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Santa (e desejada) ignorância.

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Santa (e desejada) ignorância. Logo cedo, recebo pelo Feicebuque a informação que a Nestlé tem estratégias advanced master de engajamento de pediatras.    Repasso o linque para umas pessoas que trabalham com saúde e nutrição e logo uma delas me cochicha virtualmente que alguns fabricantes de alimento tem estratégias tão escusas, que o aliciamento de pediatras é brincadeira de criança. E me descreve com detalhes o duvidoso o trabalho de alguns "profissionais" da área que tem metas mercadológicas a atingir, como qualquer balconista.  Depois vou ao mercadinho aqui do bairro para comprar tortilhas para comer com guacamole. Tortilhas nacionais (traduzindo: salgadinho com nome chique para não dar crédito ao fabricante). Pego o pacote e logo vejo a informação que é feito com milho transgênico. Procuro uma alternativa e TUDO na prateleira tem o famigerado T. NÃO VOU DISCUTIR SE FAZ BEM OU MAL. Mas acho um abuso eu não ter opção. O meu direito de ter u...

Com a palavra, as MÃES

Compartilho texto inédito que publiquei no blog Infância Livre de Consumismo. Meu carinho sincero a todas as mães que, como eu, estão com a casa deliciosamente cheia de crianças. Adoro as férias! Com a palavra, as MÃES .

Carta aberta ao Conar

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Carta aberta ao Conar Duas recentes medidas do Conar referentes aos abusos da publicidade voltada para as crianças nos deixaram preocupados e ainda mais descrentes da atuação deste órgão com relação à proteção da infância. A primeira foi a decisão de sustar a campanha da Telessena de Páscoa por anunciar para o público infanto-juvenil um produto que só pode ser vendido para maiores de 16 anos (de acordo com regulamentação da SUSEP). A segunda foi a advertência dada pelo Conar à Ambev, com relação ao ovo de páscoa de cerveja da Skol. Ambas atitudes do Conar seriam dignas de aplausos - se tivessem sido tomadas quando as campanhas publicitárias estavam no ar, na Páscoa, em março. Mas o Conar só agiu em junho, quando as campanhas já não eram mais veiculadas. Com isso, não houve nenhum impedimento para que a mensagem indevida da Telessena atingisse impunemente milhões de brasileirinhos e que a Ambev promovesse bebida alcoólica através de um produto de forte apelo às crianças. A...

Pais serão ouvidos em Audiência Pública sobre a publicidade infantil.

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Coletivo de pais será ouvido em Audiência Pública sobre regulamentação de publicidade infantil Texto de  Natalie Catuogn o , publicado originalmente no blog Infância Livre de Consumismo. Pais e mães que defendem a regulamentação da publicidade infantil serão ouvidos pela primeira vez na Câmara no dia 3 de julho. A audiência da qual o grupo participará é parte dos trabalhos da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Casa, que está analisando o PL 9521/01, que trata justamente de regulamentar a propaganda dirigida às crianças. O coletivo Infância Livre de Consumismo (ILC), que reúne os pais pró-regulamentação, requereu a participação quando ficou sabendo da audiência, e o pedido foi acolhido pelos membros da comissão. “Os pais nunca tinham sido ouvidos pelos parlamentares que discutem os rumos desse projeto. Entendemos a importância dessa ausculta, pois é uma forma democrática de a sociedade participar. É fundamental nossa participaç...

Meu filho vai viajar com a escola.

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Meu filho vai viajar com a escola. Seu filhote vai fazer um passeio com a escola? Então leia e descubra em qual perfil de mãe você se encaixa: Mãe Tchauzinho - aquela que aguarda na escola até a partida do ônibus para poder se despedir, abanar a mão e mandar beijinho. É comum vê-la enxugando uma lágrima enquanto o ônibus some no horizonte. Mãe Defensora Pública – sabe quanto custam os ingressos de todas as atrações, o preço do transporte e da alimentação. Faz as contas e descobre que a escola cobra bem mais do que precisava pelo passeio. Contata as demais mães e organiza um movimento para reduzir os preços. Mãe Elma Chips – manda o lanche que a escola pediu e um extra pra garotada comer no busão. É a mais odiada pelo pessoal da limpeza. Mãe Mochileira – apesar dos avisos da escola para não mandar mochila no dia do passeio, obriga a filha a levar uma mochilinha com pelo menos uma muda de roupa. Ignora os protestos da menina e ainda dá um jeito de enfiar to...

"Mãe, briguei na escola"

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O menino chega em casa suado e agitado. Mal entra e dispara com os olhos marejados: "Mãe, briguei na escola." Não consegue continuar. As comportas se abrem e ele solta o choro contido. As lágrimas escorrem pelas bochechas sujas. A mãe olha para ele com atenção. "O que aconteceu?" "Eu estava em cima da árvore. Um menino me provocou, disse que eu subia na árvore feito um elefante e eu respondi que ele nem conseguia subir. Eu desci da árvore e ele me deu um chute no peito, com a chuteira de trava."  O choro volta forte. Ele ergue a camiseta para mostrar as marcas que haviam ficado na pele. "Nossa! E o que você fez? Chamou um adulto?", pergunta a mãe, condoída. "Não. Dei um murro na cara dele e saiu sangue do nariz dele...mas, mãe, eu me defendi, foi ele que veio para cima de mim!" A mãe não sabe o que dizer. É contra a violência, mas o menino bateu nele e pelas marcas, bateu forte. Como ensinar a não violênci...

