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Precisamos de uniformes inteligentes ou de gestores inteligentes?

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Precisamos de uniformes inteligentes ou de gestores inteligentes? Você é gestor na área de educação e precisa lidar com o número elevado de alunos que cabulam as aulas. Você: 1)       Coloca Michel Teló cantando “É a nossa alegria” nos alto-falantes da escola como forma de atrair a meninada. 2)       Ignora. Aluno cabula aula desde que inventaram a escola e não é você que vai dar jeito nisso. 3)       Manda bilhete para os pais resolverem. 4)       Procura saber o motivo do desinteresse dos estudantes pela escola e coloca em prática um plano para mudar as coisas, envolvendo equipe, pais e alunos. 5)       Articula com a Prefeitura o fechamento da lanhouse que fica perto da escola, porque é para lá   que a turminha vai. Em São José dos Campos, SP, fecharam a lanhouse. Em Vitória da Conquista, BA, investiram R$ 1,2 milhão na compra de unifo...

Ajude seu filho a escapar da Redoma.

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</body>  "Escape" first appeared in Adbusters #34 (Mar/Apr 2001) by Marc Dejong - Melbourne, Australia. - www.adbusters.org  Ajude seu filho a escapar da Redoma. Imagine que você vive em um país controlado por um Ditador. Onde quer que vá, para onde quer que olhe, Ele está sempre presente. Nos muros, nos autidores, na TV, nas padarias, nos carros, nas camisetas, nos bonés, nas partidas esportivas, nos copos descartáveis e agora até nos uniformes escolares. Não há como escapar de Suas mensagens. Você vai levando sua vida em meio a esse bombardeio sem pensar muito no assunto. Seus filhos também. Mas para eles, o Ditador preparou mensagens mais fáceis de serem entendidas. Tem bichinho, musiquinha, astros e estrelas, joguinhos, personagens famosos etc. Você testemunha seus filhos crescerem achando que o Ditador é muito legal. E quer apenas a alegria e felicidade deles. Acreditam que se fizerem o que Ele sugere, serão lindos, amados, descol...

Publicitários censuram pais e mães em campanha contra a proibição da publicidade infantil.

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Publicitários censuram pais e mães em campanha contra a proibição da publicidade infantil. A ABAP, Associação Brasileira de Agências de Publicidade, organizou um movimento para divulgar a idéia de que somos todos responsáveis pelo consumismo infantil (procure "somos todos responsáveis" no Feicebuqui). A idéia central é engajar a sociedade para o conceito de que não se pode proibir a publicidade infantil, porque vivemos numa sociedade democrática e cabe aos pais o controle e a educação das crianças. O movimento convida todos para o debate "corajoso" e afirma: " São bem-vindos todos os que desejam contribuir com sugestões, com ideias e com argumentos contra ou a favor das posições aqui claramente defendidas... Um debate maduro se faz sobretudo com respeito ao que é diferente e com disposição para argumentar em paz." Pois bem. Aceitei o convite e fui lá dar meus pitacos. Demorou pouco, muito pouco, para eu descobrir que havia perdido me...

Mulheres que me fizeram. Sônia.

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Mulheres que me fizeram.  Sônia Quando todas eram normalistas, tia Sônia era bailarina. Vestia roupas chamativas, usava muita maquiagem e sabia de cor a coreografia das dançarinas da abertura do Fantástico. Casou-se com um primo, contrariando a parentada que dizia que primo com primo não podia casar. Era um casal descolado. Ela linda, decotada, chamativa. Ele cabeludo, cinto de couro gasto, chinelo preso só no dedão. Namoravam em público, coisa esquisita na época. Íamos todo ano para a praia e enquanto meus pais ficavam na areia distribuindo sanduíches de mortadela e bananas, eles ficavam abraçadinhos, se curtindo dentro d'água. Os parentes tinham lá sua razão. A filhinha deles nasceu com um problema nas pernas que podia ser corrigido, mas a menina teria que ficar engessada dos pezinhos ao quadril por muitos meses. A única abertura era um buraco para sair o xixi e o cocô. O marido trabalhava fora e para cuidar melhor da nenê, tia Sônia veio morar c...

