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Princesinhas briacas

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Princesinhas briacas A Cereser, um dos maiores fabricantes de bebida alcoólica do país, está lançando um produto para crianças que tem cara de champanhe, bolhinhas de champanhe, rolha de champanhe, estoura como champanhe, mas não é champanhe. É um suquinho frisante, desenvolvido para as crianças fingirem que estão tomando...adivinha o quê?! Do ponto de vista mercadológico, um dos principais objetivos de se lançar produtos adultos em versão infantil (ou adolescente) é formar e fidelizar novos consumidores. Mais do que lucro imediato, a indústria busca investir nos mercados futuros. Por quê? "Old habits die hard", como diria o Mick Jagger. Velhos hábitos são difíceis de serem mudados. A indústria aposta que, uma vez desenvolvido o hábito de consumo daquele produto, principalmente na infância, dificilmente o consumidor deixará de consumi-lo na vida adulta. As lembranças da infância tem forte ligação emocional e afetiva e o produto passa e fazer parte delas. É por isso que ...

A infância do meu filho não está a venda.

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O mercado de cosméticos é bilionário. E de onde vem estes bilhões há muito mais. Isso não é suficiente para acalmar a fome de lucros das empresas. Eles querem mais, muito mais. Às custas de quem? De nossos filhos. Nessa semana, dois fatos me deixaram bastante preocupada com o rumo que as coisas estão tomando. Primeiro a notícia que o Walmart está para lançar a linha Geogirl, com produtos de beleza de verdade, de uso diário, para  crianças de 8 a 12 anos. Depois, a propaganda ridícula da linha Avon Barbie na Nickelodeon. Na internet você vai encontrar muitos textos sobre a linha Geogirl. Deslumbretes achando tuuuuuudo. E gente questionando se nossas tão violadas crianças precisam de mais essa. Por mim, já tá decidido: o Walmart não me pega mais. Tenho consciência de minha pequenez diante deste gigante, mas essa formiguinha tem muito orgulho de não dar mais um centavo pra essa rede de varejo que quer lucrar às custas da autoestima e da adultização de menininhas. Outros gig...

Filhos fora da Matrix (Criando filhos felizes, parte 2)

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Filhos fora da Matrix (Criando filhos felizes, parte 2) Outro dia, uma amiga comentou angustiada que o filho era muito submisso. O garotinho de 5 para 6 anos, era doce demais a ponto de fazer concessões não tão favoráveis a si próprio em troca de manter as amizades. Na hora, me lembrei de uma frase que havia escutado de uma educadora : "É preciso ser submisso para aprender a não se submeter". Uma frase forte, papo cabeça e que não aliviou em nada os anseios da mãe naquele momento. Reencontrei a criança cerca de um ano e meio depois. Ele me contou que havia brigado com o amigo. O motivo, nas palavras dele: "Ele fica me chamando de mané. Eu não sou mais mané." Fiquei muito impressionada. Na minha frente havia outra criança, mais segura, independente, consciente de seu valor. Quando li os comentários no texto anterior , senti a angústia crescente dos pais com a relação "criança x consumo x felicidade" e não pude deixar de associar os en...

Criando filhos felizes.

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Criando filhos felizes. Todos nós queremos "apenas" que nossos filhos sejam felizes. Meta ambiciosa essa. Se desejássemos "apenas" que eles fossem astronautas da Nasa, presidentes da república ou o novo Lama que libertará o Tibet, teríamos uma chance maior do nosso desejo se realizar. Mas somos ocidentais ambiciosos e a tal felicidade é nossa meta. Para isso preparamos nossos filhos desde muito pequeninos para conquistá-la. Como? Com uma intensa fomação material e intelectual. Melhores escolas, estímulo à leitura, boa alimentação, exercícios físicos, brinquedos - muitos brinquedos, informática, música, inglês, Danoninho e tudo o mais que a sociedade nos oferece e anuncia como a chave para um ser humano pleno e feliz. Não precisamos olhar além de nossos próprios muros para ver que há algo de bem errado com esta fórmula. Somos adultos com conforto material, saúde, carreira, família, carro do ano, pílulas para sorrir, trepar e dormir, aipédis, aipódes, aifones e,...

Reinventar para viver.

