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O cocô e o perfume.

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A Telma Vinha, docente da Faculdade de Educação da Unicamp e minha super irmã, mandou um email comentando que uma escola da Bahia deu nome a um projeto que estuda o sistema digestório (o que houve com o bom e velho sistema digestivo?) de "Será que se eu tomar perfume meu cocô sai cheiroso?". Bárbaro! Um nome infantil, com cara de curiosidade de criança. Pergunte a qualquer uma delas: "Vamos estudar o sistema digestório?" E elas dirão, com toda razão: "Eca! Que chato!". Agora apresente a pergunta acima e todas adorarão descobrir porque o cocô é fedido, porque comemos arroz e não sai arroz, o que é o pum e muitos outros mistérios do corpo e das susbstâncias que saem dele. Quando publiquei o texto sobre a pouca criatividade dos projetos escolares, alguns leitores observaram que o maior problema é a necessidade de se cumprir conteúdos pré-determinados. Este exemplo da Bahia mostra que é possível cumprir com os conteúdos sem perder a graça e a imaginação.

Gostosa

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O Ombudsmãe retorna, com a promessa de que agora as atualizações serão, no mínimo, semanais. Outra novidade é que o endereço ficou mais fácil: www.ombudsmae.com.br Retomo do ponto em que paramos. Revistas femininas completamente fora de sintonia com o universo feminino. E o que é pior, ajudando a derrubar nossa auto-estima e mantendo-nos em constante culpa. Dei uma conferida nas bancas. Há dezenas de revistas dedicadas à mulher. Todas, com fórmulas "simples" e eficazes de obtermos equilíbrio "marido + carreira + filhos + corpo esplêndido" (a única excessão é a Nova, que promete o mapa para o ponto G. Deles. ). Minha pergunta: se fosse tão fácil equilibrar tudo, por que martelam tanto o tema? Se é tão básico, por que tantas mulheres estão enlouquecidas, cansadas e frustradas? Sinceramente, precisamos aprender com os homens. Confiram as revistas masculinas - 70% trazem na capa a gostosa do mês. Outras 20% trazem a moto ou o carro do mês. E as 10% restantes trazem a go...

Mulheres Superpoderosas em: “Dia-a-dia, a missão”.

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O Ombdsmãe ficou desatualizado por um motivo cada vez mais comum: não dava tempo! E quando dava, não havia energia para nada, muito menos pra pensar. Parei. E agora retorno fazendo um manifesto contra esta vida de Mulher Maravilha que está mais pra Super Otária. Que é isso, gente?!!! Que revolução foi esta que tirou a gente da cozinha e enfiou no trânsito? Queria mais era ficar em casa, fazendo pão e tortas de abóbora do que ficar indo pra lá e pra cá, descarregando filho, fazendo supermercado, preparando aulas, dando aulas, corrigindo trabalho, participando de simpósios (quem ousa ficar desatualizado?), indo no pediatra e blá, blá, blá. Vou parar antes que me canse novamente e não chegue ao final do texto. A verdade é que ando rezando pra esta semana terminar e entrarmos todos de férias. E decidi que retornarei no próximo semestre decidida a organizar melhor as coisas e aliviar um pouco a missão impossível. Ainda não sei como. Mas tenho um mês inteiro para pensar num plano diabólico p...

Grupo de pais

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Aqui em São José dos Campos, estamos organizando um grupo de pais e mães pra discutirmos e trocarmos experiências sobre a árdua tarefa de criar filhos em tempos modernos. Como diz a Rosely Sayão, antigamente, os padrões educativos eram bem estabelecidos e os pais, pra bem ou pra mal, sabiam como agir. Hoje em dia, tudo é questionado, o mundo e as relações humanas mudaram muito. Estamos no meio de uma era de muita confusão. Eu pessoalmente acho que o resultado de tanta ebulição será positivo. Discutir e questionar padrões estabelecidos é sempre benéfico e necessário pra nossa evolução. Mas estar no olho do furacão é complicado e desgastante. Daí a necessidade de fazermos trocas. De apoiarmos uns aos outros. Nosso grupo vai se reunir semanalmente na casa de uma amiga e contará com a mediação de uma psicóloga, especializada nas relações familiares. Iniciaremos lendo "Pais liberados, filhos liberados", um livro muito bom sobre a comunicação entre pais e filhos. De texto leve e c...

Alfabetização precoce

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A Ana Paula fez um comentário da maior importância. O que leva tantas escolas a alfabetizarem e “numerarizarem” tão cedo nossas crianças? Já presenciei uma professora dizendo com orgulho que todos os seus alunos de 2 anos terminam o ano sabendo “escrever” o nome! Coloco o verbo entre aspas pois não acredito que uma criatura ainda de fraldas, que mal consegue segurar o lápis, saiba que as formas que copia no papel sejam parte de algo muito maior que é a escrita. Daí vem a explicação chavão “os pais exigem”. Sinceramente, uma escola dizer isso é colocar um atestado de incompetência na porta. Pai e mãe não são educadores. Eles podem ter suas angústias e neuroses (quem não as tem?), mas um educador formado, conhecedor do desenvolvimento infantil e ciente de seu papel na construção do conhecimento, ser conivente com esse comportamento – e até estimulá-lo - é mais do que adaptar-se ao mercado. É irresponsabilidade. Imaginem um pediatra dizendo: “a criança está bem, mas a mãe quer que eu a op...

Professor especialista - necessidade ou piroctecnia?

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Hoje levanto uma questão que tem me proporcionado muitas dúvidas e que tem se tornado rotina em muitas escolas de educação infantil. Meu caçula tem 3 anos e…6 professores na pré-escola - duas de sala e 4 especialistas –música, inglês, biblioteca e educação física. O meu outro menino, tem 6 anos e…8 professores – 2 de sala e 6 especialistas – os mesmos do caçula, mais o professor de artes e a de informática. Minha pergunta é: precisa? Quais os ganhos de expormos crianças tão pequenas a uma rotina de troca de professores, antes exclusiva aos alunos mais velhos? Pode-se argumentar que o professor especialista sabe mais da disciplina e, portanto, estaria mais apto pra ministrá-la. Concordo. Mas estaria ele apto para enxergar a plenitude da criança e seu processo individual de aprendizado, como um professor generalista competente e bem treinado? Não acredito. O professor especialista trabalha com muitas turmas e horários pré-determinados. As atividades têm hora para iniciar e acabar, o que,...

Projetos - Agua, de novo?

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Água, de novo? Hoje em dia, a maioria das escolas caminha para a educação por projetos. Nada contra. Muito pelo contrário. A dinâmica dos projetos é muito mais rica e significante que o aprendizado decorado e massificante no formato “lousa-livro-prova”. O problema aparece quando observamos a forma como os projetos são escolhidos e montados. De uma escola para outra, os temas variam muito pouco. A impressão que temos é que há um “banco de projetos” pobre e repetitivo de onde os professores tiram suas propostas. É sempre água, solo, “o que é o que é”, reciclagem de lixo, “minha história – minha vida” e outros do gênero. Temas excelentes, mas quando usados à exaustão acabam tornando-se cansativos e repetitivos. A massificação dos temas de projetos afasta-os da proposta inicial que é proporcionar ensino temático personalizado aos interesses e necessidades dos alunos de cada turma. Os defensores do “banco de projetos” podem dizer que, apesar dos temas serem quase sempre os mesmos, a própria...