Mulheres que me fizeram. Teresa.

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Mulheres que me fizeram. Teresa Depois de enterrar a filha, Teresa senta-se no degrau da varanda com um copo de cerveja e um cigarro. As únicas coisas que consegue ingerir. Quem passa pela rua, dá o boa noite de sempre, sem se dar conta de que aquela era tudo menos uma noite boa. A vizinha se aproxima. Teresa lhe oferece um banquinho. A moça começa a chorar. Era amiga da filha e estava esperando Teresa sair para poder lhe dar um abraço. Teresa a consola. Oferece um copo de cerveja. A conversa toma o rumo das recordações. Algumas engraçadas, como o dia em que a filha, barbeira, trombou com o portão da casa ao lado. A vizinha suspira e me conta que também enterrou seu nenê. Era um menino e até hoje ela não sabe direito porque ele morreu. "Nasceu vivo. Me disseram que foi infecção. Tinha feridas no corpinho todo." Teresa acende outro cigarro. A noite é quente. Vai ser difícil dormir com tantas lembranças. Lembrança da vida dura que levou até poder...

Todos unidos pela educação.

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O casamento não ia bem e ela pediu o divórcio. Depois de uma longa e desgastante negociação, ele aceitou se mudar. Mas só sairia quando ficasse pronto o imóvel que eles estavam construindo em outra cidade. Resignada, ela decidiu aguardar. Nesse meio tempo, foi chamada para a reunião de pais da escola da filha mais velha. Segundo ano do fundamental, professora nova, regras novas. "Mãe, agora são aulas de 45 minutos com intervalo de 5 minutos para ir ao banheiro. Pedimos a ajuda de vocês para conscientizá-los a usar o banheiro só no intervalo. Eles terão aulas de ciências, português, matemática, geografia, artes, blá, blá, blá, ética e empreendedorismo. As provas provas são bimestrais e a tarefa diária. Se eles adoecerem, passem aqui para pegar a tarefinha. Temos que ensiná-los a ter disciplina. Ah, a partir de agora cada um tem seu lugar e o recreio diminuiu para 20 minutos. Exasperada a mãe ergue a mão e argumenta: "Mas eles só tem 7 anos! Por que as aulas tem...

Escolas com Alzheimer

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 Escola 1:  Quando a professora se aproxima para ver a tarefa, a menina explica em voz baixa e envergonhada que o pai bêbado havia batido na mãe, tiveram que chamar a polícia e, na confusão, não conseguiu fazer a lição. A professora dá de ombros, vira as costas e enquanto retorna para a lousa, diz em voz alta para toda a classe ouvir que aquilo não era desculpa e que a tarefa era para ser feita independente de tudo. A menina se enfurece, os olhos se enchem de lágrimas, sai da sala empurrando cadeiras, batendo a porta e chamando a professora de vaca. Por conta disso toma uma advertência. Escola 2:  O menino, que nunca foi aluno nota 10, tem uma piora no rendimento. Angustiada, a mãe procura a coordenadora da escola. Ela conta que o marido está bebendo muito e o filho presenciou o pai alcoolizado agredir a mãe. Após o desabafo, a coordenadora tranquiliza a mãe, informando que iria discutir o caso com os educadores e que juntos traçariam um plano de a...

Filhos, festas e aparelhinhos eletrônicos.

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Você está numa festa ou jantar. Ao seu lado, um adulto saca do bolso um celular e começa a interagir com a tela. Você tenta puxar conversa, mas ele responde por monossílabos, sem tirar os olhos do pequeno monitor. Isso quando lhe dá alguma resposta. Logo, você e todos ao redor desistem de fazer contato. E a festa segue sem ele. Adultos normalmente não fazem isso em encontros sociais. É extremamente mal educado além de um despropósito em uma reunião entre familiares e amigos. Quem não quer interagir, que fique em casa. Pois alguém me ajude a entender o motivo deste comportamento ser cada vez mais tolerado entre as crianças e adolescentes. Nos eventos deste final de ano, me surpreendi com a quantidade de crianças em atitude quase autística diante de um pequeno aparelho eletrônico.  Meninos e meninas que não conversam com primos, mal respondem às perguntas dos avôs e não se esforçam em fazer amigos. Cheguei a testemunhar adolescentes entediados em locais com mar, gen...

