Bullying, pesadelo nas escolas.



Bullying, pesadelo nas escolas.


Digite bullying no google (com e sem y) e terá uma surpresa. São milhões de páginas. O que mostra que este tipo de agressão há muito deixou de ser uma praga restrita aos enlatados da TV americana.

O bullying hoje é um fenômeno mundial e, muito provavelmente, acontece numa escola bem perto de você.

Foi tema bastante debatido no Congresso de Moralidade Infantil e anexo aqui uma matéria muito boa sobre o tema, com depoimentos de algumas das pesquisadoras que apresentaram trabalho no Congresso.

Como mãe, assisti às apresentações sobre bullying com atenção. Queria entender melhor o fenômeno e assim, aprender a lidar com ele. Um dos meus filhos já foi vítima de abuso físico e psicológico na escola - todos prontamente contornados e resolvidos pela direção, mas que me deixarem permanentemente atenta ao problema.

O que aprendi e que me ajudou muito no caso do meu filho:

1. Está provado, estatísticamente, que os agressores escolhem vítimas que não contam, isto é, as silenciosas. Portanto, converse sempre com o seu filho e estimule-o a contar a você, ao professor ou à coordenação toda e qualquer agressão sofrida. Muitas crianças acham que "se contar, piora". E é exatamente isso que os agressores querem que elas acreditem. Fique atenta.

2. Não estimule seu filho a sempre "deixar pra lá". Ele não é obrigado a levar na esportiva quando é apelidado de algo perjorativo, quando um colega coloca propositalmente o pé para que ele tropece ou quando um professor faz chacota dele em público.

Coloque-se no lugar da criança e imagine alguém chamando você de rolha de poço na frente de suas amigas. Ou fazendo-a se sentir diminuída por usar uma bolsa genérica. Humilha, fere e ofende. Por que, na mesma situação, seu filho teria que deixar pra lá? Ninguém é obrigado a conviver pacificamente com repetidas "brincadeiras" de mau gosto.

3. Fique atenta aos relatos de agressão. Se forem sérios ou repetitivos, procure imediatamente a escola. Exija uma atuação pronta e efetiva dos educadores na solução do problema. Muitas vezes, somos levadas a crer que o fato não é tão sério. Observando e ouvindo seu filho, você saberá melhor do que ninguém qual a gravidade do problema.

E se o problema continuar, tome uma atitude: mude seu filho de escola, faça um B.O (agressão é crime, ainda mais ao menor), vá para a justiça. Converse com Deus e o mundo. Só não deixe que o problema se prolongue.

4. Hoje o ciberbullying é uma triste realidade. Fique atenta aos orkuts, msn, mensagem de celular etc. Alunos usam o ambiente livre da internet pra "zoar" com a vítima. Quando ocorrer, boca no trombone, exija a intervenção da escola, dos pais e, se necessário, da polícia.

5. O bullying precisa de platéia pra acontecer. Preste atenção aos relatos do seu filho sobre os colegas. Pode ser que ele seja da turma dos agressores ou seja da platéia, isto é, dos que assistem passivamente a este tipo de comportamento. Não seja complacente com chacotas, apelidos maldosos e comentários humilhantes vindos do seu filho, para com colegas e professores. Deixe claro que este tipo de comportamento é inaceitável em casa, na escola e na vida. E que ele não só pode, como deve, se posicionar contra toda e qualquer agressão aos colegas, mesmo que para isso, perca algumas "amizades".

Deixe claro também que ele não precisa gostar ou ser amigo de todos. Mas o fato de não gostarmos de alguém ou não concordarmos com algumas das suas atitudes, não nos dá direito de agredi-lo ou humilhá-lo.

