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Mostrando postagens de 2009

Mais um texto republicado sobre o Natal.

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Preciso rever meu Natal quando: ...começo a achar que a vida eterna, prometida pelo Cristo, é o tempo que vou levar para pagar as compras de Natal. ...torço por uma reforma que elimine dezembro do calendário. ...os amigos secretos viram inimigos declarados depois de abrirem os presentes. ...dou vinho para o vigia da rua, esquecendo que ele é crente. ...o entregador da Veja, que nunca me viu, me acorda domingo às 7 da manhã para pegar a caixinha. ...meu filho comenta que a árvore do vizinho dá de 10 a zero na nossa. ...meu filho comenta que com estas luzinhas mixurucas nós nunca vamos ganhar o concurso de decoração natalina do condomínio. ...o assunto na hora da ceia é se Chester é uma ave natural ou se deram hormônio para o bichinho. ...a bebida fica a cargo do cunhado e ele traz um vinho garrafa azul horroroso que veio na cesta da firma. ...começo a achar que quando Jesus falou em sofrimento, ele se referia a encontrar uma vaga para estacionar. ...meu filho pergunta se, ao invés de ca

O assunto é maternidade.

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O blog "Escreva Lola escreva" lança a terceira edição do concurso de blogueiras. O tema deste ano é "Maternidade". A seleção final inclui 25 textos que trazem diferentes visões sobre o assunto. Algumas engraçadas, outras emocionantes, mas todas imperdíveis. Clique aqui para entrar e boa leitura!

Vamos salvar o Natal - texto republicado

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Vamos salvar o Natal. A primeira coisa seria minimizar o Papai Noel da Coca-Cola. Esse velhinho obeso, gastador, que nos estimula a comprar, comprar e comprar e que está, desde o final de novembro, molhado de suor, em TODOS os shoppings centers. Desculpe, bom velhinho, mas você ficou over. Não tem mais nada a ver com os tempos que vivemos. Acabou a magia. O que vai salvar o Natal, é voltarmos ao principal sentido da festa no mundo ocidental: celebrarmos o nascimento do Cristo. Não o Jesus religioso, que morreu pelos pecadores e que faria você parar de ler este texto bem aqui. Não é desse Jesus que falo. Temos que resgatar o Jesus revolucionário. O ecologista. O maluco beleza que, há 2000 anos, abalou as estruturas da Roma perdulária e cheia de vícios, com suas idéias de vida simples. De amor ao próximo. De comunhão com a natureza. Temos que resgatar o barbudo que disse que somos todos uma só família. Todos habitantes do mesmo planeta Terra. Eu, você que está me lendo, o feirant

A Educação Infantil e a alfabetização.

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A educação Infantil e alfabetização. Um belo dia, seu chefe lhe informa que você terá que aprender a operar um novo software. Um programa novo, com códigos e linguagens absolutamente desconhecidos por você. Para aprendê-lo, há dois caminhos: Ser colocado numa sala, para que alguém lhe transmita toda a teoria e a programação, através de aulas, exercícios, livros, trabalhos e provas. Ou, fazer antes uma aproximação sua ao novo software. Isto é, circular pela empresa para entender os motivos de estarem implementando aquele novo programa. Descobrir por que ele é importante, qual contexto será usado, quais as enormes possibilidades que ele abrirá para você e para a companhia, quais recursos ele oferece, onde você pode pesquisar mais, quem já trabalha com ele, com quem você pode trocar conhecimentos etc. Só então, depois de situado, envolvido e familiarizado, inicia-se o aprendizado formal do software. Analisemos as duas opções. A primeira é um aprendizado passivo. Você está fechado numa sa

Escolas se omitem sobre o bullying.

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Escolas se omitem sobre o bullying. Um dos principais agentes do combate ao bullying é a escola. Contudo, ainda são poucas as escolas que sabem como lidar com o problema. Uma das grandes dificuldades está em identificar o problema. Diante de um caso de agressão, muitos professores acham que "é coisa da idade", "no meu tempo a gente também fazia isso" e relevam. Outro problema comum é culpar a vítima. É comum dizer que a vítima do bullying "provoca" a agressão com seu comportamento "estranho" e "arredio". E responsabilizam-na por não se integrar ao grupo. Omissão também é um grande fator. Muitos professores sabem do problema e deixam pra lá. Botam a culpa da agressividade dos alunos na gordura trans, no Silvester Stalone, no pai traficante e, candidamente, lavam as mãos. Falta de confiança é outro problema que impede que a vítima conte a um professor o que está acontecendo. Estudos com vítimas de bullying apontam um receio muito grande d

Bullying, pesadelo nas escolas.

