Rita Lee ao invés de Ritalina.
Rita Lee ao invés de Ritalina.
Esta matéria foi enviada pela Renata, do Pipocando, uma mãe que, como muitas de nós se mantém firme na resistência.
É um alerta para o uso cada vez mais frequente da Ritalina como supernanny de farmácia para crianças. No Brasil já são vendidas 2 milhões de caixas ano.
Adorei a especialista em psiquiatria da Unicamp chamada para comentar o fenômemo. "Os efeitos da Ritalina são devastadores...eu não descarto que existam crianças portadoras de patologias, mas nem para essas eu receitaria Ritalina."
Aí a reporter pergunta: "O que a senhora receitaria?"
"Rita Lee" responde a Doutora e me conquista para sempre.
O pior disso tudo é que a droga está sendo dada para enquadramento de crianças na escola. Reflexo de uma sociedade definitivamente sem parâmetros. A escola para no tempo - numa sociedade em transformação é uma das instituições mais resistentes a mudanças - e crianças são drogadas para se adaptarem a um sistema educacional que, claramente, não funciona mais.
Com a anuência dos pais que temem que o filho fique para trás. Que seja rotulado. Que dê problema. Que cause transtornos. Que seja ele mesmo.
E com o aval de muitos médicos que, com absoluta certeza, nunca pisaram numa sala de aula. Portanto, ao invés de dizerem: "Mãe, mas a escola do seu filho é um pé no saco e ele tem toda razão de estar desatento" ou "Mãe, na idade dele não parar quieto é absolutamente normal, mude do apartamento para uma casa e frequente mais o parque", ou então "Mãe, nem a senhora está prestando atenção ao que eu falo, como quer que seu filho seja atento?"...ao invés de dizerem isso (e um milhão de coisas mais), eles sacam o bloco de receitas e táá dááá, lá vai a mãe pra farmácia convencida de que um pouquinho de química fará muito bem para aquele pequeno.
Seria triste, muito triste, se não fosse um crime.
Comentários
Beijo para Taís e para Renata!
Segue o endereço do vídeo.
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1629838-17665-308,00.html
Bjs e divulga sim! Quanto mais trombone para o absurdo melhor.
Enfim, mas meu depoimento aqui é outro. Tive a BIG SORTE de, no meu momento de insanidade causado por "conselhos" de professores "bem intecionados", marcar consulta com uma neuro pediatra ma-ra-vi-lho-sa!!!!
Além da médica não receitar medicamento nenhum para a desatenção e falta de interesse do meu filho (em ser alfabetizado na época com 5 anos), me deu uma baita "bronca-orientação" dizendo que ele estava na idade de brincar e não ficar sentado aprendendo a ler e escrever.
Saí de lá achando meu filho absolutamente NORMAL, isso depois de noites chorando achando que ele tinha a tal da TDAH que a professora falou.
A neuro ainda acrescentou: ele é menino e muito agitado mesmo, mas isso é natural da idade, deixa ele correr, brincar, extravazar essa energia e se até os 8 anos ele não tiver sido alfabetizado vc volta, mas tenho CERTEZA que vcs não voltarão.
Com 6 e meio ele entrou no 1 ano (antigo pré) e com 7 estava lendo.
Hoje não tira menos que 9 em Lingua Portuguesa porque gosta e compreende o que está fazendo.
Agora imaginem se eu tivesse optado por Ritalina ao invés de Rita Lee e enfiado o menino no primeiro ano com 5 aninhos?
Eu não quero nem pensar como seria!!!
Ritalina é muito mal receitada sim e existe muito diagnóstico feito com o nariz por aí.
Mas daí a dizer que nem para crianças portadoras de patologias se deve receitar a medicação? E autistas? Eles também tomam ritalina em alguns casos. Outras síndromes às vezes exigem essas e outras medicações. Dizer isso tá errado e é até uma irresponsabilidade!
Muitas famílias já convivem com a enorme culpa de ter de medicar seus filhos pra ter que ainda por cima ouvir esse discurso bem intencionado mas autoritário, porque é generalizante.
Pensemos assim: escola não receita, professor não receita, pediatra não receita. Mas psiquiatra infantil sim, quando necessário.
Apavorante isso.
Como uma mãe, um pai pode ver de forma normal receitar calmantes pra uma criança, por que?
Sei que já até tivemos a tradição do louco da família no passado kkkk, o quartinho do louco, não sei se já ouviram falar...Os mentecáptos...
Mas a que se deve isso? Será mesmo uma necessidade médica ou um infeliz modismo, infelizmente temos também essa tradição, e logo que é o piloto de provas agora!!!
