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Toma lá da cá.

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Toma lá dá cá. A escola de inglês do meu filho resolveu "incentivar" a participação dos pais. Dão um bônus para cada tarefa que os pais vistarem. Se a criança faz a tarefa, ganha um bônus. Se os pais vistam antes de entregar ao professor, ganha dois bônus. E no final do curso, os bônus podem ser trocados por brindes. Soube desta novidade após efetuar a matrícula. E rosnei como sempre rosno quando discordo de algo. Acho uma aberração esse sistema "supernanístico" de premiar crianças por algo que tem que ser feito. É a fórmula ideal para se formar gente oportunista que só funciona em troca de algo. A tarefa faz parte do processo educacional? Então tem que ser feita e pronto. Esperando-se me troca apenas um melhor aprendizado. Isso se chama responsabilidade. Pior ainda é bonificar o aluno pela participação dos pais. Pai e mãe tem que acompanhar a vida dos filhos. É um dever assumido quando o esperma entrou no óvulo. E ninguém tem que ganhar bônus por isso. ...

Respeito é bom e preserva os dentes.

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Respeito é bom e preserva os dentes. Cena lamentável: filho sendo estúpido com sua mãe. Filho adulto de mãe madura. Já presenciei mais de uma vez. E muitas vezes as malcriações partiram de adultos que enchem a boca para falar da falta de limite que os pais de hoje dão para seus filhos. Ironias da vida. Na frente dos próprios pais, tais pessoas se portam como as crianças birrentas que tanto criticam. Conversei com duas pessoas sobre o assunto. A especialista e a mulher do povo. Da especialista em educação veio a valiosa dica: "é um comportamento que vem da infância. E que se não for bem trabalhado lá, se perpetua e acaba virando uma dinâmica no trato entre os membros da família. Os pais não podem ser condescendentes com estupidez quando os filhos são pequenos, pois eles crescerão agindo dessa forma." Da mulher do povo veio: "Você viu o jeito que eles falaram com a mãe?! A mulher é idosa, mal anda e aquele bando de cavalos falando aquele monte de palavrão pra ela? Pois eu ...

Dei uma de mãe!

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Dei uma de mãe! Essa semana fiz algo inédito. Dei uma de mãe passional. E aviso: cuidado com elas! Sou do tipo que, antes de sair fazendo justiça com as próprias mãos, tento ponderar, procurar o caminho da justiça, da coordenação, da professora, da imprensa, dos discursos inflamados, das cartas para o senado, para o conselho tutelar e o que for. Mas dessa vez deu a louca. Meu filho tem um colega que, repetidas vezes, o humilhou. Até agora, segui os manuais e deixei que ele resolvesse, acompanhando de longe, aconselhando e dando força para que ele fosse à luta. Até que semana passada o tal colega se superou. Humilhou novamente meu garoto, fazendo-o de bobo. E a situação chegou a um ponto que ele não conseguiu mais resolver por conta própria. Era engolir o sapo (e esperar os próximos) ou alguém maior e mais forte dar um jeito. Não tive dúvida. Peguei o telefone e liguei pra mãe dele. Nunca tinha feito isso. Fui educada, tinha que ver, mas contei a ela o que aconteceu e solic...

Meu filho está pronto?

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Meu filho está pronto? Ontem surpreendi meu filho, de 11 anos, atravessando uma avenida de maneira bem imprudente. Foi uma coincidência daquelas que só Deus explica. Eu passava no local, quando vi alguém correndo na frente dos carros. Descobrir que aquele alguém era meu menino, foi como levar um soco no estômago. "Como assim?! Mas faz 11 anos que a gente te ensina a atravessar a rua com cuidado?! Você sabe como deve ser, você sabe do perigo!" Passado o susto, veio o "pensativo" (ele nunca me abandona). Fiquei me questionando se não havíamos dado autonomia a ele cedo demais. Mas atravessar a rua foi algo que nunca imaginei que ele fosse se arriscar. Ensinamos tanto. Recomendamos tanto. Demos exemplo. Somos do tipo que só atravessa na faixa, que espera os carros passarem, que olha para os dois lados. E eu conheço meu garoto. Ele nunca foi imprudente. Achei que, neste assunto, estávamos seguros. Até ontem. Hoje acho que nós, pais, nunca estaremos 100% seguros com rela...

"Mamãe, quero ser sexy!"

