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Meu ouvido não é penico!

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Já que está na moda, eu também vou lançar uma campanha. Chama-se "Meu ouvido não é penico!" O motivo é nobre e tenho certeza que contarei com sua ilustre adesão. Não aguento mais político falando asneira em horário eleitoral. Tomam um tempo precioso da nossa novelinha nos obrigando a ouvir um monte de contos da carochinha, que sabemos, não serão colocados em prática nem se eles tivessem 20 anos de mandato. Que dirá em 4. Acompanhe o raciocínio da campanha: quando se trata de um produto, a publicidade é considerada documento e - tudo o que é prometido em anúncios - precisa ser cumprido. Se o produto não entregar o que promete na propaganda viola as leis do consumidor e pode até ser tirado do mercado, dentre outras sanções. A campanha "Meu ouvido não é penico" quer que se aplique o mesmo raciocínio da propaganda de produto na propaganda eleitoral. Prometeu, tem que cumprir. Afinal de contas eles não estão querendo nos convencer a "comprar" um político o...

Maratonas Matinais

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O despertador toca às 6 da manhã. O maldito nunca falha (seria ainda mais maldito se falhasse). Saio da cama toda amassada e visto qualquer coisa. Acordo os meninos que resmungam e se enfiam debaixo do edredon. Coloco os uniformes ao lado deles e chamo-os mais uma vez. "Vamos, meninos, coloquem o uniforme, está na hora". Desço para preparar o café e as lancheiras. Quinze minutos se passam e estranho o silêncio. Subo. Meninos ainda debaixo do edredon. "Vocês ainda não levantaram?! Vamos, coloquem o uniforme". Desço novamente quando percebo que eles começaram a sair do coma. Continuo a preparação de lanches e sucos. Desce o primeiro e se senta no sofá. "Vem tomar café, filho". Desce o segundo com o tênis na mão "Filho, calce o tênis". O terceiro não aparece, subo novamente. Ele está dormindo sem camisa, com a calça do uniforme enfiada em uma perna. Acordo-o e levo-o para o banheiro. Ele pergunta muito bravo: "Mãe, hoje é amanhã?". Acho g...

Poderosas

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Quando eu era criança, mulheres casadas eram todas senhoras. Tinham cabelo de senhora, conversa de senhora, roupas de senhora e postura de senhora. Não importava a idade, se tinham 27, 35 ou 50 anos. Parecia que casar com o príncipe encantado e ter filhos automaticamente as colocava numa categoria de pessoas responsáveis, adultas, sérias, sensatas e principalmente, assexuadas. Como diz o Nelson Rodrigues "Como é possível fazer sexo com a Santa Mãe dos meus filhos?" De repente, surge na minha vida a Rita Lee. Com ela aprendi que era possível casar com o príncipe encantado e mesmo assim ter cabelos vermelhos flamejantes, franjinha, usar roupas descoladas, andar de tênis, fazer coisas bem insensatas e dar, dar muito, na cozinha, na sala ou até dentro da piscina, como na propaganda da Ellus (que você pode assistir abaixo). Santa Rita de Sampa, você ajudou a enterrar muitas futuras senhorinhas. Louvada seja! Depois veio a Madonna. Com ela aprendi que não só era possível casar, ...

O monstro que mora em mim

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Outro dia deixei escapar o monstro. Foi com meu filho caçula. O monstro saiu raivoso, colérico, cruel. A expressão de medo no rostinho dele (essa doeu!) me fez imediatamente acordar e lutar para recolher o monstro. Mas era tarde. O estrago já havia sido feito e foi um episódio muito difícil para nós dois. Decidi que já era tempo de dar um jeito neste monstro. Ficou óbvio neste dia, que o método que usei até hoje de trancá-lo em um quartinho escuro e secreto, não estava mais funcionando. E não havia mais cadeados que o segurassem. Precisava de outra estratégia. Entendê-lo era um princípio. Que monstro é esse? Por que ele mora em mim? Só eu que o tenho? Por que não o controlo? Perguntas e mais perguntas foram brotando. Uma coincidência me fez entender melhor o monstro. Fui ao cinema ver o filme "Piaf". Saí de lá convencida que meu monstro é um Pikachu perto do dela. Você olha para a mulher e consegue enxergar o tamanho do bicho que mora lá dentro. É preciso um furacão de furia ...

Lição de vida

Meninas, este vídeo me mostrou qual a coisa mais importante que devo ensinar a meus filhos. Desde os tempos do " Tapa na Pantera " eu não dava tanta risada. Espero que vocês também gostem. 

