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O que vai no seu pão?

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O que vai no seu pão? Chico é o que o povo dos Pampas chama de "mal domado". Uma pessoa que segue a vida orgulhosamente desencaixada dos padrões sociais vigentes e esperados. Tive a sorte de ser sua vizinha e a felicidade de, aos poucos, ir virando sua amiga. Um dia, comentei com ele minha frustração por minha máquina de pão estar quebrada e ele exclamou com aquele ar de superioridade de quem nunca comprou na Polishop: "Mas ninguém precisa de uma máquina para fazer pão!". "Isso porque você nunca experimentou os tijolinhos que faço a mão", respondi resignada. "Eu te ensino. Não tem segredo". E um sábado à tarde, Chico aparece em casa, com um saquinho de fermento, um pouco de linhaça e toda a paciência de quem está determinado a transformar uma oleira em padeira. A primeira lição: "Pão é basicamente farinha, água e fermento. Os outros ingredientes você coloca se quiser." A lição foi ótima e rendeu dois lindos pães de trigo integral com ce...

Solo fértil.

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O apoio dado ao Manifesto pelas Mães superou de longe nossas expectativas. Já contamos com mais de 500 assinaturas e a campanha está só no começo. Quando retornarmos das férias – leia-se: a molecada voltar pra escola e a gente reconquistar aquelas preciosas horas de teclado e introspecção, faremos um novo e bem mais amplo esforço de divulgação. Mas antes de tudo, queremos agradecer às mães e pais queridos, sinceros e parceiros que, logo de cara, abraçaram a causa. Seus comentários nos emocionaram e deram força pra que a gente retorne em agosto com todo o pique. No site do Grupo Cria, estamos lincando todos os blogs que estão ajudando a divulgar o Manifesto . Mas como a internet é uma colcha de retalhos - com muito fuxico e tricô - alguns blogs podem ter escapado da nossa atenção. Se isso aconteceu com o seu, nos mande um email e o incluiremos na lista. Boas férias, luz e curtam muuuuuito seus filhotes em casa. Sejamos mães, com orgulho! Até agosto!

Você não é incompetente. Você é mãe.

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Quatro amigas blogueiras e eu resolvemos nos reunir num sonho meio quixotesco. Valorizar a maternidade. Começamos com a publicação de um Manifesto pelas Mães , que reune tudo o pensamos e também o que aprendemos nestes anos de muita troca com as mães incríveis que frequentam a blogosfera. Acreditamos que estamos diante de um novo momento. De uma nova geração de mulheres, mais feministas do que nunca, mais cientes do que jamais foram de seu papel e do seu enorme valor. O Manifesto é apenas um começo de um trabalho que pretendemos desenvolver de reconhecimento da importância da mãe e da família para a construção de uma sociedade mais justa, mais humana, mais responsável. Ele foi redigido com o cuidado intenso de valorizar a maternidade nos seus diferentes formatos. Nenhum é melhor que o outro. Todas somos mães, fazemos o nosso melhor e queremos ser valorizadas! Essas imagens são parte da campanha de lançamento do Manifesto pelas Mães . Clique sobre elas para ampliá-las...

A professora me chamou.

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Tenho um filho "bom". Todas nós temos. Mas o meu é muuuuito bom. Daí eu ter estranhado quando a professora dele me chamou pra uma conversa. Fui meio ressabiada. O que meu filho meigo, responsável, inteligente e lindo de morrer poderia estar fazendo de errado? A professora começou a reunião cautelosa. Nada mais natural quando se está diante de uma mãe palpiteira e metida a publicar na internet suas verdades sobre educação. Mas eu não estava ali como blogueira e sim como mãe. Achei melhor ficar quieta e ouvi-la. E escutá-la não foi fácil. Meu filho bom, aparentemente, estava com problemas. E eu não estava percebendo. Podia ter invertido o jogo. E faria isso facilmente. Botar a culpa nela, na escola, na preparação das aulas, no excesso de videogame e de açúcar na dieta infantil. Podia ter achado tudo um exagero. Mas na minha frente estava uma pessoa genuinamente preocupada com meu pequeno. Apenas com ele. E não com a disciplina da sala. Nem com a performance da sua di...

A dieta do Papai do Céu para uma vida longa e feliz.

