu um filho lindo, calmo, e depois de 6 meses ele teve que fazer um transplante de medula óssea. Hoje, está curado, tem 3 anos, estou voltando a trabalhar e aprendi que a maternidade não é nem de perto matemática ou lógica. Ela é visceral, tem que ser vivida, um dia de cada vez e pronto, cada um do seu jeito, devagar, uma delícia. É muito gostoso brincar com filho, acordar com ele no meio da nossa cama, ganhar um elogio deles dizendo que somos linda quando estamos usando roupas velhas, brincar de coisas simples, não planejar nada, é só isso, aos poucos vou voltando a trabalhar, tento, consigo, as vezes regrido e vamos indo, cada um na sua. Tais super obrigada pelo colo eterno, um grande beijo Dri dessa cunhada que te ama muito e te tem como grande exemplo.
cynthia disse…
Puts, que lindo isso, achei demais.
Nadja Barros disse…
Taís, sei que já foi dito, mas quero repetir: Lindo texto! Excelentes palavras! Um tema pra refletir por dias! E foi o que fiz! Precisei digerir lentamente, remoendo cada instante da minha vida e engolir, ás vezes com goles de água, outras com goles de álcool...pra tudo ficar no devido lugar!
Mais lindo ainda os comentários! Depoimentos carregados de amor, culpa, suspiros, lágrimas, felicidade, amor...senti a emoção aqui, quase palpável!
Eu sou a mescla das três convidadas: tomava minhas próprias decisões qdo recém-casada. Eu estava em primeiro plano, sempre! Então vieram os filhos. Dois. E eu vivia numa rotina frenética, trabalhava mais de 12 hs por dia!! :( E me culpava pelas próximas 12 horas seguintes!!! Isso subiu pelas minhas entranhas, chegou até a garganta e a cabeça fez o que o coração pedia: larguei tudo, trabalho esporadicamente. Cuido dos meus filhos, tenho ajudante em casa, mas a alimentação, a ordem na casa, as tarefas escolares,a educação das crianças, os conflitos entre irmãos, entre o casal, entre pais e filhos, filhos e escola... sou eu que acompanho, interajo, ensino, sofro, aprendo, cresço e hoje estou feliz...até quando? Te digo daqui a algum tempo, ok?!
beijo grande, obrigada pela reflexão! Obrigada a todas que passaram e deixaram suas estórias aqui! Foi enriquecedor!
Taís, com sua permissão, vou reproduzir uma frase sua no meu blog e linkar pra cá, ok? Queria mais leitores pra seu fantástico texto!:)
Carolina Pombo disse…
Taís, vou cair na repetição: obrigada por esse texto! Simples e verdadeiro! Laura está com 6 meses e eu ainda estou nascendo como mãe... nascer é doloroso... mas é lindo, né?
Taís, hoje é dia mundial da gentileza. Fui convidada a uma blogagem coletiva e estou passando a ideia adiante. Espia lá no Pacha Mama.