Professor bom é sorte?

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Atravessamos momentos doloridos neste segundo semestre. Entre eles, uma perda de um ente muito, muito amado. Por conta da doença que o levou, precisei me afastar de casa por alguns meses, deixando para trás filhos e marido. A equipe era unida. Ficaram todos bem. Bom saber que mãe faz menos falta do que supomos. Mas na escola os efeitos da confusão familiar surgiram. Cada filho extravasando da sua maneira a dor. A professora de um deles me encontrou num final de semana em que pude vir para casa: "Eu soube o que está havendo na vida de vocês. Sinto muito. Me avise se puder ajudar com algo." "Meu filho te contou?" "Ele não disse nada. Mas percebi que havia algo diferente. Pequenos sinais. A mochila estava vindo incompleta, ele deixou de fazer algumas tarefas, ficou meio avoado na sala. Nada muito sério, não se preocupe. Mas achei melhor conversar com ele para ver se algo estava acontecendo e ele me contou. Foi assim que fiquei...

Para que serve um pai

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Para que serve um pai Corta, aplaina, enverga enfia pregos, pinta Joga na água Diz para confiar que vai dar tudo certo Mostra o rumo do infinito E o caminho de volta para o porto "E se tiver tempestade?" "Enfrente." "Piratas?" "Desvie." "Se meu casco partir?" "A gente remenda." "Sereias?" "São magníficas, mas coloque cera nos ouvidos." "Se eu afundar?" "Eu te resgato." "E quando anoitecer?" "Você tem as estrelas." "Eu ainda não consigo lê-las." "Você nunca ficará na escuridão." As amarras são soltas O filho parte E o que era menino vira navegante E o que era pai vira farol

"Mãe, você é uma vadia!"

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"Mãe, você é uma vadia!" O pequeno entra na cozinha zangado: “Mãe! Você desligou meu Wii. Eu vou ter que fazer toda aquela fase de novo...SUA VADIA!” A mãe recebe as palavras como uma bofetada. Pisca. E na velocidade daquela piscada, tenta controlar toda a mágoa que a impele a quebrar os dentes de leite que ainda restam na boca daquele ser raivoso de um metro e vinte.   Respira fundo e quando reabre os olhos diz com toda a calma que lhe resta: “Você sabe o que esta palavra significa?” O menino olha para o chão envergonhado e responde baixinho: “Não.” “É uma palavra muito ofensiva e estou me sentindo mal por você ter me chamado assim. Você não devia tratar as pessoas deste jeito.” “Desculpa.” “Vadia é uma mulher que transa com muitos homens. Eu sou uma vadia?” Mais encabulado ainda, o menino murmura: “Não!” “Pois é...então não chame mais as pessoas de nomes ofensivos. Ainda mais se você não sabe o que significam. Você pode est...

Como nossos pais.

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Como nossos pais. "Se apanhar na rua, apanha em casa." "Bateu, levou." "Se xingar a mãe, leva na cara." "Não tem mais jeito, to ensinando meu filho a bater." "Não se meta em confusão." "Não seja dedo-duro." "Empresta pra ele, seu egoísta." "Diga-me com quem andas que te direi quem és." "Desaforo não se leva pra casa." "Antes um covarde vivo que um corajoso morto." "Bata no amigo que te ofende. Mas não reaja ao bandido." "Não se meta." "Deixa pra lá." "Fica quieto." "Obedeça!" Robert Selman, da Universidade de Harvard, foi o palestrante que abriu o II Congresso de Pesquisas em Psicologia e Educação Moral, que aconteceu na Unicamp, em julho. Sua palestra abordou os conflitos nas escolas (tema do congresso), sob o ponto de vista de quem está envolvido e também da perspect...