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Uma das técnicas mais vis de se expandir o mercado de necessidades surreais, isto é, aquelas que não precisamos mesmo , é adultizar a infância e infantilizar os adultos. Essa teoria foi exposta por Benjamim Barber no 3º Forum Internacional Criança e Consumo . Difícil contestar. Crianças infantis consomem menos. Agora, uma menininha "putinha" - com total respeito ao leitor e uma raiva muito grande dos (ir)responsáveis - consome maquiagem, salto alto, cremes, bolsas, parafernálias eletrônicas, acessórios, roupas etc, etc, etc. Os meninos também estão na mira. Tênis de grife, bonés, agasalhos, correntes, aipodes e aifones, videogueimes, academias, brincos, eletrônicos em geral e etc. E as mensagens de que eles precisam se portar como adultos é passada bem debaixo do nosso nariz. Já parou para assistir a programação infantil? As crianças mostradas se vestem como adultos, se maquiam como adultos, falam e agem como tais. Tem bandas de rock, namoram, são empresários, sacaneiam, são...

Criança e consumo

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Criança e consumo. Semana passada, participei, em São Paulo, do 3º Forum Internacional Criança e Consumo , organizado pelo Instituto Alana. Um evento para debater este tema, por si só, já é uma grande conquista. Numa sociedade onde consumir é sinônimo de "progresso" e de "subir na vida", chama atenção o fato de existir um grupo cada vez maior de pessoas levantando a mão para perguntar se tem mesmo que ser assim. O debate sobre o consumo é polêmico. E se torna mais caloroso ainda sob a ótica da infância. Talvez porque envolva muitos agentes: pais, educadores, publicitários, emissoras de tv, fabricantes, governantes, lojistas, parentes, psicólogos. A lista é longa, somos todos guardiões das próximas gerações. E quando há muita gente para culpar, quase sempre esquecemos de apontar o dedo para o nosso umbigo. Como mãe e publicitária, conheço bem os dois lados da moeda. O lado de lá bota nos pais toda a responsabilidade por "filtrar" as mensagens que chegam às ...

"- Mãe, por que tem dia da mulher e não tem dia do homem?"

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"- Mãe, por que tem dia da mulher e não tem dia do homem?" Porque comprar batom é bem mais divertido que comprar cueca. Porque as mulheres são flores e homens nabos. E você já ouviu falar de fazer festa pra nabo? Porque mulher depila e qualquer ser que faça isso consigo próprio merece ser canonizado. Porque ser mulher é bem mais divertido do que ser homem. Mulher vai em grupo pro banheiro, usa salto, pinta a unha, faz chapinha e compra na Marisa. Porque mulher vive numa eterna luta pelos seus direitos e os homens só precisam lutar pelo direito de assistir aos jogos do Brasileirão de graça no canal aberto. Porque mulher dança e segura a criança. Homem chega em casa cansado demais pra ir ao baile. Porque quando a mulher não tem quem pegue o carro no mecânico, o filho na escola ou o remédio na farmácia, ela se vira. Quando o homem não tem quem pegue a cerveja na geladeira, ele se casa. Porque mulher chora com gracinha de filho, final de novela e bronca do chefe. Homem só chora q...

Mamãe e a perereca.

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Mamãe e a perereca. "- Olha filho, uma perereca! Ali...no cantinho. Que linda, vamos pegá-la? Traz pra mamãe aquele copinho...isso, devagar pra não espantá-la. Devagar...pegamos! Ai que fofa! Que cor é a perereca? Vermelho não, filho. Ela é verde. Não é bonitinha?! Ela sabe nadar, quer ver? Vamos soltá-la na lagoa! Papai, vovô, venham! Nós vamos soltar a perereca no laguinho! Isso, filho...leva até o laguinho e solta. Cuidado pra ela não fugir. Isso, tchau perereca! Pessoal, vamos bater palma pra perereca nadando. Olha...um peixe! Nossa! Que é isso?! O peixe engoliu a perereca! Não nenê, não chora! O quê? Não...a mamãe não consegue pegar o peixe e abrir a barriga dele. Papai, faz alguma coisa. Não...explicar o ciclo da vida não vale. O menino nunca mais vai comer peixe. Ai, Senhor, e pensar que a bichinha estava vivinha, até eu capturá-la. Vocês estão rindo do quê? Não estão vendo que eu e o nenê estamos sofrendo com essa situação? O que?!...a perereca tá sofrendo mais ainda?!! Eu...