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Bullying, pesadelo nas escolas. Digite bullying no google (com e sem y) e terá uma surpresa. São milhões de páginas. O que mostra que este tipo de agressão há muito deixou de ser uma praga restrita aos enlatados da TV americana. O bullying hoje é um fenômeno mundial e, muito provavelmente, acontece numa escola bem perto de você. Foi tema bastante debatido no Congresso de Moralidade Infantil e anexo aqui uma matéria muito boa sobre o tema, com depoimentos de algumas das pesquisadoras que apresentaram trabalho no Congresso. Como mãe, assisti às apresentações sobre bullying com atenção. Queria entender melhor o fenômeno e assim, aprender a lidar com ele. Um dos meus filhos já foi vítima de abuso físico e psicológico na escola - todos prontamente contornados e resolvidos pela direção, mas que me deixarem permanentemente atenta ao problema. O que aprendi e que me ajudou muito no caso do meu filho: 1. Está provado, estatísticamente, que os agressores escolhem vítimas que não contam, isto é

Mãetorista

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Mãetorista Acordou irritada. Teria que levar o mais velho para a aula de guitarra. Depois fazer o almoço e buscar os menores na escola. Dar almoço e levá-los pra natação. Voltaria no final do dia. Cansada, suada, carregando mochilas de roupas molhadas e uma tonelada de impaciência. No dia seguinte, era capoeira e inglês. E no outro guitarra de novo. Não sobrava mais tempo pra nada. E o pouco que sobrava, só conseguia cochilar desmaiada no sofá. Nem a novelinha conseguia mais assistir. Resolveu dar um basta na vida de mãetorista. Ligou pra cunhada especialista em logística infantil. A dica era objetiva: peça ajuda aos outros pais. Ofereça. E trace roteiros para otimizar suas saídas. Na primeira tentativa de "dividir" roteiros, a recepção dos outros pais foi fria. "Ah, eu tenho mesmo que vir pra esses lados, não preciso de revezar." A cunhada deu força, não desista, consulte outros. Achou uma mãe que suspirou aliviada diante da proposta. O acordo foi feito e com isso,

Identidade de mãe

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Identidade de mãe. A primeira mãe segura o microfone e conta que trabalha fora por opção. Adora o que faz, mas reconhece que é muito difícil conciliar vida própria, profissional, maternidade e casamento. Vive correndo de um lado pra outro, gostaria de ter mais tempo com os filhos e todas as queixas comuns da maioria das mulheres que trabalham fora. Mas afirma que jamais ficaria em casa. Teme perder sua identidade, mesmo achando que muitas vezes a não a encontra em meio à tanta loucura e cansaço. A casa a sufocaria e não abriria mão da carreira que lutou tanto pra conquistar. A segunda mulher olha para a câmera e conta que optou por ficar em casa. É mãe tempo integral. Ainda tem dúvidas da sua opção, mas enquanto as crianças são pequenas, sente que é dever seu estar presente. Considera-se num período de doação. Por enquanto, nada é mais importante na sua vida que sua família. E é para ela que vive e se dedica. Quando pensa nas amigas enlouquecidas, muitas tomando anti-depressivos,

A culpa é da vítima.

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A culpa é da vítima. Hoje ligo o computador para descobrir que a Uniban resolveu de uma forma emblemática a agressão à aluna do vestido curto : expulsou-a da universidade. E assim deu seu veredicto: o culpado é a vítima. Chamei a decisão de emblemática porque infelizmente é o retrato fiel da forma primitiva com que ainda resolvemos nossos conflitos. Precisamos achar um culpado e puni-lo. Mesmo que este seja a vítima. É assim com crianças desaparecidas: "Os pais não cuidaram como deviam". Com esposas espancadas: "Ela provocou". Com vítimas de assalto: "Ah, mas quem mandou andar com o vidro do carro aberto". Com vítimas de clonagem de cartões: "O senhor não cuidou direito da sua senha". Culpar a vítima não é exclusividade de ninguém. Nós pais, sem querer, fazemos isso o tempo todo. Quantos de nós, ao vermos um filho voltar da escola chorando porque o amigo quebrou seu brinquedo, exclamamos acusadores: "Quem mandou levar o brinquedo à escola!&

As mães de "Orgulho e Preconceito".

