Epidemia de TDAH ou um sistema educacional doente?





Quem está interessado no debate sobre a "epidemia" de TDAH, deve assistir a estes dois vídeos de palestras do Sir Ken Robinson, autor britânico e consultor em educação.

Ele expõe da maneira leve e bem humorada a relação existente entre a atual onda de medicar crianças com um sistema educacional que não funciona mais.

Se o vídeo entrar sem legenda, clique no menu "cc" para ativá-la. Alerto que ela está literal demais, o que por vezes atrapalha o entendimento, mas com um comprimidinho de Ritalina, você vai conseguir se concentrar e assistir! Rs!!!!!!

E se demorar pra carregar, minimize a página, vá namorar um pouco e quando voltar, assista sem as interrupções chatíssimas do Youtube. Vale a pena! Sua visão sobre crianças levadas da breca nunca mais será a mesma.

P.S1: O blogger cortou um pedaço da lateral dos vídeos. Não tenho noção de como ajustar. Se isso também aconteceu no seu monitor, clique duas vezes sobre os vídeos e assista diretamente no Youtube.

P.S2: Publiquei apenas a segunda parte da palestra, no vídeo 2. Caso você se interesse em assistir a palestra toda (é muito boa!), clique aqui: http://www.youtube.com/watch?v=yFi1mKnvs2w

Comentários

Nadja Barros disse…
Taís, tudo bem?

Como sempre, seu blog abordando assuntos pertinentes!!!

Olha, essa da tal da tdah chega a me dar arrepios!!!!
Estou comentando neste post, embora não tenha visto os vídeos, pq quero ver mais tarde, com calma, junto do marido, porque a identificação com os textos abaixo é imediata!!!
Eu, como tenho filhos, CLAAAAAAROOOOOOO que tb já me foi recomendado procurar "ajuda" pra 'desatenção' do mais velho! E estou aqui, só aguardando a hora que vão me 'mandar' procurar 'ajuda' pro mais novo tb!!

O que que é isso, minha gente!!!??????

Eu até levei o mais velho à uma psicopedagoga e o 'diagnóstico'? Seu filho é NORMAL! tem muita energia, precisa é correr mais, fazer alguma atividade física extra, enfim, deixa ele ser livre e continuará a ser feliz, como já é!!!
Ora, isso eu sabia! Mas o tal do 'sistema' está esmagando nossas cabeças- e nossos corações - com essa intransigência desmesurada!! Ou eles - nossos filhos - se enquadram na sistemática 'redonda' ou cortam-lhe as arestas... será que as professoras tb não são mães? Será que os diretores tem filhos totalmente 'adaptados' aos seus sistemas? Será que seus filhos tomam a tal Ritalina!?
Sei não, isso já tá me parecendo um caso gritante de saúde pública... digo, o sistema está doente... Ritalina nele então!!!!

Falei demais, mas o assunto é tão preocupante, e te agradeço por levantar a questão! Vou refletir mais um pouco, acho que tb vou falar disso lá no blog... quem sabe a gente encontre a resposta numa reflexão coletiva, né?

bjs a vc e parabéns novamente! Adoro seu blog!!!
Nadja
Carolina Pombo disse…
Taís, o primeiro video é sensacional! Além de ter um conteúdo e tanto, é super dinâmico e nos dá vontade de continuar a assistir a palestra.

Vambora fazer uma blogagem coletiva sobre isso? Vamos incluir o tema na pauta do Grupo Cria?