Não é possível que se lute pelo direito de todas as minorias e se permita medicar uma criança dessa maneira e como estabelecer um perfil patológico de confiança, sei não...
vou também escrever sobre o assunto, pq já fiz uma vez criticando os gringos sem nem imaginar que no Brasil a coisa está assim, pois é "a vida do vizinho agradável nos parece"
Bj
É um crime sem controle nenhum, pois é um crime aplaudido por muitos pais, médicos, psicólogos,professores, etc.
É o comportamento sendo enquadrado mas, cabe a pergunta,enquadrado para esconder o que?.....pensando....pensando...
Sugiro como uma resposta possivel...a relação e a falta que esta relação comporta, onde nesta falta é preciso criar uma possibilidade. Criar! Criar e não comprar pronto, até porque não há para comprar! Bem...talvez para comprar haja as drogas, mas não é uma solução criadora.É
mortificadora, pelo menos neste caso sim.
Para estes casos Rita Lee nas Ritalinas!!
Cláudia
Gostaria de saber seu email para fazer contato.
O email terra que postou no blog, não funciona.
Claudiareno@hotmail.com
Primeiro me espanta que a reportágem tenha sido pola Globo News, uma emisora que em verdade...Esse é outro ponto né?
Mas que bom que permitiram a médica falar e ela fala muito bem não estando limitada as perguntas tontas feitas, "...ritalina então causa dependência?", gente que pergunta é essa? Se tilenol causa!!!
É sabido que os médicos ganham % dos laboratórios por receitarem seus produtos isso é fato,apesar de não haver sido comentado.
Também foi ótimo o nível de responsabilidade que ela demonstrou ao lembrar que há sim crianças com problemas, masss o qê está em questão é a "epidemia de incapacidades" que pelo quê a estatística demonstra é uma situação conviniente socialmente, ora gente temos campanhas contra bater em crianças e a mesma faixa social que faz a campanha é a que está consumindo isso. Porque não só a industria farmacológica ganha com isso outros setores também.
"Normas sociais que se transformaram em normas neurológicas" acho que essa frase resume bem por onde vai o problema.
Bj
Adorei o texto de hoje.
bjos e ótimo texto
Pedro meu mais velho tem 12 anos e é TDAH em grau máximo,só que ele tem um pequeno probleminha no coração que o impede de tomar qualquer medicamento que seja desse tipo,pois pode causar sério risco de vida.Pensamos em tudo,consultamos especialistas dos especialistas,especialistas em baixas doses etc..
Mas decidimos por bem NÃO tentar nem as baixas doses,os riscos eram muito grandes.
Confesso que devido as muiitas dificuldades que o TDAH nos traz,muitas vezes me peguei revoltada por não poder medicá-lo,não poder dar-lhe algo que o fizesse sentir melhor,menos depressivo.etc..algo que melhorasse a qualidade de vida DELE.Mas hj em dia já saí dessa viu,se ele não pode tomar é porque não era pra tomar e ponto..prefiro pensar assim..sabe?
Vamos nos adaptando,usando naturais,florais,piscólogos,vamos começar a terapia ocupacional e fora tudo isso vamos usando uma droguinha famosa chamada Paciência e Amor Infinitoooo...rsrs
Tem ajudado bastante..não vou dizer que está sendo fácil,mas sei e confio que vamos vencer!!!
Beijosss...!!!***
Sim, a questão da Ritalina envolve muita culpa para quem dá. Sei de casos e vejo o dilema diário que é medicar o filho. Mas dessa vez, interpretei de outra forma o que disse a Dra. da Psiquiatria da Unicamp. Ela afirma que a Ritalina tem efeitos devastadores. Tão devastadores que ela não receita. Ela se refere especificamente à Ritalina. Ela não disse que não dá medicação. Concordo que há patologias que a medicação é necessária. Convivi muitos anos com uma criança autista que convulsionava sempre que ficava sem remédio. Mas o que se está discutindo aqui, é o uso da ritalina para crianças sem patologias definidas. Meninos como o filho da Hegli que suspeitaram de ser portador de TDAH, por não estar escrevendo aos 5 anos! Ou o filho de uma amiga minha que foi diagnosticado pela psicóloga da escola nos EUA como portador de TDAH, sendo que o maior problema do menino era de adaptação: a um novo país, uma nova escola, um novo sistema educacional, uma nova cultura, um novo casamento da mãe etc.
A Rosa definiu muito bem quando citou a "epidemia de incapacidades". Quando alguém não se enquadra, é rotulado de incapaz e assim, transfere-se para o "incapacitado" o problema. Lembra quando aprendíamos na escola que os índios não foram escravizados porque eram vagabundos e indolentes? Ao invés de nos ensinarem as características maravilhosas que os fizeram resistir e se manterem em liberdade, ficamos com os rótulos negativos colocados por quem tentou enquadrá-los e não conseguiu. A escravidão não era problema!!!!! O problema eram os índios! A escola não é o problema. O problema são os alunos!