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Reinventar para viver. Recebi este email de um garoto de 74 anos que em 2010 resolveu dar um novo sentido à própria vida. Depois de uma vida dedicada ao ensino universitário num grande centro urbano, este menino foi aposentado meio que compulsoriamente. Para ele, que sempre afirmou que ia trabalhar até morrer, foi um baque. Reergueu-se decidido a mudar o rumo da vida. E reinventou-se para viver. Entro no meu tradicional módulo ofilaine até fevereiro, mas deixo a mensagem dele publicada na página de abertura do Ombudsmãe, para que todos nós, principalmente eu mesma, a tenhamos como exemplo de que sempre é tempo de rever a vida. E que não é preciso muito para torna-la ainda mais significativa e bela. Que venha 2011!  "Alguns de vocês me enviaram cartão de natal, desejando-me boas festas e um ano novo pleno de realizações.  Os cumprimentos de boas festas eu agradeço e retorno com votos dobrados ou aumentados ao infinito. O ano novo pleno de realizações... na minha ...

Mães pro Futuro

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Conheci a Ana Cláudia, do Futuro do Presente , há 3 anos, quando resolvi parar de alugar o ouvido de parentes e amigos e comecei a expor minhas opiniões no blog. Para uma blogueira virgezinha como eu, foi como conhecer a garota rodada do colégio. A mulher é um furor. Bloga, cuida de 4 hominhos, cachorros e quintal, promove listas de discussão na rede, grupos de ativismo, tem uma pequena empresa de produtos conscientes, participa de encontros de blogueiros, foruns educativos, tuita, feicebuca, orkuta, manda email, organiza blogagens coletivas, conhece um monte de gente na rede, enfim...é "O Cara" das mães que blogam. Aprendo muito com ela. Por isso, qual não foi minha surpresa, quando essa pessoa cheia de tempo ocioso (rs!) resolve inventar um selinho "Mães pro Futuro" , mesmo assumindo que é "cafona e ultrapassado" (a Ana é assim, não tem medo de ser feliz) e escolhe quem pra dar o primeiro? A Ombudsmãe que vos escreve! E que agora tá se achando, já que f...

Epidemia de TDAH ou um sistema educacional doente?

Quem está interessado no debate sobre a "epidemia" de TDAH, deve assistir a estes dois vídeos de palestras do Sir Ken Robinson, autor britânico e consultor em educação. Ele expõe da maneira leve e bem humorada a relação existente entre a atual onda de medicar crianças com um sistema educacional que não funciona mais. Se o vídeo entrar sem legenda, clique no menu "cc" para ativá-la. Alerto que ela está literal demais, o que por vezes atrapalha o entendimento, mas com um comprimidinho de Ritalina, você vai conseguir se concentrar e assistir! Rs!!!!!! E se demorar pra carregar, minimize a página, vá namorar um pouco e quando voltar, assista sem as interrupções chatíssimas do Youtube. Vale a pena! Sua visão sobre crianças levadas da breca nunca mais será a mesma. P.S1: O blogger cortou um pedaço da lateral dos vídeos. Não tenho noção de como ajustar. Se isso também aconteceu no seu monitor, clique duas vezes sobre os vídeos e assista diretamente no Youtube. P.S2: Publiq...

Rita Lee ao invés de Ritalina.

Rita Lee ao invés de Ritalina. Esta matéria foi enviada pela Renata, do Pipocando, uma mãe que, como muitas de nós se mantém firme na resistência. É um alerta para o uso cada vez mais frequente da Ritalina como supernanny de farmácia para crianças. No Brasil já são vendidas 2 milhões de caixas ano. Adorei a especialista em psiquiatria da Unicamp chamada para comentar o fenômemo. "Os efeitos da Ritalina são devastadores...eu não descarto que existam crianças portadoras de patologias, mas nem para essas eu receitaria Ritalina." Aí a reporter pergunta: "O que a senhora receitaria?" "Rita Lee" responde a Doutora e me conquista para sempre. O pior disso tudo é que a droga está sendo dada para enquadramento de crianças na escola. Reflexo de uma sociedade definitivamente sem parâmetros. A escola para no tempo - numa sociedade em transformação é uma das instituições mais resistentes a mudanças - e crianças são drogadas para se adaptarem a um sistema educacional q...

Procuro uma escola que dê jeito no meu filho.