6. O mais triste que aprendi: para haver o bullying é preciso que a vítima se enxergue da mesma forma que o agressor a vê. É muito cruel! A vítima geralmente se sente inferior por ser diferente dos demais (baixinho, pobre, gordo etc) e tem uma enorme dificuldade em superar suas diferenças e se inserir no grupo. Por isso, por mais que os pais digam: "reaja, bata de volta, não deixe que façam isso com você", ela não consegue e precisa de ajuda, muitas vezes profissional, para fortalecer sua auto-estima e se sentir merecedora de mais respeito.

E não se iluda. A imensa maioria das escolas ainda não sabe como lidar com o problema. Bullying não se resolve com bronca, castigo ou sanções. É necessário um sério comprometimento da instituição com o desenvolvimento moral das crianças e com a resolução de conflitos. É necessário que o respeito seja moeda corrente entre alunos, professores, diretores e funcionários.

Esse assunto dá pano pra manga. Retornaremos a ele em breve.

Comentários

Ariane Rodrigues disse…
Muito apropriado. Sou professora da rede pública e presencio infelizmente todos os dias coisas deste tipo. Abraço!
Paloma Varón disse…
Boas dicas. Não só a maioria das escolas não sabe lidar como a maioria das pessoas não sabe, porque é um assunto que diz respeito a todos (pais, profissiobnais da saúde, comunidade escolar etc.).
Beijos
Anônimo disse…
As matilhas decidem quem é alfa, os humanos menos capacitados apelam para a violência e crueldade para se fazerem importantes.
Interessantes tuas sugestões de cuidados.
Eu acrescentaria que os pais devem ter espírito crítico e olhar para os filhos com atenção, para que os filhos não frequentem escolas numa situação de chamar a atenção para diferenças exageradas, do tipo: desleixo, roupas sem cuidado, excesso de peso, visual muito fora do contexto. E que aprendam a socializar, ter amigos.

Beijos
Roberta Lippi disse…
Na verdade isso sempre aconteceu, né? Desde sempre os gordinhos, pobres ou nerds foram ridicularizados na escola ou entre os amigos da rua, do clube, etc. O fato de hoje haver uma discussão sobre isso já é um grande avanço. Mas eu acho que tão importante quanto cobrar da escola e reagir quando o filho é ridicularizado é olhar para a forma como o educamos, já que o sentimento de inferioridade tem a ver com a auto-estima.
Taís Vinha disse…
Clarice querida, dessa vez vou discordar. O que torna nossa discussão mais interessante, concorda? Os pais devem, sim, ter um olhar crítico para os filhos, principalmente no que diz respeito a cuidados. Lancheira limpa, higiene corporal, uniforme lavado. Tudo isso demonstra também afeto e atenção. Mas em todas as instituições de ensino, sempre haverá o aluno com o tênis furado, o uniforme manchado de tinta (incluo aqui os meus filhos), o obeso, o descabelado, o piolhento (ó meus filhos aqui de novo). E o fato deles serem assim, não é motivo para que eles sejam excluídos ou vítimas de abusos. Muito pelo contrário. Crianças mal cuidadas, principalmente se for por negligência dos pais e não por opção (aqui incluo os adolescentes e seu desleixo cuidadosamente praticado), são merecedoras de ainda mais afeto, compreensão e inclusão na escola.

A responsabilidade que vejo dos pais, e essa é enorme, é sua postura de vida. É praticar em casa o repúdio total à intolerância às diferenças. É se policiar para não transmitir seus preconceitos e dificuldades de sociabilização. É exigir dos filhos respeito aos colegas e aos funcionários. É não resolver conflitos com violência. É não ser conivente e intervir prontamente quando a criança comete um desses atos (e elas vão cometer, faz parte).

Enfim, como disse a Paloma, é um assunto que diz respeito a todos.

Bjs!
Taís Vinha disse…
Oi Roberta, me fiz a mesma pergunta: o problema sempre existiu e hoje ele é estudado, o que é um avanço, ou o problema aumentou? O ciberbullying, por exemplo, é uma novidade e é extremamente cruel.