Educar não tira férias

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Educar não tira férias Na praia, a menina de 5 anos pede um queijinho. A mãe compra e antes de entregar dá uma mordidinha. Ao ver o queijinho mordido, a menina reclama e começa a choradeira. Mãe e tia tentam, mas nada resolve: o queijinho ainda não mordido da tia não serve, um novo queijinho nem pensar, deixa pra lá e come seu queijinho – surto! O projetinho de gente queria o queijinho dela, mas sem a mordida. Os berros vão ficando mais insistentes e como não havia solução, a família opta por ignorar. A mãe termina de comer o queijinho, os irmãos correm para o mar e a tia abre uma revista. Ao ver que a gritaria não estava funcionando, a menina resolve mudar de tática. Pega um palito de queijinho e espeta com força as costas da mãe. A mãe fica muito brava, mas consegue se controlar e dá o recado: “Estou vendo que você está nervosa e muito brava com o que aconteceu com seu queijinho, mas você não pode machucar ninguém por isso. Se acontecer de novo, nós vamo...

Nossos filhos e a avaliação escolar - Parte I

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Nossos filhos e a avaliação escolar - Parte I Uma vez ouvi de um estudante sueco que lá eles não colam nas provas. Na época revirei os olhos. Para uma universitária como eu, nascida em um país da turma do fundão, não colar soava como o cúmulo da inocência escolar. O estudante completou: "Colar é enganar a si mesmo. Por que você faria isso?" Essa frase ecoou anos na minha cabeça até que eu pudesse entendê-la. Mais ainda, pudesse entender porque lá eles pensam assim e aqui achamos que estamos apenas enganando o professor ou o sistema. Para compreendê-la, precisei primeiro de abrir mão de alguns conceitos errôneos e preconcebidos. Confesso que levei anos para entender que não se trata de um povo puro, correto, íntegro versus a malandragem gersoniana brasileira. Não somos coladores natos, nem enganadores desde a mais tenra idade. Somos muito mal avaliados! O sistema de avaliação da maioria das nossas escolas nos estimula a tentar burlá-lo. Explico: avali...

Onde, senão na escola?

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Onde, senão na escola?  O "paraíba vagabundo" vira um brasileiro como eu A "bicha que merece uns tapas" se transforma apenas num cara diferente de mim O "neguinho safado" vira ser humano e meu mano Perco o medo de quem é diferente e com isso viramos todos iguais Onde, senão na escola?  Deixo de temer quem não teme o meu Deus A palavra "nosso" ganha um significado muito além do que ensina a gramática Descubro que nem toda mulher apanha como a minha mãe Aprendo outras formas de resolver problemas sem ser "enfiando a mão na fuça daquele filho da puta" Onde, senão na escola? Entendo que escutar é tão importante como falar Descubro que tenho uma voz e aprendo a usá-la Deixo de ser o filho especial e passo a ser só mais um aluno Observo que o comportamento que tenho em casa nem sempre funciona com meus colegas e professores e com isso mudo. Se não é na escola, onde é?  Al...

Meu filho come com as mãos.

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Meu filho come com as mãos. Meu filho adora botar os dedinhos na comida. Catar os grãozinhos de arroz, os pedacinhos de bife, as florzinhas de couve-flor, a poeirinha da farofa. Já tentei fazê-lo usar os talheres, mas vi que ele não sentia tanto prazer e nem comia tão bem como quando se alimentava com as mãos. Decidi então jogar fora o manual da mãe aplicada e deixei-o seguir comendo no módulo um, dois, três indiozinhos. Mais tarde descobri que uma das maiores especialistas em desvio alimentar infantil, a Dra. Gill Harris, recomenda deixar que os pequenos comam com as mãos desde o primeiro momento em que se introduz os alimentos, para que sintam a textura, a temperatura, se dessensibilizem e percam o medo dos alimentos. Os talheres estão sempre ali pertinho sobre a mesa. Mas é com os dedinhos que ele vai esvaziando o prato e enchendo a barriguinha. O curioso é que aos poucos, ele foi entendendo por si próprio que há lugares em que esse ato não é apropri...

Levante a mão quem não é consumista.

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Levante a mão quem não é consumista. Hoje é dia de blogagem coletiva materna sobre a Infância Livre de Consumismo . Escolhi não falar sobre a influência da publicidade na formação dos pequenos. Na página do ILC no Feicebuque e nos textos já publicados há informações preciosas sobre esse tema. Para mim, o que mais preocupa nessa louca relação consumo x criança x família é que nós, pais de hoje, somos consumistas. Somos talvez a primeira geração de pais formados desde muito pequenos para consumir. Me lembro que a geração que veio antes da minha, tinha uma relação completamente diferente com as coisas. O papel de presente era guardado para embrulhar novos pacotes. Nenhum pote de vidro ia para o lixo. Os livros eram encapados com carinho para serem usados novamente no ano seguinte. Comida era caseira. Fomos aprendendo aos poucos a usar caldo Knorr, o Arisco e outros aditivos industriais. Refrigerante era só no domingo e olhe lá, mas para comprar tinha que levar ...

Precisamos de uniformes inteligentes ou de gestores inteligentes?

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Precisamos de uniformes inteligentes ou de gestores inteligentes? Você é gestor na área de educação e precisa lidar com o número elevado de alunos que cabulam as aulas. Você: 1)       Coloca Michel Teló cantando “É a nossa alegria” nos alto-falantes da escola como forma de atrair a meninada. 2)       Ignora. Aluno cabula aula desde que inventaram a escola e não é você que vai dar jeito nisso. 3)       Manda bilhete para os pais resolverem. 4)       Procura saber o motivo do desinteresse dos estudantes pela escola e coloca em prática um plano para mudar as coisas, envolvendo equipe, pais e alunos. 5)       Articula com a Prefeitura o fechamento da lanhouse que fica perto da escola, porque é para lá   que a turminha vai. Em São José dos Campos, SP, fecharam a lanhouse. Em Vitória da Conquista, BA, investiram R$ 1,2 milhão na compra de unifo...