beijos!
Thaís Rosa disse…
putz xará, fiquei um tempo sem aparecer por aqui e que falta me fez! e hoje me deparo com este texto incrível, eu que ando tão em busca de minha identidade (não apenas de mãe, mas de mulher)... Sensacional.
E essa varanda virtual, todos esses comentários incríveis, um verdadeiro aprendizado para mim! E só mostra como o tema é pulsante, e como nos faltam espaços para conversarmos aberta e sinceramente sobre ele... (sem que seja no consultório de um analista... hehe)
Eu fiz minha opção ao fim da licença maternidade, continuei trabalhando meio período, e uma parte deste período de casa. Aos poucos fui construindo minha rotina de mãe que trabalha E fica em casa com o filho (dosando, a cada momento, o tempo de cada coisa). Como ainda não tenho muito tempo de estrada como mãe, esse caminho está em plena construção, e cotidianamente procuro identificar se está tudo bem, o que está faltando, se estou feliz, se meu filho está feliz, se meu marido está feliz... nem sempre o equilíbrio de tudo isso é positivo, há momentos mais difíceis e tensos, outros mais leves e harmoniosos. E vou aprendendo. O que sei é que não encaro minha escolha atual como definitiva: permanecerei nela enquanto estiver funcionando. Pretendo ter outro filho logo, e tudo pode mudar, e quero estar aberta a isso. A coisa começou a caducar, hora de repensar. E ter coragem de mudar, oxalá!
beijo grande, mais uma vez obrigada pela oportunidade de reflexão!!
thaís
claudia collares disse…
Muitas vezes me parece haver uma rivalidade entre as mães que ficam em casa com os filhos e as que trabalham "fora".
Umas falando mal das outra.
A que trabalha fora muitas vezes vê a que "fica em casa" como uma dondoca frustrada.
E as donas de casa falando mal das vizinhas,amigas que trabalham fora.
Falando mal longe delas naturalmente.
Cansei de ouvir amigas minhas,mães em tempo integral, falando que a cunhada,vizinha,etc .. trabalha fora o dia todo não cuida dos filhos,que não foi na festinha da escola,que só pensa na carreira,que os filhos tão largados no condomínio.
As mulheres deveriam ser mais amigas e entenderem que a vida de cada uma é incomparável.
PArei de trabalhar "fora" quando tive meu primeiro filho(tenho dois).
Vim do interior para a cidade grande grávida do primeiro filho.
Eu me apavorei com a capital.Não entendia como eu poderia deixar aquele gurizinho achacado(asmas,rinites,infecções respiratórias agudas.. numa creche) e enfrentar a cidade grande que me aterrorizava.
Depois me acostumei na cidade grande e fiquei grávida do segundo.
O tempo foi passando.
Hoje a vida de dona-de-casa está me enjoando mas fui muito feliz com essa vida quando meus filhos eram menores.
Digo que ficar em casa nãoé uma opção fácil mas nunca vivi a vida da mãe que trabalha fora.
Curiosidade de saber comoé bem que eu tenho.
bjs
Tathyana disse…
Amei seu texto e o blog tmb. É a primeira vez que venho aqui. Estou vivendo um conflito danado em relação ao meu papel social. Já fiquei 1 ano sem trabalhar fora, já voltei a trabalhar, mas nãoe stou satisfeita. E são tantas coisas envolvidas que nem dá pra explicar, até porque nem eu ainda compreendi.

Voltarei aqui com certeza. Bjsssssssss
Unknown disse…
TaVi, cade vc? rsrsrs
Saudade.
Bjoks
Paula
Tais Vinha disse…
Meninas, desculpe a demora em responder...tsc, tsc...

De vez em quando, eu pinto uns quadrinhos. E tenho um filho empreendedor (já escrevi sobre ele aqui) que me arrumou um bazar pra vender minhas peças. Pela módica quantia de 30% de comissão por me agenciar.

Como convite de filho a gente não recusa, passei a semana passada enlouquecida com a organização da minha primeira barraca de bazarzeira. O bazar foi sábado, no dia mais quente do ano, suei como uma funcionária de sauna e não vendi nem uma peça! E, de quebra, abandonei o blog. Snif, snif.

Achei que foi um recado do Senhor para eu focar no que realmente interessa. Tenho mais um bazar pela frente e depois abandono de vez essa vida.

Amei os comentários deste texto. Depoimentos verdadeiros, emocionantes. É tão necessária esta troca entre a gente. Saber que todas vivemos conflitos e que nenhuma de nós tem a segurança da terceira mãe do programa, mas estamos todas em busca de caminhos. Que as coisas são mutáveis e o que é bom hoje não precisa ser amanhã. E o que é bom pra uma, não precisa ser pra outra. Que mudar requer coragem e muitas vezes uma certa rebeldia. O importante é estarmos bem. E nunca nos darmos por vencidas.

Vocês são incríveis! Obrigada por compartilharem comigo suas preciosas histórias de vida. Aprendo muito com vocês.

Bjs!
Carol Balan disse…
Oi Tais! Acabei de chegar em seu blog, pouco li e muito gostei! Sei lá como, em meio às minhas navegações, vim parar aqui, amei o nome do blog e entrei pra ver que que era. Já me deparo logo com essa postagem, que é a situação em que estou vivendo agora. Não faz um mês que pedi demissão. Pensei muuuuuito, conversei muuuuito com meu marido e decidi que era a melhor coisa a fazer. Lendo sua postagem, pude refletir sobre o que pensei. Quando digo que pensei e conversei muito, percebi que foi tudo baseado na parte financeira: cálculos para saber se meu salário não faria falta, cálculos para economizar tudo e caber o orçamento no salário dele e por aí vai. Minha decisão de parar já estava tomada, fiz por meus filhos, lógico, mas na verdade fiz por mim. EU prefiro estar com eles, é para a minha realização. Sei que é o melhor para eles, mas é o melhor para mim também. E fiquei feliz. Já estava, mas fiquei mais!!
Uau, como falei! Estarei sempre por aqui, se quiser me visitar, apareça na minha casa virtual: www.umcoracaodemae.blogspot.com

beijos!