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Se você é fã da escritora inglesa Jane Austen e caiu aqui em busca da visão de um especialista, fuja! Mude rapidamente de blog. Sou uma leitora amadora e escrevo porque estou participando de uma roda de leitura sobre o livro "Orgulho e Preconceito", promovida pela Vanessa, do Fio de Ariadne. Aderi ao desafio, porque já tinha lido este livro, adorado e achei interessante relê-lo e discuti-lo numa nova fase da minha vida. Gosto muito do texto da Jane Austen. Acho-a delicadamente irônica. Ela consegue descrever com sutileza e bom humor os costumes da sociedade inglesa do início do século 19, construindo frases impagáveis, com um humor inteligente e nada escrachado. A primeira coisa que me chama atenção quando leio livros ou vejo filmes sobre os ingleses de outrora é que ninguém trabalha. Incrível como eles conseguem levar a vida jogando baralho, escrevendo cartas, lendo livros e viajando. Ninguém de respeito pega no batente. Alguém pode me explicar de onde vinha a renda d

Minha composteira mambembe.

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Já que o assunto é lixo, encerro a semana com compostagem doméstica. Tenho uma amiga querida, que mora em Los Angeles, que hoje é Pro em compostagem. Ela sempre me estimulou a fazer compostagem, afirmando que é muito fácil e não toma tempo. Me enviou até um livro "Easy Composting" com dicas ótimas para quem está começando. O primeiro problema que enfrentei foi a escolha da composteira. Na internet há milhares de modelos e o livro ensina outras tantas. Eu tinha três requisitos: gastar pouco ou quase nada, ser simples de lidar e não ser muito aberta para não juntar bicho perto de casa. Resolvi a questão reaproveitando um tambor de metal, sem boca e sem fundo (tomei o cuidado de pegar um tambor que não armazenou produtos tóxicos). Coloquei o tambor diretamente sobre a grama e nele deposito minhas sobras de frutas, verduras, talos, cascas de ovo, pó de café, etc. Depois cubro com folhas secas, serragem ou mesmo com o jornal que fica embaixo do galinheiro. Deveria mexer diariament

Lei de Responsabilidade Ambiental

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Lei de Responsabilidade Ambiental. Em julho, visitei Ribeirão Preto, SP e fiquei chocada com a quantidade de lixo nas ruas. Papelão, sacos plásticos, folhetos de propaganda, pets, latas, caixotes quebrados e até um sofá velho vi jogados no calçamento e nas praças do jardim Mosteiro e da Av. Treze de Maio. Isso sem falar na completa falta de regras para placas e autidóres (mobiliário urbano). A minha querida cidade natal é uma das mais poluídas visualmente que conheço. Semana passada passei em frente à escola João Cursino de São José dos Campos, SP e fiquei chocada com a quantidade de lixo na calçada e no lado de DENTRO dos portões da escola. Neste final de semana, visitei o bairro do Capricórnio, em Caraguatatuba, litoral norte de SP e fiquei prá lá de chocada com a quantidade de lixo nas ruas. Lixo de consumo e entulho de obras. As simpáticas vielas de areia deste bairro estão tomadas por sujeira. E no mercadinho local há um cartaz alertando para o surto de escorpiões e aranhas

Crianças Foie Gras

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Vamos observar dois gansos. Um deles foi criado solto no campo. Não é muito grande, mas é ágil, rápido e tem a saudável musculatura de uma ave que cresceu nadando na lagoa, perseguindo insetos e correndo de um lado para outro com seu bando. O outro é uma ave bem maior e vistosa. Porém se olharmos de perto percebemos que é meio disforme, estufada, desajeitada. Foi criada na gaiola para virar foie gras. Desde pequeno, seus cuidadores enfiaram-lhe comida goela abaixo para que crescesse rapidamente e virasse um excelente patê. Nunca correu pelo terreiro. Nunca teve oportunidade de explorar um formigueiro. Nunca se divertiu em capturar um peixinho na lagoa. Sua vida sempre foi receber ração e digeri-la rapidamente para conseguir suportar a próxima refeição. Fiz essa analogia, depois de ouvir um relato de uma amiga sobre dois jovens que conheceu em um curso de inglês. Eles estudam em uma dessas escolas que despejam conteúdo sobre crianças e adolescentes, como se as preparassem para serem moí

Para os alfabetizadores, com carinho.