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A dieta do Papai do Céu para uma vida longa e feliz. Recebi uma matéria sobre o risco dos protetores solares. Agora estão redimindo o sol! Calma, antes que você saia por aí botando a criançada para virar camarãozinho, leia a matéria e tire suas próprias conclusões. Sugiro até que discuta com um dermatologista da sua confiança. Clique aqui para ler Para quem não lê inglês, o resumo é que alguns protetores tem substâncias que penetram na pele, entram na corrente sanguínea e podem provocar alterações hormonais ou fazer com que um tumor se desenvolva mais rapidamente. Alguns dizem que os benefícios superam os riscos. Outros acham que o consumidor deveria ser informado para exercer seu direito de escolha. A matéria conclui dizendo que é preciso haver cautela na exposição solar e, quem quer opções seguras, deve ficar na sombra, usar camisa de manga longa e chapéu. Já redimiram a manteiga, o abacate, o café. O chocolate, vilão das espinhas, virou elixir da longa vida. O ovo, pobr...

Duas mães.

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Duas mães. O filho pequeno se queixou que havia uma regra na classe que o aborrecia muito. Não podia mais trocar lanche com o colega. E morria de vontade de fazê-lo. A mãe explica que se ele era contra uma regra, deveria manifestar sua opinião e tentar mudá-la. Depois de discutirem estratégias, resolvem escrever um bilhete a ser encaminhado à professora. O pequeno dita, a mãe escreve. Ambos assinam. O bilhete, chega às mãos da professora, que resolve lê-lo em voz alta para a turma. Percebe que a insatisfação com a tal da regra era generalizada. Faz uma votação e os baixinhos derrubam a proibição por unanimidade. A troca de lanche estava liberada, dentro de novas regras combinadas ali mesmo. O menino volta para casa exultante. Tinha se manifestado e conseguido uma vitória significativa contra algo que discordava. Mãe e filho comemoram a conquista. Na outra casa, a menina conta, feliz da vida, que agora podia trocar o lanche. A mãe se aborrece. É daquelas que fazem questão de uma aliment...

A culpa é da mãe.

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A culpa é da mãe. Quando eles são bebês e choram pedindo colo, a culpa é sua porque acostumou mal. Quando eles comem errado, a culpa é sua por não ensinar a comer direito. Quando saem mulambos, a culpa é sua porque não vê como as crianças estão vestidas. Se saem arrumadinhos demais, a culpa é sua por não deixá-los a vontade. Se vão mal na escola, a culpa é sua por não acompanhar. Se xingam, você não bota limite. Se sentem sono, faltou disciplina. Se apareceu cárie, você deixou comer porcaria. Se resfriou, é porque você deixa andar descalço. Se dão piti, falta pulso. Se a doença rescindiu, você não cuidou direito. Se pegou o carro escondido é falta de impôr respeito. Se engravidou a namorada, é porque você não colocou juizo no feijão. Aí um dia, por incrível que pareça, eles sobrevivem a nós e crescem. Viram gente grande. Lindos, donos dos próprios narizes, funcionários de bancos, pais e mães de família, autores de novela. E quando você acha que, finalmente, a vida começa a lhe fazer ju...

Maridos e presentes, a saga continua.

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Para quem deu risada no ano passado, com o texto sobre presentes de marido para o Dia das Mães (os comentários são mais engraçados ainda), prepare-se pois, eles se superam a cada ano. A primeira mãe, no seu Santo Dia, ganhou uma faca. Não era uma faca qualquer. Era uma faca artesanal, francesa. Meio faca, meio canivete. Excelente para uma réplica de Ramba chique. Olhou para o marido com cara de interrogação. Quem colecionava facas daquele tipo era ele. Depois de um tempo veio a explicação. Ele tinha se deparado com uma oferta incrível. Mas a loja só vendia o conjunto com 3 unidades. Ele arrumou alguém que comprasse 1 delas. A outra ficou com ele. E a terceira, ele deu pra ela no Dia das Mães. Ela respirou fundo e aguardou. No Dia dos Pais, comprou-lhe uma panela de pressão. A amiga alertou: - Ele vai te dar uma panelada na cabeça! A resposta veio rápida: - Ele que tente! Eu tenho uma faca! === A segunda mãe já tinha ficado a ver navios no seu Dia. Esse ano, resolveu...

