Qual é mesmo o titulo?


Outro dia li uma frase da incrível Drew Barrymore (qualquer pessoa que aos nove anos leva uma vida de Vera Fischer e sobrevive para contar é, no mínimo, incrível) dizendo que ela é muito esquecida. Que perde cartões de crédito, esquece de abastecer, tranca a chave dentro do carro etc. Passei a gostar ainda mais dela. Sou uma dessas pessoas que também esquecem tudo. Vivo sempre meio desligada e corro pra lá e pra cá tentando tapar os buracos. É a roupa da natação de um dos meninos que não foi, é a rematrícula no violino, é o ingrediente da aula culinária que eu achei que era pra quinta e era pra quarta...enfim, tem sempre um rabicho esquecido me mantendo craque em malabarismo e adaptações.

E não adiantam agendas e planilhas. Eu esqueço de anotar e olhar. Tenho uma amiga querida que tem uma planilha com todas as atividades do filho marcadas, do início ao final do mês. Tudo o que ela precisa de lembrar ao alcance dos olhos. Jesus, que inveja!!!

Tudo isso pra explicar a encrenca que me meti na semana passada, ridícula pra quem não me conhece. Absolutamente cotidiana pra quem é de casa. Meu filho coloca aparelho com meu irmão, ortodontista, que vive em São Paulo. O aparelho anterior nós perdemos, porque demorei muito pra levá-lo ao retorno e a boca dele mudou. Fizemos outro e prometemos retornar em 15 dias. Quase dois meses depois (ou até mais que isso), na quarta-feira passada, rumei para São Paulo, com o meu mais velho e o caçula. Fomos de ônibus, para evitar o trânsito de Sampa. A clínica do meu irmão é bem próxima do metrô. Assim que chegamos, o pequeno me avisa que havia feito cocô na calça. Levei-o ao banheiro e fui conferir: tinha cocô do tornozelo ao pescoço – sem exagero. Uma obra prima. Agora o detalhe crucial: é óbvio que eu esqueci de levar uma troca de roupa para o garoto. Estava só com a roupa do corpo e um monte de cocô. O menino quase morreu de vergonha ao saber que teria que sair do banheiro pelado. Totalmente pelado. Só consegui salvar a sandália. Descolei uma toalhinha de mão para amarrar na cintura dele e, mais tarde, um jaleco - de adulto. Já era noite, estávamos exaustos, loja aberta só em shopping e como eu iria encarar um shopping sem carro e com uma criança nua? A solução foi pedir ao mais velho que emprestasse a camiseta dele ao irmão. Como ela era comprida, virou um vestidinho e tampou o popô. Eu dei minha camiseta ao mais velho e vesti o jaleco, tipo “mamãe é médica”. Pegamos o metrô e na rodoviária comprei uma fralda para ele. Voltamos assim para São José. De jaleco, camiseta e fralda.

Vou concluir antes que eu comece a fazer outra coisa e esqueça de atualizar o Ombudsmãe. Beijos.

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Comentários

Anônimo disse…
Sei lá, flor! Tirando o "mico" (que ainda alegrará nossas tardes "Coelhinhos
Felizes"), acho que é melhor ser desencanada mesmo.
Relaxar e fazer o melhor...
pra nós! Sempre.
Eu, por ex., vivo tentando não deixar rabichos soltos e top top top também!
E olha que não sou nenhum modelo de organização. Tô na média, mas indo cada vez mais para o mínimo. Hahahahaha!!!
vvM
Anônimo disse…
Há, há, há... Esse foi mesmo hilariante. Superou todas! Vou imprimir e guardar na bolsa. Qdo tudo estiver dando errado, um caos absoluto, lerei e verei que sempre é possível piorar (e muito!).
Anônimo disse…
Quando eu penso em como o meu lindo marido pode ser tão criativo nas soluções de pro
blemas inusitados vem logo a lembrança da herança genética hahaha...
Vale lembrar que:
vc pode pegar o carro do seu irmão e dar um pulinho na casa dele e pegar umas roupinhas por lá, do ladinho do consultório cunha!
beijos orgulhosos pela coragem da mamãe médica!
Dri
Carla Beatriz disse…
Ahahahahahahahahahahaha!

Quase morri de rir com este post!

Minha mãe é assim, bem desligada: vive esquecendo a chave, os óculos, o celular e até a bolsa ... ;-)

Beijos,

Carla
Ana Júlia disse…
Tais,

Tu és ótima, mesmo! Tão bom levar com humor essas situações.

Beijão