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Este texto foi escrito com o objetivo de ser publicado no dia do professor. Para variar, eu acabei me perdendo com as datas e ele sai hoje, atrasado. Espero que as professoras me perdoem por mais essa. Dona Wilma foi professora da Prefeitura de São Paulo e trabalhou a vida toda nas séries iniciais de alfabetização. Por opção. Ela adorava alfabetizar. Conheci-a quando já estava aposentada, mas me lembro do carinho e do entusiasmo com que ela conversava sobre seu tempo de ensino. Ela ria quando dizia que seu negócio era sala de aula. Recusou todas as propostas de transferência para um trabalho mais burocrático. E levou muita reprimenda porque se recusava a "soltar" os alunos para participar de reuniões internas. Se queriam conversar, dizia, que fosse em outro horário. Ela tinha uma aula a dar e levava isso a sério. Não me lembro, nas nossas conversas, de ouvi-la falar mal dos pais, do sistema, das condições, dos colegas, do que fosse. O assunto era sempre os alunos. Mesmo depoi

Vamos falar de caligrafia.

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Já escrevei que sou contra os exercícios sistematizados de caligrafia. Já fui bem mais, de ir à escola questionar o procedimento e etc. Hoje convivo melhor com eles. E até entendo - pero no mucho - onde se quer chegar. Mas, caligrafia ainda é algo polêmico. Tem mãe que se aborrece com os bilhetes da professora pedindo mais capricho na letra. Tem outras que acham que a escola não ensina a ter a letra bonita, como antigamente, e que deveriam dar mais exercícios de caligrafia. Para chegarmos a uma conclusão, precisamos compreender a função da escrita. Por que escrevemos? Para nos comunicar. A principal função da escrita é passar uma informação a outro. Ou para nós mesmos. E, como todo tipo de comunicação, quanto mais clara, mais fácil é compreender a mensagem. Por exemplo, é muito chato escutar uma rádio com chiados. Ou ver TV com fantasmas. Com a escrita, funciona da mesma forma. Porém, poucos se dão conta que a "clareza" na comunicação escrita não é obtida apenas com a letra

Essa escola existe.

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Ontem visitei uma escola diferente. Onde as crianças estudam a luz e aprendem a acender as estrelas. Ontem, descobri que é o Sol o ratinho que come a Lua. E que, para virarmos super-heróis, só precisamos ser humanos. Ontem, meninos me mostraram retratos urbanos escondidos na pobreza das favelas e nos muros do condomínio. Vi crianças correrem atrás de foguetes, como se estes fossem balões. E observei um carro que não solta fumaça para rodar pelo chão. Nesta escola, canos tocam música e o piso é macio, sente-se o doce da musse e o perfume do alecrim. Ontem, perdi 50kg com o verdadeiro regime da lua. Plantei margaridas e aprendi que não é no supermercado que brota a vida. Ontem, uma minicidade me transformou em gigante voyer. E vi um prédio de palitos começar a se erguer. Enxerguei coisas do tempo da vovó. Do meu tempo e do que virá. E me emocionei muito com o que vi. Ontem, visitei uma escola diferente. Que não tem professores, apenas sonhadores. E saí de lá, como a maioria dos seus alun

"Pensativos" e um vídeo divertido para o final de semana.

