Ando meio desligada...


Voltei do congresso sobre moralidade infantil ainda mais introspectiva. Foram três dias de imersão total num assunto fascinante: a formação de seres humanos mais éticos, justos, autônomos, conscientes. Ali estavam reunidas cerca de 400 pessoas absolutamente confiantes no papel da escola neste processo.

E quem melhor definiu o porque de tudo aquilo foi uma professora de ensino fundamental que, como eu, apenas ouvia:

"Eu não sou da área de moralidade. Nunca estudei isso. Sou professora de estudos sociais e toda minha formação é para dar aula de estudos sociais. Mas estou aqui porque cheguei à conclusão que sem usar as ferramentas da educação moral, não consigo mais dar aulas."

Achei a conclusão dela brilhante. Ao invés de culpar os pais, a violência, o governo, a televisão e o Sílvio Santos pelo fracasso generalizado do ensino, esta professora descobriu que ela pode fazer algo por si própria para melhorar a relação com os alunos e a forma com que ensina sua disciplina.

Retomarei este tema diversas vezes, pois acho que nós, pais, temos um papel fundamental neste processo de mudança. Cabe a nós, que pensamos diferente e queremos nossos filhos longe dos moedores de carne, fornecer o apoio, o estímulo e levar a escola ao debate sobre os fatores humanos da educação.

Agora eu me retiro para, como diz a Renata do Pipocando, respeitar meu momento. E definitivamente meu momento é de hibernar. A ursa está cansada e com a casa cheia de filhos e amigos. Quero aproveitar o friozinho para tomar um vinho e montar quebra-cabeça. Assim eu dou um tempo pra minha cabeça. Um grande e caloroso mês de julho para todas nós. Em agosto a gente volta, no maior pique!

Comentários

Paloma Varón disse…
Que ótimo!
Adoraria saber mais sobre este congresso. Também acho o papel dos pais fundamental, mas tenho visto tanta omissão, tanto pai que não quer ser o 'chato'. Eu me sinto a ET que vc citou no post abaixo.
Anônimo disse…
Hummm, difícil esse babado de educar não? Vamos indo todos acertando, essa semana estou desmamando meu filho, chora ele de um lado eu do outro da casa e o maridão contemporiza tudo e todos dando colinho para os dois e no meio de tudo escuto de uns perdidos: "Mas ele tem 3 anos! Você está louca? Deve estar tampando algum vazio seu! Não é feio criança desse tamanho mamando?"
Respirei fundo e respondi calmamente...
Eu por acaso já critiquei alguma mãe que põe chupeta no filho? enfim!
Volte logo das suas férias, beijos saudosos, Dri meninos crescidos.
Taís Vinha disse…
Drica, te entendo, te entendo. Qdo. tive que desmamar o Lucca por conta de estar grávida do Fábio e cheia de contrações, sofri, sofri...hoje dou risada. Acho que ele é meio mamão até hoje...

Sofra, se descabele, perca o sono, ganhe olheiras. Assim, uma hora passa e passa para sempre. E o Tutu sobreviverá!

Qto. à dificuldade que é educar, a Penelope Leach (uma americana poderosa da educação infantil) diz que educar uma criança é a tarefa mais difícil de todas, contudo, a imensa maioria dos pais cai de paraquedas e sem o menor preparo para o ofício. É isso aí, flor!

Bjs!
Renata disse…
Que delicia, Tais, não dá pra imaginar nada melhor que tomar um vinho e montar quebra-cabeça! Aproveite seu inverno, deixemos pra depois as questões que nos atormentam, afinal nós merecemos! Sem contar que precisamos recarregar forças pra voltar no segundo semestre, com tudo.
beijo!
Re
Renata Rainho disse…
vi este site e lembrei do seu blog, mas nunca comprei lá pra saber como é de fato http://www.chamomillababy.com.br/

então eu mamei até os 5 anos. e não sofri quando parei de mamar. acho que minha mãe sofreu mais que eu... bj
Hegli disse…
Aiiiii, Taís, vou dar uma de egoísta...

UM MÊS É MUITO TEMPO.

Vc é culpada por fazer de mim uma risoteira dependente de seus assuntos, que deixou indigentes monstros que costumavam morar embaixo do meu travesseiro, rs.

Brincadeiras e verdades (vou ficar com saudade mesmo) a parte, entendo essa pausa, as vezes precisamos deixar a "matrix" e viver a vida real um pouco mais.

Bom vinho e bom risoto em familia.

Bjus
Unknown disse…
BUÁÁÁ!!! Eu totalmente entendo sua necessidade de se recolher, mas vou sentir muita falta!!
Boa hibernação!! :-)