Vou pesquisar isso. Outro dia conversei com uma pesquisadora que pretende estudar se há bullying entre indiozinhos. Essa descoberta colocaria uma luz sobre o tema, não? E sobre a natureza humana.

Você falou tudo. Olhar para a forma como criamos nossos pequenos. A auto-estima não se constrói do dia para a noite. E nem sempre acertamos. Aliás, erramos muito. Mas há todo um contexto social ajudando a piorar a vida de quem não preenche padrões.

Bjs!
Silvia disse…
Nossa, vivo dizendo aqui em casa: não deixem fazer com vocês o que acham errado. Se posicionem, falem, recorrem aos professores e monitores se a conversa com o colega não adiantar.

Outra: não entrem na onda de quem "zoa" os outros. Gostam que façam com vocês? Não??? Então estão proibidas de fazer com os outros! Ponto final. Fico aborrecidíssima quando fico sabendo dessas coisas. Porque os "zoadores" muitas vezes escolhem uma nova vítima por dia, e pegam a vítima de ontem para ser o algoz de hoje.

Acho que tinha que rolar uma Assembléia na escola sobre o assunto, será que já rolou? Sei que no dia-a-dia ficam lá, trabalhando com a turma esse respeito, pelo menos no Infantil, mas às vezes acho que a turminha que tem o recreio mais à vontade nem sempre delata os valentões (ou valentonas, porque no meu caso os problemas envolvem meninas, por incrível que pareça).

Como você lida com isso em casa? Como conversa sobre o assunto? Fala mais!
Unknown disse…
Nem li os outros comentários ainda (coisa que adoro, parece que estamos num bar batendo papo :-))

Sobre seu último parágrafo: E não se iluda. A imensa maioria das escolas ainda não sabe como lidar com o problema.

E, acho, que nem nós, pais, sabemos... Qual a melhor ação? Como ensino a melhor reação? Discutir com esses colegas é a melhor estratégia? Se meu filho reagir e a coisa virar um briga física, vou punir meu filho também? Como ensinar as crianças a se defenderem? Por um lado, não quero ser ausente, mas por outro quero que o Leo desenvolva autonomia e independencia....
Dúvidas, dúvidas, dúvidas...
Hegli disse…
Nossa Taís, vc sempre acerta no alvo!!!
Sabe que desde que eu comecei essa minha experiência como professora na rede estadual de ensino tenho frequentemente pesquisado sobre formas de lidar com uma sala tão numerosa, com tanto problemas sociais e afeitvos misturados que culminam com um comportamento geralmente agressivo/ ofensivo entre os alunos e às vezes comigo.
Li certa vez (não me lembro agora onde foi) uma resposta a um professor que se queixava que levava muito tempo para colocar a sala em ordem para dar a aula. A resposta era um tapa com luva de pelica: continue levando um tempo para organizar sua sala com firmeza, fale com sua sala o que espera deles (em relação a atitudes éticas). Logo vc perceberá que o “tempo perdido” será revertido em uma sala mais harmoniosa e esse tempo que vc “gasta” com a atenção as picuinhas diminuirá gradativamente.
Menina, e não é que dá certo.

As vezes passo 15 minutos iniciais pedindo que se sentem, que não aborreça o colega, que não zombe ou tome os materiais sem pedir, que guarde o celular ou a figurinha, sempre faço isso chamando pelo nome: João, pára de chamar e atrapalhar o Vitor, ele quer fazer a atividade. Maria, por favor, feche o seu salão de beleza, no intervalo vc passa batom. Ivo, vc guarda o seu celular na mochila ou quer que a Prô segure pra vc até o final da aula? Na maioria das vezes dá muuuito certo.