Esta semana, recebi dois textos que me deram muito o que pensar. Um é um relato muito sincero e humano da Hegli , sobre sua experiência como professora em uma escola pública estadual. Essa instituição tão falada, tão temida e tão desconhecida por todos nós. A Hegli arregaçou as mangas e neste texto conta como está sendo a experiência e como ela está mudando sua vida. Clique aqui ler "Prefiro ser uma metamorfose ambulante" . O segundo texto é para ler com calma e preparada para levar um soco. Pelo menos foi o que senti. Um choque de realidade. Enviado pela Silvia Schiros , este texto narra um episódio de bullying sofrido por uma menina, em um colégio de elite de São Paulo. A partir deste episódio, Eliane Brum, a autora, questiona várias coisas, como filhos criados por babás (as chamadas crianças terceirizadas), a opção por colégios particulares, os valores da nossa sociedade e a cruel e devastadora desigualdade que vivemos. Clique aqui para ler "Entre os muros da outra

Procuro estágio no setor de mães.

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Foi dormir aborrecida. Havia escutado umas malcriações do filho quase adolescente. O menino reclamou que era muito chato ficar com a mãe em casa. Ela pegava no pé e lhe mandava fazer coisas insuportáveis, como arrumar a bagunça, ou buscar na venda uma coisinha ou outra que faltava. Ela mesma reconhecia que era uma discussão boba, fácil de relevar. Mas rejeição de filho dói. Por menor que seja. Além do mais, ele já era grandinho. Podia muito bem ajudar na casa. Mas como fazer para isso acontecer sem tanto desgaste e reclamação? Achou engraçada a vida. Desde que nasceu foi preparada para o mercado de trabalho. Passou anos estudando nas melhores escolas que seus pais puderam proporcionar. Fez curso de línguas, datilografia, pré-vestibular, faculdade, estágios. Aprendeu a se vestir para uma entrevista, a demonstrar confiança, a sobreviver a uma dinâmica de grupo, a elaborar um currículo matador, a lidar com chefe meurótico, fornecedor furão e colegas fofoqueiros. Sobreviveu a tudo e a

Sacolinhas plásticas na publicidade.

Há um fenômeno curioso que acontece entre os publicitários brasileiros. Eles ADORAM o primeiro mundo. Os carros do primeiro mundo. Os prêmios do primeiro mundo. Os hotéis de luxo do primeiro mundo. As lojas que, mesmo em terras paulistanas, imitam as do primeiro mundo. Adoram também os vinhos, as canetas, as charmosas cidades, o visual urbano descolado, os filmes, as louras esguias, os restaurantes, o uísque. Porém, quando o assunto é fazer o Brasil virar primeiro mundo, eles boicotam descaradamente. Se tem uma coisa que publicitário brasileiro odeia é trabalhar num país de primeiro mundo. Só isso explica o lóbi feio, muito feio, vergonhoso, que eles fizeram para que a propaganda de cigarro não fosse proibida por aqui. Coisa que, há tempos, já era proibida no primeiro mundo. Propaganda de bebida alcoólica também já foi banida em muito países. Mas por aqui, os cidadãos publicitários fizeram campanha, foram pra Brasília, apertaram mão de parlamentar e etc. Conseguiram manter a milionária

Quero ser pai.

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O menino andava estranho. Deu para ter medo de dormir no quarto dele. Dizia que lá tinha um monstro. A mãe tentou de tudo. Homeopatia, dormir com ele, prece pro Papai do Céu, evitar desenhos agitados à noite, luzinha azul, esporte de dia pra cansar à noite, benzedeira. Mas o pânico persistia. Seu último recurso, pensou, seria uma psicóloga. Até que o pai disse: "Vou resolver essa história do meu jeito. Tudo bem?" Na última madrugada, quando o menino gritou assustado, o pai foi até o quarto dele segurando uma enorme faca de churrasco. Acudiu carinhosamente o filho e disse: "Hoje eu vou dar um jeito nesse monstro. Fica lá fora com a sua mãe. Não entre no quarto até eu avisar que está tudo bem." O menino e a mãe saem espantados. O pai fecha a porta e eles escutam uns ruídos estranhos vindos de dentro do quarto. Móveis se arrastando, porta de armário batendo, gemidos, pancadas, som de luta, uivos, janela abrindo. O tempo passa nervoso. O barulho vai diminuindo. Até que

A escola acolhedora.