Viajar e comprar!

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Dei uma de mãe! Essa semana fiz algo inédito. Dei uma de mãe passional. E aviso: cuidado com elas! Sou do tipo que, antes de sair fazendo justiça com as próprias mãos, tento ponderar, procurar o caminho da justiça, da coordenação, da professora, da imprensa, dos discursos inflamados, das cartas para o senado, para o conselho tutelar e o que for. Mas dessa vez deu a louca. Meu filho tem um colega que, repetidas vezes, o humilhou. Até agora, segui os manuais e deixei que ele resolvesse, acompanhando de longe, aconselhando e dando força para que ele fosse à luta. Até que semana passada o tal colega se superou. Humilhou novamente meu garoto, fazendo-o de bobo. E a situação chegou a um ponto que ele não conseguiu mais resolver por conta própria. Era engolir o sapo (e esperar os próximos) ou alguém maior e mais forte dar um jeito. Não tive dúvida. Peguei o telefone e liguei pra mãe dele. Nunca tinha feito isso. Fui educada, tinha que ver, mas contei a ela o que aconteceu e solic...

Magoei a Deusa da Escrita

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Parei de escrever porque estava muito cansada. Precisava me desligar um pouco para renovar o estoque de idéias. Mas o tempo passou e sem que eu percebesse, a renovação acabou virando ferrugem. Estou tendo uma dificuldade imensa em juntar idéias e transformá-las em palavras, frases e textos. Acho que magoei a Deusa da Escrita. E ela não vai me deixar voltar assim, sem mais nem menos, a escrever. Na, ni, na, não. Provavelmente terei que fazer alguns sacrifícios à sua Santidade. Ler os Lusíadas de trás pra frente, as legendas de Caras edição especial Campos do Jordão, voltar a assinar a Veja e aturar os poemas do Pedro Bial no final do Jornal Nacional. Talvez assim, por pura pena, ela me deixe pisar ao menos na calçada do seu templo. Ou talvez eu desista de vez e mude de vida. Quem sabe entre pra uma dessas igrejas onde pensa-se pouco e paga-se muito. É muito menos cruel o Deus deles.

Volta às aulas consciente. Mais um texto republicado por uma ombudsmãe preguiçosa.

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Em tempos de tempestades no céu e tsunamis humanos nas papelarias, nada como uma bela pisada no freio. Republico texto elaborado com a colaboração da Silvia Schiros , com dicas para uma volta às aulas mais consciente. 1. Bazares de troca ou venda de uniformes usados. A idéia, comum na Inglaterra, é montar um local na própria escola, onde os pais podem comprar ou trocar uniformes usados, mochilas, lancheiras e livros didáticos e paradidáticos em bom estado. Pais e escola decidem o que fazer com o dinheiro arrecadado. Pode-se também incluir a venda de roupas usadas (criança perde roupa novinha), brinquedos, jogos e material escolar. 2. Estímulo à carona. Incentivar os pais a trocarem roteiros e contatos de carona. Facilitar esta troca através de uma lista onde os pais interessados colocam roteiro e contato. É uma medida simples que reduz o número de carros na rua, poluentes e pais estressados. (Atenção escolas: pais menos estressados dão menos trabalho. Invistam nisso!). 3. P...

Mais um texto republicado sobre o Natal.

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Preciso rever meu Natal quando: ...começo a achar que a vida eterna, prometida pelo Cristo, é o tempo que vou levar para pagar as compras de Natal. ...torço por uma reforma que elimine dezembro do calendário. ...os amigos secretos viram inimigos declarados depois de abrirem os presentes. ...dou vinho para o vigia da rua, esquecendo que ele é crente. ...o entregador da Veja, que nunca me viu, me acorda domingo às 7 da manhã para pegar a caixinha. ...meu filho comenta que a árvore do vizinho dá de 10 a zero na nossa. ...meu filho comenta que com estas luzinhas mixurucas nós nunca vamos ganhar o concurso de decoração natalina do condomínio. ...o assunto na hora da ceia é se Chester é uma ave natural ou se deram hormônio para o bichinho. ...a bebida fica a cargo do cunhado e ele traz um vinho garrafa azul horroroso que veio na cesta da firma. ...começo a achar que quando Jesus falou em sofrimento, ele se referia a encontrar uma vaga para estacionar. ...meu filho pergunta se, ao invés de ca...