Beijos!
Renata disse…
Essa história da bailarina me deixa emocionada...é perfeita pra ilustrar a beleza da individualidade. Somos seres únicos, treinados pra nos tornarmos iguais uns aos outros. É lindo ser diferente, ser único. Acolher a diferença em nós mesmos :-)
E falando em indivíduo, individualidade etc. não é irônico: vivemos numa sociedade tão individualista - no sentido de egoísmo, falta de empatia etc - mas não valorizamos o processo de individuação, de descobrir quem realmente somos, seres únicos, e desperdiçamos a vida tentando ser nos adequar, caber num padrão. E o pior, fazemos isso com as crianças. So-cor-ro! Esse mundo é louco demais pra mim!
Viajei, né? Deixa eu parar por aqui.
beijo
Re
Hegli disse…
No ano passado eu estava lecionando artes em uma escola estadual e um amigo meu professor de produção de texto e colega de período me disse que havia participado de um seminário sobre esses "problemas de aprendizagem" e tinha adorado.
Contou que uma das palestrantes disse que era muito mais fácil dar mil diagnósticos como TDAH, Dislexia Disgrafia, Disortografia, Discalculia, Dispraxia, Dislalia e um mundo de receitas médicas do que realmente orientar pais,tratar das crianças e se aprofundar para dar um parecer mais fundamentado.
Ela disse o que falamos aqui, que em pouquíssimos casos a "doença" é doença mesmo. E foi além, disse que adoram dar nomes de doenças a crianças mal criadas, sem limites, ou que estão muito adiantadas nas escola (cujas escolas não querem não querem lidar com problemas), ou ainda crianças passam o dia todos trancafiadas em seus lares vendo TV e jogando games por horas a fio. Concluindo, ela causou a maior confusão quando disse que medicação está sendo dada sem o devido cuidado a crianças absolutamente saudáveis e desconforto em muitos profissionais presentes.
E vc sabe que professor adora falar que a criança tem um desses problemas quando algum aluno dá um pouco de trabalho... esse meu amigo mudou radicalmente sua percepção sobre aprendizagem e algumas situações que podem ser detectadas de outra maneira, que não encaminhando a criança ao psiquiatra ou neurologista.
Essa sim é uma médica coerente e comedida. Pena que eu não tenha anotado o nome dela... quem sabe seja a doutora do seu post "Rita Lee aos invés de Ritalina, rs
Unknown disse…
Não consegui assistir aos videos ainda. Conexão ruim no trabalho. Mas tema me interessa muito, até pq "o problema" é maior com os moleques como o meu.
Para mim, é um caso de sociedade educacional e paterna/materna sem paciência e vontade de lidar com crianças cheias de vida e energia.
Não descarto que exista um problema com esse nome, mas honestamente, crianças que precisariam de medicação seria a minoria da minoria...
Bjoks
Paula
Juba disse…
Você já leu os quadrinhos do psicólogo Francesco Tonucci? Valem a pena! Falam sobre "o sistema", desde o nascimento da criança, a formação escolar, etc. Abraços
Rosa Lopes disse…
Vi o vídeo finalmente!
O que me fez pensar é que se todos, professores, pais, consultuores, psicólogos, entendem que o sistema está obsoleto e prejudicial, pq temos vistos tão poucos pontos de mudança?
Ela existe, mas muitas vezes isolada e inacessível, economicamente falando, no entanto a nível macro ainda não vemos.
Se existem por aí prefeituras, municípios que estão investindo em mudanças devemos divulgálos pra que se tornem maioria.
Muito da educação está dependente de uma disposição política, mas não tudo.

Concordo com o Ken em vários pontos, mas quando ele fala da vida acadêmica, das nomeclaturas de comportamento e a solução medicamentosa atual é quando me pergunto, se todo mundo aplaude concordando com o malefício dessa situação, quando começarão as mudanças no sistema?
Bj pra todas
claudiareno disse…
O comentário de que a criatividade deveria ser tão importante quanto a alfabetização é o ponto que me deteve, e lembrei que quando criança tinha uma musiquinha que eu ouvia e cantava", era assim o refrão...Curioso, curioso, curioso, era o defeito do zequinha..."
Bem, se havia musiquinhas infantis assim, hoje eu vejo que estamos melhorando em relação a isto(com uma longa caminhada a frente.
Abraços
Cláudia
Dani Garbellini disse…
O assunto muito me interessa, vou deixar marcado para assistir assim que der...
Beijos!
Olá Tais,

Olha eu aqui de novo! Como mãe que sou e professora que fui, chego à seguinte conclusão: a escola é como se fosse uma ENORME escada com degraus padronizados para diferentes tamanhos de pernas e habilidades de "escalagem". O professor vai na frente "mostrando como subir", as crianças e jovens tem de se adequar ao ritmo da subida e ai daquele que perguntar aonde vai dar a escada, ou daquele que resolver subir de dois em dois degraus, ou daquele que subir de gatinho, ou ainda daquele que tentar usar o corrimão. A escola com sua estrutura de seriação e separação por idade é e que uma ANOMALIA. É que como sempre foi assim, a gente nem se questiona mais e acha que isso é que é o natural, o normal. Isso é mais ou menos como se a Associação Brasileira de Pediatria saísse com uma tabela (resultado de infinitas pesquisas acadêmicas e cinetíficas) onde fica estabelecido que a criança DEVE começar a andar com 12 meses, aquela que não o fizer deve receber acompanhamento. Pelo amor de Deus!!!

Por isso chego a conclusão de que temos que criar espaços de "desintoxicação escolar". Mudar a escola, implementar uma reforma, já não acredito mais nisso. Temos é que dar opção às nossas crianças e jovens de beberem de outras fontes que não apenas a da escola.