E como diz a Claudia, fica mais fácil comprar do que criar. Criar uma nova história. Rever, sentir a dor de enxergar o que está errado, renascer da dor, reconstruir relações, recriar, recriar, recriar...Néfacilnão!!!!!!!!!! Mas depois que parimos, o que foi fácil?
Maria Tereza, eu concordo. A vida urbana nossa é muito ruim para os pequenos. Não sei como é no Rio, mas em São Paulo fica-se muito confinado. E espera-se que as crianças se comportem calmamente no confinamento. Doses diárias de parque fariam milagres a estes pequenos.
Bjs!
Ser mãe e pai não é tarefa fáçil, mas parte desse processo é lidarmos com as questões dos nosso filhos e as nossas próprias. Além das alternativas naturais, como vc citou, amor é um santo remédio. E dar amor nas doses que eles precisam não tão é fácil quanto podemos ingenuamente supor, exige um trabalho interno dos pais, por vezes extenuante.
Não esmoreça e siga firme!
beijo
Renata
Vou divulgar lá no meu blog também, não posso me calar diante de enorme absurdo.
Beijo
Só me resta pensar: o que fizeram de nós pais do "futuro"? Por que estamos sucumbindo a tantas e tantas informações? Teria esse acúmulo diário de informações ironicamente nos tirado a capacidade de pensar??
O que será o amanhã?
Beijos,
Nine
Eu tenho TDAH e só descobri isso depois de 36 anos de idade.
Devido a esse transtorno eu sempre fui:
Depressivo, triste, esquecido, disperso, nao conseguia me concentrar, tive dificuldade de convivencia social, ou seja, minha vida foi horrivel. Dos 22 cursos que fiz, nao terminei nenhum (devido a essa porcaria de TDAH)
Minha vida inteira foi chata e triste e agora nao mais, me sinto como uma pessoa qualquer, normal, feliz.
Esse remedio é nescessario e funciona,
O TDAH nao é um problema causado por fatores externos, a pessoa ja nasce TDAH, e precisa do remedio como parte do tratamento
http://www.atencaoprofessor.com.br/video.aspx?id=8
E se você conseguir se concentrar e assistir até o fim o vídeo que eu publiquei, verá que a "idiota péssima profissional" à qual vc se refere é médica, pediatra e docente da Unicamp. Ela pode medicar.
Primeiro é diagnosticar de fato que se pode ter TDAH (ou qualquer outro tipo de ansiedade patológica)o que deve ocorrer em uma parcela ínfima de crianças (e pessoas).
A segunda coisa é ficar receitando Ritalina sem o menor critério para criança mal educada e sem limites, cuja mãe acha mais fácil a criança ter "TDAH" do que ter que ensinar o filho a ter educação e respeito e conviver civilizadamente em sociedade.
E terceira, que aconteceu comigo, foi a professora "diagnosticar" TDAH no meu filho porque aos 5 anos ele não queria ficar sentado fazendo lição no caderno e só queria brincar no parquinho :)!!!
Concluindo, a psicóloga é criteriosa sim ao falar que há o uso indiscriminado de medição para muitas crianças que NÃO precisam e, neste caso, pode fazer muito mais mal do que bem.
ok tem que passar num neurologista e tal, mas como disse o meu, isot nãoé remédio pra quem tem 5 anos, é pra quem tem 25!
além do remédio tem que fazer terapia, mas tem que levar a sério, e a família toda. ontem no consultório da minha terapia rolou na sala de espera um diálogo assim:
-oi fulaninho, hj era pra vc vir com sua mãe e seu pai, aconteceu alguma coisa.
-oi tia o meu pai pediu pro motorista entrar na sua sala comigo.
o motorista faz uma cara estranha mas confirma que recebeu ordem pra ficar dentro da sala desta vez.
daí a terapeuta explcia que ele não precisa entrar, que era só o pai e a mãe mesmo, mas que então ela vai atender o fulaninho e depois ligar para os pais.
vc tem alguma dúvida que se um médico passar um remédio eles não vão pedir pro motorista comprar??
assumo que odeio ir ao consultório em horário de desempregado quando acabo cruzando com crianças e os terceirizados pra educação delas: a babá, o motorista, a empregada...
O principal ponto não é se a criança deve ou não ser medicada. É como o diagnóstico é feito para se concluir que a criança tem o TDAH.
A doença existe e tem tratamento. Acho que ninguém deve ser contra o uso de remédio por si.
Acho que vale a pena a leitura deste artigo http://www.tdah.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=223:tdah-%C3%A9-uma-doen%C3%A7a-inventada%3f&Itemid=123&lang=br
E sobre o video em questão: a psiquiatra em questão expõe seus argumentos com base em qual pesquisa científica? Com quantos pacientes TDAH ela trabalha? Desconheço qualquer efeito devastador deste medicamento...