Essa escola me pertence?

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A apropriação do espaço escolar. Outro dia, assisti a uma palestra de um arquiteto sobre a apropriação do espaço público pela população. Ele contava da experiência de Curitiba em revitalizar áreas degradadas, a partir do envolvimento dos moradores. O resumão da ópera é que só há uma ocupação sadia ou a revitalização de uma área, quando os moradores se apropriam do espaço, utilizam e zelam por ele. O raciocínio é simples. Quando os habitantes se sentem "donos" de uma área, ou seja, quando entendem que aquele espaço também lhes pertence, a relação com a região muda completamente. Diminui a sujeira, o vandalismo, a criminalidade, aumenta a sociabilização, a organização e a qualidade de vida de todo o entorno. O aprendizado da palestra me fez pensar no espaço escolar. Quantas vezes a escola falha em fazer o aluno se sentir pertencente à aquele espaço? E isso não se aplica apenas às escolas de periferia. São várias as escolas particulares que não estimulam e até dificultam esta re...

Toma lá da cá.

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Toma lá dá cá. A escola de inglês do meu filho resolveu "incentivar" a participação dos pais. Dão um bônus para cada tarefa que os pais vistarem. Se a criança faz a tarefa, ganha um bônus. Se os pais vistam antes de entregar ao professor, ganha dois bônus. E no final do curso, os bônus podem ser trocados por brindes. Soube desta novidade após efetuar a matrícula. E rosnei como sempre rosno quando discordo de algo. Acho uma aberração esse sistema "supernanístico" de premiar crianças por algo que tem que ser feito. É a fórmula ideal para se formar gente oportunista que só funciona em troca de algo. A tarefa faz parte do processo educacional? Então tem que ser feita e pronto. Esperando-se me troca apenas um melhor aprendizado. Isso se chama responsabilidade. Pior ainda é bonificar o aluno pela participação dos pais. Pai e mãe tem que acompanhar a vida dos filhos. É um dever assumido quando o esperma entrou no óvulo. E ninguém tem que ganhar bônus por isso. ...

Respeito é bom e preserva os dentes.

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Respeito é bom e preserva os dentes. Cena lamentável: filho sendo estúpido com sua mãe. Filho adulto de mãe madura. Já presenciei mais de uma vez. E muitas vezes as malcriações partiram de adultos que enchem a boca para falar da falta de limite que os pais de hoje dão para seus filhos. Ironias da vida. Na frente dos próprios pais, tais pessoas se portam como as crianças birrentas que tanto criticam. Conversei com duas pessoas sobre o assunto. A especialista e a mulher do povo. Da especialista em educação veio a valiosa dica: "é um comportamento que vem da infância. E que se não for bem trabalhado lá, se perpetua e acaba virando uma dinâmica no trato entre os membros da família. Os pais não podem ser condescendentes com estupidez quando os filhos são pequenos, pois eles crescerão agindo dessa forma." Da mulher do povo veio: "Você viu o jeito que eles falaram com a mãe?! A mulher é idosa, mal anda e aquele bando de cavalos falando aquele monte de palavrão pra ela? Pois eu ...

Dei uma de mãe!

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Dei uma de mãe! Essa semana fiz algo inédito. Dei uma de mãe passional. E aviso: cuidado com elas! Sou do tipo que, antes de sair fazendo justiça com as próprias mãos, tento ponderar, procurar o caminho da justiça, da coordenação, da professora, da imprensa, dos discursos inflamados, das cartas para o senado, para o conselho tutelar e o que for. Mas dessa vez deu a louca. Meu filho tem um colega que, repetidas vezes, o humilhou. Até agora, segui os manuais e deixei que ele resolvesse, acompanhando de longe, aconselhando e dando força para que ele fosse à luta. Até que semana passada o tal colega se superou. Humilhou novamente meu garoto, fazendo-o de bobo. E a situação chegou a um ponto que ele não conseguiu mais resolver por conta própria. Era engolir o sapo (e esperar os próximos) ou alguém maior e mais forte dar um jeito. Não tive dúvida. Peguei o telefone e liguei pra mãe dele. Nunca tinha feito isso. Fui educada, tinha que ver, mas contei a ela o que aconteceu e solic...