Um tempo atrás uma aluna da sexta série veio até mim e disse: Prô, o Fulano falou pra mim assim – quer tran... comigo – vc sabe né Prô o que é né, TRAN...? (e eu atrasada, querendo dar aula, mas vi que aquilo era importante p ela).
Chamei o garoto até minha mesa e disse: Vc falou pra ela vamos transar?
Ele, vermelho de vergonha: Era brincadeira professora...
Eu disse: Uma brincadeira de mau gosto que ofendeu a colega, vc pode se desculpar e não fazer mais isso, por favor? Isso deixou a professora triste e a colega tb. Eu realmente não esperava isso de vc, um garoto tão bonito e tão esperto. Vou te dar um toque, as meninas não gostam de garotos abusados assim.
Ele pediu desculpas e ela aceitou e a aula foi uma maravilha. Nem acreditei que foi tão fácil. E o garoto nunca mais chateou ninguém e melhorou na minha aula, hehe.
Ou seja, NÃO PODEMOS NOS OMITIR!!! NUNCA!!! Desculpe me estender...
Bjus
Tais Vinha disse…
Meninas,

Olha a coincidência, fui convidada a participar de um encontro sobre bullying que acontecerá amanhã, em Vinhedo. Estarei lá e volto semana que vem pra continuar este papo. Ainda temos muito o que dizer e o que aprender sobre este assunto.

Silvia, prometo escrever sobre como tenho lidado em casa, mas sem fórmulas. Cada filho tem sua personalidade e cada um precisa de uma abordagem diferente. Mas temos conseguido umas vitoriazinhas bacanas por aqui. A abordagem da escola ajuda muito, também.

Hegli, show de bola! Vc é uma professora e tanto. Você demonstra uma real preocupação com estas crianças e é TÃO bom compartilhar suas histórias. TÃO afetuoso isso tudo que vc está vivendo. Acho que as crianças definitivamente percebem a diferença.

A história que vc contou sobre transar, me lembrou de um caso contado no congresso, da menina que foi chamada de "piranha" por um colega e, ao procurar ajuda da professora, escutou: "você é peixe? Então não liga." Pode? Essa vai pro próximo bizarrices escolares.

Paula, suas dúvidas também são minhas. Mas como meus meninos estão maiores e com a personalidade mais formada, já consigo ver resultados. Prometo comentar melhor as coisas que vc pontuou.

Bjs!
Hegli disse…
Ah lembrei um outro caso de bullying uma sala da sexta serie. Há dois meses, cheguei para a aula de artes após o intervalo e vi algumas boas alunas chorando muito. Perguntei o que tinha acontecido.

Algum iluminado havia desenhado um pênis na cadeira de um aluno. Ele chegou do intervalo e se sentou sem ver e todo mundo o chamou de gay. Mas esse não era qualquer aluno. E um garoto que tem sérias dificuldades em se enturmar. Apesar de ser esforçado e dedicado, é tímido, escreve, lê e fala com dificuldade, não compreende bem as explicações o que o faz trocar uma coisa básica por algo surreal (absurdos mesmo) que a cabecinha dele inventa. Todo mundo ri. Além de tudo isso usa um par de óculos grosso, é franzino e sempre parece assustado, sempre com duvidas sobre as tarefas.

Enfim, o menino estava na secretaria em estado de choque de tanto chorar, esperando pela mãe e a coordenadora querendo saber (sem sucesso) quem havia feito aquilo.

Na ausência do culpado a classe recebeu uma advertência coletiva, ato abominável na minha opinião.

Eu fui falar com a coordenadora que a classe não poderia pagar por uma atitude isolada. Que muitos alunos estavam chorando, com medo das sanções que os pais aplicariam se eles levassem uma advertência. Foi o caos, triste mesmo.

Concluindo, foi retirada a advertência coletiva, aplicada somente a turma que “possivelmente” (certeza!) fez aquilo, são 3 alunos. O menino precisou ser medicado com calmantes, ficou 3 dias em casa, atestado por um medico, pois ele não tinha condições de ir a aula naquela semana. E ainda não se recuperou, tem faltado muito e prejudicando a sua avaliação no bimestre.