Retornos

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Outro dia, me deu de pensar nos muitos retornos que fazemos na vida. Como o retorno caranguejo que é sair com um ex. Ou o retorno B.O. que é tomar umas e dirigir. Tem também o retorno Yes! Yes! Yes! que é orgasmo múltiplo. O retorno mais comentado da história é o do filho pródigo. E olha que naquele tempo nem tinha revista Caras. Retorno filho da puta é o que fica depois do pedágio. O retorno de Helena é novela do Manoel Carlos.  Meu, que foda esse retorno! é voltar pra São Paulo depois do feriadão. O retorno "Começar de novo" é o de Narjara Turreta. O retorno bota pilha no sabre é o de Jedi. E quase ia me esquecendo do retorno mais esperado do ano que é devolução do Imposto de Renda.    O Ombudsmãe retorna. Mais completo, mais interativo, mas ainda sendo pensado. Aguardem os próximos retornos. Um beijo, Taís

Vergonha

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Imagine que você trabalha em uma fábrica na qual praticamente toda a produção sai defeituosa. Avaliação após avaliação, o produto que você produz é constantemente bombardeado. Ele não é apto nem para as funções mais básicas para as quais foi fabricado.  Você vive reclamando do salário, do ambiente de trabalho e é plenamente consciente de que existem formas muito mais eficientes de exercer sua função. Mas nenhuma delas é posta em prática na fábrica onde você atua. Sua auto-estima é baixa, seus colegas vivem reclamando. E, o que é pior, você sabe que existem fábricas produzindo bem melhor e com muito mais alegria que a sua e os produtos deles dão um banho no seu.  Deu para imaginar o cenário?  Agora imagine que uma pessoa vem questioná-lo sobre sua satisfação com esta fábrica e VOCÊ RESPONDE QUE ESTÁ SATISFEITO!!!!!!! Essa foi exatamente a resposta dos professores brasileiros na pesquisa da Veja sobre o índice de satisfação com as escolas públicas.  Que o pais tenham se considerado...

Te Vejo no Youtube

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Telma e Sílvia fizeram dois comentários interessantes no texto anterior. Uma afirma que não dá mais pra ser anônimo. Realmente, com uma câmera a cada celular, fica difícil passar incólume. As câmeras estão por toda parte. Na escola das crianças, nos condomínios, escadas rolantes de supermercados. Colocou o dedo no nariz, tá no Youtube. Isso me faz sentir muito mal. Invadida. E por conta disso estou relendo "1984", cada vez mais paranóica com as previsões do George Orwell. Mas pior do que uma vida sob a vigilância das câmeras é uma vida sob a vigilância da imprensa. É um absurdo como, cada vez mais, a imprensa, que deveria ser o mais importante canal de informação e comunicação das sociedades, se presta a fofocar, como uma velha amarga na janela de uma casa interiorana. Com isso, ficamos sabendo que o Fábio usa drogas, que a Amy é uma barraqueira sensacional, que o Pedro dá umas bifas na mulherada, que a Suzana é chifruda, que aquela umazinha saiu sem calcinha e blá, blá, blá...

Ronaldo e os travecas

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O que me dá raiva não é o Ronaldo ter que dar satisfações na frente das câmeras sobre o que ele faz (ou não faz, segundo ele). O que dá raiva é que ele DÊ as tais satisfações. Por que ele tinha que ir ao Fantástico pedir desculpas ao Brasil por ter pegado (ou não, segundo ele) um traveca? Por acaso a conta do motel foi paga com dinheiro meu? Foi dinheiro público? Então, ele devia mandar o mundo às favas e pegar (ou não, segundo ele) quem ele bem entendesse. Vai ser feliz, menino! Com quem, quando e onde você quiser. Esquece a gente! Esquece a imprensa. Ela não te merece. Ela é só Fantástica e você é o Fenômeno. E vocês viram a capa ridícula da Veja? Uma foto dele sob um pó branco e dizendo que as escolhas dele o aproximam mais do Maradona que do Pelé? Bom, pelo menos é Pelé e Maradona, e não Biro Biro. Hellôô, "apelistas" da Veja: o Santo do Pelé, ignorou a filha! Quer pior exemplo para as criancinhas? Se me perguntarem o que quero que meus filhos sejam quando crescer: anônim...

Virei Diva!!

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Recebi mais um selo supimpa e que me deixou "se achando". A indicação veio da Carla, do blog "Vai, Carla, ser gauche na vida!" . Muito fofa, muito querida e uma grande incentivadora. E eu repasso para a Mãe Chata Mulher Doida , da Carolina Coelho. Carolina, não desista! Carla, muito obrigada!

Amigos

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Este final de semana foi especial por vários motivos. Cada um deles com nome próprio. Fomos pra São Paulo e conseguimos rever alguns amigos e parentes muito queridos. Sabe aquele tipo de gente que você fica um tempo sem ver ou falar, mas quando encontra é como se fosse vizinho de porta? Rola um carinho e uma afinidade instantânea e o papo acontece sem esforço. Mas o que mais faz bem é que não é relação social. É carinho. Legítimo. Matéria prima da vida, muito rara, mas vital. A todos vocês e aos outros, que estão firmes por aí, dedico este textinho que me veio por email, singelo e bonitinho, mas que traduz algo muito próximo do que sinto sobre amizade: "Amigos" "Quando você estiver triste... Eu vou te ajudar a planejar uma vingança contra o filho da puta que te deixou assim. Quando você me olhar com desespero... Eu vou enfiar o dedo na sua goela e te fazer por pra fora o que estiver te engasgando. Quando você sorrir... ...

Eu me rendo - Danuza Leão

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Este texto da Danuza Leão eu li na Folha há alguns anos. Achei bárbaro. A Sílvia do Silkelita o encaminhou pra mim outro dia. Foi uma delícia relê-lo. Quis compartilhar com vocês. Eu me rendo , por Danuza Leão. Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser burra, incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades. Uma das mentiras: É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante. É muito simples: não podemos. Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante. Aliás, nem a de companheira; ...