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Duas mulheres. Dois filhos com problemas comportamentais. Duas escolas. A primeira mãe enfrenta o problema há alguns anos. Já passou por mais de 9 especialistas, faz todos os tipos de terapia, inclusive medicamentosa e vai levando a vida, na expectativa da entrada do menino na adolescência. É tranquila para tratar do assunto e muito grata à escola do garoto que, nas palavras dela, "abraçou a causa". A segunda acaba de receber a "notificação" de que seu filho apresenta problemas. Chegou aflita e absolutamente perdida depois de uma reunião na escola. Viu-se diante de uma professora queixosa e quase irritada com o comportamento da criança. "Ele é dispersivo, atrapalha o andamento da aula, engasga na hora do lanche, não fica parado...", enfim, ficou claro para a mãe que seu filho, aquela criatura que ela ama mais do que tudo na vida, aos 6 anos, é um estorvo. Para provar o que diz, a professora começou a cronometrar o tempo que o menino leva para realizar uma

Mamãe e as galinhas.

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Depois do coador de pano , do sabão caseiro e da composteira, minha última "encasquetação" foi comprar galinhas d'angola. Moro perto de uma mata que vira e mexe nos manda, além de ótimas vibrações, alguns visitantes indesejados, como cobras, aranhas, escorpiões e outros insetos. As galinhas d'angola são excelentes para fazer um controle biológico, além de muito bonitinhas e autônomas. Soltas na área verde, não dão trabalho algum. O plano era comprar um macho e três fêmeas, mas logo aprendi que, nesse negócio de galinhas, as coisas não seguem muito o plano. A loja só tinha machos e eu não tinha uma gaiola para fazer a adaptação do bichinho. Ia desistir, mas a criançada chorou tanto, que acabei trazendo um galo que passou a noite num carrinho de feira 5 estrelas. Dia seguinte, consegui achar as fêmeas em outra loja, mas diante da superlotação no carrinho de feira, soltei a galinhada no quintal para a devida adaptação. Foi uma festa. Galinha d'angola é muito engraç

Promoção - Festival Internacional de Cinema Infantil

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O Ombudsmãe está ajudando a divulgar um evento bem bacana que acontecerá em algumas cidades (na minha não! Snif, snif....). É o Festival Internacional de Cinema Infantil, organizado pela Carla Esmeralda e pela Carla Camurati e que será exibido em alguns Cinemarks, a um preço bem popular. Em São Paulo, a festa da abertura acontecerá no dia 12, quando 10 filmes do Festival estarão em cartaz, simultaneamente, no Cinemark Eldorado. O Ombudsmãe vai sortear um ingresso para este evento, válido para 4 pessoas. Para participar, você só tem que colocar no seu blog um textinho divulgando o FICI, com um link para o site deles - www.fici.com.br . Depois faça um comentário neste post avisando da sua participação. Não esqueça de colocar o endereço do seu blog. Mas, tem que ser vapt vupt. Segunda-feira, dia 7/9, é o último dia para participar. Se você ganhar, depois conte pra gente como foi. Se não ganhar, enxugue as lágrimas, junte a molecada e vá ao Cinemark conferir a programação, porque vale a p

Desmistificando o coador de pano.

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Outro dia, num impulso, comprei um coador de pano. Este singelo objeto já foi tema de discussões aqui no Ombudsmãe, num texto sobre redução de lixo e consumo. (clique aqui para lê-lo) Cheguei em casa, chamei a minha gerente para assuntos avançados de economia doméstica - a empregada - e perguntei se ela sabia como usar aquilo. Ela riu e disse que na casa dela só se coa cevada no coador de pano. (A bichinha é mórmon e desconhece os prazeres celestiais da cafeína.) Como todo bom consultor, a primeira coisa que ela fez foi apontar um impedimento: "Cadê o suporte?" "Que suporte?" "O suporte de arame pro coador ficar pendurado enquanto o café coa e depois para secar." Pensei no trampo que seria ir atrás do suporte e resolvi improvisar, como quase tudo que faço na vida. Fiz assim e foi fácil demais: 1) Lavei o coador com água somente. 2) Me lembrei que minha mãe fervia os coadores novos em água e pó de café para não dar gosto. Fiz o mesmo. Coloq

Historinha canhota da evolução das coisas.