Um caso clássico de bullying que definitivamente afetou de maneira irreversível a vida deste garoto.
Renata Rainho disse…
Muito bom o texto e os comentários
Unknown disse…
Como assim vc está ou estava em Vinhedo???
Aqui do lado...
Se estiver por aqui ainda, me manda um email
pzanirato@hotmail.com (ou o uol que já te escrevi, acho)
Taís Vinha disse…
Hegli, morri de pena do menino, mas achei sensacional a sua atuação. Este negócio de punir a sala toda só faz piorar a rejeição ao menino. Acho que há apenas um jeito de tirar algo de bom do episódio. Levar os autores e, na verdade a classe toda, a refletir sobre o mal que causaram com esta "brincadeira". Tentar fazê-los enxergar o outro, seu sentimento de vergonha, a questão do calmante, da vergonha, do quanto isso prejudicou sua vida, etc. Sem sermão, sem bronca, apenas conversando. Talvez tenha um filme legal para você mostrar a eles e abrir a discussão. Se eu me lembrar de algum, te passo.

Uma ação que tem dado ótimos resultados são as assembléias de classe, onde os alunos colocam as situações que acham positivas e negativas e negociam acordos e condutas.

Um livro que pode ajudá-la neste processo é um que a minha irmã, a Telma, é co-autora: QUANDO A ESCOLA É DEMOCRÁTICA – UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA DAS REGRAS E ASSEMBLÉIAS NA ESCOLA .

E não desista!!!!! Vc está fazendo uma grande diferença na vida destas crianças. As pedras serão inúmeras e imensas, mas arruma uma britadeira, um capacete, um salzinho grosso e segue.

Nos conte dos progressos com o menino.
taís Vinha disse…
Paula, fui assistir uma peça sobre bullying no Hopi Hari. Aproveitei e levei os meninos comigo e passamos o dia. Não daria pra nos encontramos. Mas não vai faltar oportunitê! Bjs!
Hegli disse…
Oi Taís, obrigada pelas dicas, vou aproveitar todas.

Então...as aulas praticamente terminaram e poucos alunos tem ido a escola nesta semana, senão faria o bate papo com a turma. O menino faltou muito, mas como disse, sempre faz as atividades e me entrega, super responsável, uma graça mesmo.

Caso consiga as aulas de artes, vou pegar a turma novamente no ano que vem e já tenho planos pra domar estas pestinhas amadas, rs.

Bjus
Ola Tais,

Minha portura com relação a esse assunto e abusos em geral é a seguinte: o dominador só existe porque há aquele que se deixa dominar. Não quero entrar no mérito da questão da culpa, mas nosso comportamento provoca reações nas pessoas e não acredito que se possa mudar o comportamento de ninguém com relação a você, se não mudando o seu próprio comportamento em relação ao outro.
Aquela sua colocação no post onde a vítima se enxerga como tal é crucial para resolver o problema.
Nós temos a tendência de "punir" ou "tentar conscientizar" o dominador/agressor, e "acudir" o dominado/agredido. Tendemos a sentir raiva do dominador e pena do dominado, talvez pela figura cultural do vilão e do mocinho. Na verdade, tanto em um caso quanto em outro estamos sendo preconceituosos, estamos validando a discriminação, estamos reduzindo a pessoa ao seu comportamento, que em ambos os casos sofrem da mesma doença: medo dos outros, medo do que os outros vão pensar, medo que paraliza ou então que nos faz passar por cima de regras morais e éticas.
Acho que talvez estejamos muito mais preocupados em ensinar nossas crianças e jovens a TEREM respeito pelo outros do que a SEREM respeitados pelos outros. Respeito não é algo que se dá ou se reinvindica, é algo que se impõe pelo próprio comportamento. Não há como respeitar algo ou alguém que não nos inspire esse sentimento.