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Procuro uma escola que dê jeito no meu filho. Um equívoco muito comum é a escolha da escola ser feita para "dar jeito" na criança. Canso de ouvir mães justificarem a matrícula em uma instituição linha dura porque o filho precisa de mais disciplina. E junto com essa explicação, praticamente todas se queixam que vivem sendo chamadas pela escola por conta da rebeldia ou da indisciplina dessas crianças. Bilhetes, advertências, birras, malcriações, bronca em reuniões de pais, acabam virando parte do pacote. Conclusão que se chega: o filho é mesmo impossível. Leda me conta que, cansada de tanto ser chamada, avisou a escola: "Não me chamem mais. Ele é assim, vocês conhecem, resolvam." E assim o problema deixou de existir. Apenas para ela, é claro. Rafael, o filho da Leda, é um menino extremamente ativo, desses com o bicho carpinteiro. Ao mesmo tempo, é um menino curioso, arrojado e explorador. Se mete no meio do mato, trepa em árvore, faz clubinho e passa o tempo todo na r...

Jabá sem fins lucrativos - Caixa de Brincar

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Jabá sem fins lucrativos - Caixa de Brincar Adriana poderia ser como todas nós, mães que tentam, mas deu a sorte de ter o Paulão como filhote. Paulão nasceu sem imunidade nenhuma (lembra do Menino na Bolha de Plástico?) e precisou se submeter a um transplante de medula óssea ainda bebê. Durante o longo e extremamente árduo processo, Adriana vestiu a capa, largou casa, carreira, vida própria e tudo o mais que costumamos levar na bagagem e lutou como uma leoa pela vida do filho. Sairam dessa todos vivos, saudáveis, mas a Dri em especial desenvolveu um senso extremamente apurado para os momentos curtidos entre pais e filhos. Esteja onde estiver, nunca a vi desperdiçar um. Desse dom que ela acabou adquirindo, veio uma idéia simples e muito criativa. Produzir kits de atividades para pais e filhos fazerem juntos. Nascia a Caixa de Brincar , nome que o próprio Paulo escolheu para as caixas que a mãe monta e testa sempre com ele antes de colocá-las a venda. As Caixas são bem artesanais, monta...

"O filho da minha amiga lê melhor que o meu."

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"O filho da minha amiga lê melhor que o meu." A armadilha das comparações no processo de alfabetização. BARALIO (baralho) , PRAPO (trapo) , QUIEJU (queijo) , LEFATE (elefante) . Juju tem 7 anos e meio. Estas foram suas anotações em uma ficha de jogo de tabuleiro preenchida com uma letrona maiúscula, meio torta e imprecisa. Juju é meu terceiro filho e o último deles a passar pelo processo de alfabetização. Eu poderia cair no equívoco comum de compará-lo a outras crianças. Felizmente, a maternidade múltipla me concedeu o bônus extra de compreender que cada filho tem seu processo único de aprender a ler e a escrever. Essas comparações servem apenas para nos encher de orgulho. Ou de angústia. E não ajudam em nada a criança. Tem criança interessada desde muito cedo em aprender letras e números. E bem pequenas começam a aproximação com a alfabetização. Outras não estão nem aí para esse código estranho e demoram muito mais pra serem engajadas no processo de aprendizagem. Tem crianç...

Estão fumando droga na casa do vovô.

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Estão fumando droga na casa do vovô. As crianças entram na sala aos berros: "Mãe! Achamos droga na casa do vovô!" A mãe, que descansa no sofá, abre só um dos olhos. O suficiente para ver um baseado na palma da mão de um deles. "Droga, mãe! Droga! Alguém tá fumando droga na casa do vovô!" A mãe dispara com aparente calma: "Isso parece droga, mas não é. É o cigarro caipira da fantasia da tia Lola. Sabe a festa caipira da chácara? Ela vai fantasiada e todo caipira tem um cigarrinho destes na orelha." As crianças olham incrédulas pra mãe. De repente, disparam atrás da tia Lola. "Tia Lola, tia Lola, achamos droga na casa do vovô! Droga, tia Lola! Alguém tá fumando droga aqui!" Na frente do computador, tia Lola segura a respiração diante da mãozinha gorducha que acena com um baseado. Atrás deles vem sua irmã, a mãe das crianças, repetindo a explicação da festa caipira. Uma sobrancelha erguida e a história se confirma. As crianças entregam o cigarrinho ...