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Nos idos anos 20, a pequena filha de imigrantes é matriculada no primeiro grupo. Logo na primeira aula, toma uma surra de régua de madeira na palma da mão. Seu delito: segurar o lápis com a mão esquerda. As surras se tornaram diárias, pois a pequena era bem distraída e volta e meia segurava o lápis com a mão sinistra. Ela acabou aprendendo a escrever, só a escrever, com a direita. Mas foi tudo o que aprendeu. Repetiu tantas vezes o primeiro ano que a mãe achou melhor tirá-la da escola. Colocou-a no curso de corte e costura e a menina revelou-se uma boa aluna, apesar de segurar a agulha só com a mão esquerda. Na aula de pintura em porcelana, duas avós conversam. Ambas criaram seus filhos nos anos 60 e 70. "Sabe que o meu filho é canhoto?" "Jura? O meu também é!" "Quando ele era criança você o obrigava a escrever com a mão direita? Eu nunca fiz isso." "Ah eu também não. Tinha muita gente que falava que tinha que forçar, amarrar a mão esquerda e tudo mai

"Mãe, por que eu tenho que desligar?"

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Para os pais interessados em uma abordagem criativa e muito inteligente do problema da "geração monitor" , sugiro uma sessão em família do filme Wall-e (já saiu em DVD). Wall-e é um filme infantil diferente. Não tem muita ação, nem diálogos. Mas é lindo, comovente e absurdamente atual. Imperdível para quem quer discutir com crianças (e adultos) questões sobre sustentabilidade, consumo excessivo e qualidade de vida. A história se passa no futuro, com a humanidade vivendo fora da Terra porque o planeta está tomado pelo lixo. Nos transatlânticos interestelares, seres humanos obesos e quase sem musculatura, passam o tempo todo sentados diante de um monitor. Conversam muito, mas sempre com a tela. Nunca ao vivo. Ninguém olha para o lado, para fora ou para o outro. Ninguém percebe o céu, as estrelas ou mesmo a maravilhosa piscina da nave espacial. Todos vivem conectadíssimos e, ao mesmo tempo, alheios a tudo. Inclusive a si próprios. Parece deprê, mas todos estão muito confortáveis

Crianças eternamente plugadas.

Li uma notícia de arrepiar. Um estudo britânico calcula que as crianças e adolescentes de hoje passam cerca de 10 horas por dia diante de algum monitor, seja tv, videogame, celular ou ipod. É a chamada "Geração Monitor". (Clique aqui para ler a matéria sobre o estudo.) Um dia tem 24 horas. Se descontarmos as horas de sono e de escola, percebemos que estas crianças passam o restante do tempo olhando para uma telinha. É um fenômeno, no mínimo, assustador. A tecnologia é extremamente sedutora. Nós mesmos, pais e mães, muitas vezes nos conectamos mais do que devíamos. E se, para nós, adultos, com freios e filtros desenvolvidos, é difícil resistir ao doce canto da cibersereia, imagine para as crianças. Confesso que me sinto meio impotente diante do fenômeno. Aqui em casa tento impor limites ao uso de tais equipamentos, mas muitas vezes os limites são ultrapassados. Ou por comodismo meu e do meu marido, ou por cansaço, ou por não querer ser tão "generala" - sou eu quem g

Cobrando o produto que a escola me vendeu.

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Uma escola particular é um negócio. A educação é o produto que eles vendem. Quando visitamos uma escola, somos informados das propostas pedagógicas ali praticadas, isto é, de como é o produto deles. Ao matricularmos nossos filhos, estamos comprando o tal produto. E esperamos que ele nos seja entregue como foi prometido, certo? Quando uma escola "vende" uma determinada proposta pedagógica aos pais e não a entrega, se porta como um vendedor que oferece um carro com tração nas 4 rodas, mas na verdade o carro tem tração só em 3. Funciona? Pode até ser. Mas não foi isso que eu comprei. Essa introdução é necessária, para que todos entendam que o discurso precisa condizer com a prática. Do porteiro ao diretor, toda a equipe escolar precisa estar ciente do que está sendo vendido aos pais e trabalhar sintonizada. Nas minhas inúmeras visitas a escolas ouvi discursos convincentes de coordenadoras, grandes conhecedoras de teorias educacionais. Mas, eu sempre pedia para visitar as salas d