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Volta às aulas consciente. Mais um texto republicado por uma ombudsmãe preguiçosa.

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Em tempos de tempestades no céu e tsunamis humanos nas papelarias, nada como uma bela pisada no freio. Republico texto elaborado com a colaboração da Silvia Schiros , com dicas para uma volta às aulas mais consciente. 1. Bazares de troca ou venda de uniformes usados. A idéia, comum na Inglaterra, é montar um local na própria escola, onde os pais podem comprar ou trocar uniformes usados, mochilas, lancheiras e livros didáticos e paradidáticos em bom estado. Pais e escola decidem o que fazer com o dinheiro arrecadado. Pode-se também incluir a venda de roupas usadas (criança perde roupa novinha), brinquedos, jogos e material escolar. 2. Estímulo à carona. Incentivar os pais a trocarem roteiros e contatos de carona. Facilitar esta troca através de uma lista onde os pais interessados colocam roteiro e contato. É uma medida simples que reduz o número de carros na rua, poluentes e pais estressados. (Atenção escolas: pais menos estressados dão menos trabalho. Invistam nisso!). 3. P...

Mais um texto republicado sobre o Natal.

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Preciso rever meu Natal quando: ...começo a achar que a vida eterna, prometida pelo Cristo, é o tempo que vou levar para pagar as compras de Natal. ...torço por uma reforma que elimine dezembro do calendário. ...os amigos secretos viram inimigos declarados depois de abrirem os presentes. ...dou vinho para o vigia da rua, esquecendo que ele é crente. ...o entregador da Veja, que nunca me viu, me acorda domingo às 7 da manhã para pegar a caixinha. ...meu filho comenta que a árvore do vizinho dá de 10 a zero na nossa. ...meu filho comenta que com estas luzinhas mixurucas nós nunca vamos ganhar o concurso de decoração natalina do condomínio. ...o assunto na hora da ceia é se Chester é uma ave natural ou se deram hormônio para o bichinho. ...a bebida fica a cargo do cunhado e ele traz um vinho garrafa azul horroroso que veio na cesta da firma. ...começo a achar que quando Jesus falou em sofrimento, ele se referia a encontrar uma vaga para estacionar. ...meu filho pergunta se, ao invés de ca...

O assunto é maternidade.

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O blog "Escreva Lola escreva" lança a terceira edição do concurso de blogueiras. O tema deste ano é "Maternidade". A seleção final inclui 25 textos que trazem diferentes visões sobre o assunto. Algumas engraçadas, outras emocionantes, mas todas imperdíveis. Clique aqui para entrar e boa leitura!

Vamos salvar o Natal - texto republicado

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Vamos salvar o Natal. A primeira coisa seria minimizar o Papai Noel da Coca-Cola. Esse velhinho obeso, gastador, que nos estimula a comprar, comprar e comprar e que está, desde o final de novembro, molhado de suor, em TODOS os shoppings centers. Desculpe, bom velhinho, mas você ficou over. Não tem mais nada a ver com os tempos que vivemos. Acabou a magia. O que vai salvar o Natal, é voltarmos ao principal sentido da festa no mundo ocidental: celebrarmos o nascimento do Cristo. Não o Jesus religioso, que morreu pelos pecadores e que faria você parar de ler este texto bem aqui. Não é desse Jesus que falo. Temos que resgatar o Jesus revolucionário. O ecologista. O maluco beleza que, há 2000 anos, abalou as estruturas da Roma perdulária e cheia de vícios, com suas idéias de vida simples. De amor ao próximo. De comunhão com a natureza. Temos que resgatar o barbudo que disse que somos todos uma só família. Todos habitantes do mesmo planeta Terra. Eu, você que está me lendo, o feirant...

A Educação Infantil e a alfabetização.

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A educação Infantil e alfabetização. Um belo dia, seu chefe lhe informa que você terá que aprender a operar um novo software. Um programa novo, com códigos e linguagens absolutamente desconhecidos por você. Para aprendê-lo, há dois caminhos: Ser colocado numa sala, para que alguém lhe transmita toda a teoria e a programação, através de aulas, exercícios, livros, trabalhos e provas. Ou, fazer antes uma aproximação sua ao novo software. Isto é, circular pela empresa para entender os motivos de estarem implementando aquele novo programa. Descobrir por que ele é importante, qual contexto será usado, quais as enormes possibilidades que ele abrirá para você e para a companhia, quais recursos ele oferece, onde você pode pesquisar mais, quem já trabalha com ele, com quem você pode trocar conhecimentos etc. Só então, depois de situado, envolvido e familiarizado, inicia-se o aprendizado formal do software. Analisemos as duas opções. A primeira é um aprendizado passivo. Você está fechado numa sa...

Escolas se omitem sobre o bullying.

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Escolas se omitem sobre o bullying. Um dos principais agentes do combate ao bullying é a escola. Contudo, ainda são poucas as escolas que sabem como lidar com o problema. Uma das grandes dificuldades está em identificar o problema. Diante de um caso de agressão, muitos professores acham que "é coisa da idade", "no meu tempo a gente também fazia isso" e relevam. Outro problema comum é culpar a vítima. É comum dizer que a vítima do bullying "provoca" a agressão com seu comportamento "estranho" e "arredio". E responsabilizam-na por não se integrar ao grupo. Omissão também é um grande fator. Muitos professores sabem do problema e deixam pra lá. Botam a culpa da agressividade dos alunos na gordura trans, no Silvester Stalone, no pai traficante e, candidamente, lavam as mãos. Falta de confiança é outro problema que impede que a vítima conte a um professor o que está acontecendo. Estudos com vítimas de bullying apontam um receio muito grande d...

Bullying, pesadelo nas escolas.

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Bullying, pesadelo nas escolas. Digite bullying no google (com e sem y) e terá uma surpresa. São milhões de páginas. O que mostra que este tipo de agressão há muito deixou de ser uma praga restrita aos enlatados da TV americana. O bullying hoje é um fenômeno mundial e, muito provavelmente, acontece numa escola bem perto de você. Foi tema bastante debatido no Congresso de Moralidade Infantil e anexo aqui uma matéria muito boa sobre o tema, com depoimentos de algumas das pesquisadoras que apresentaram trabalho no Congresso. Como mãe, assisti às apresentações sobre bullying com atenção. Queria entender melhor o fenômeno e assim, aprender a lidar com ele. Um dos meus filhos já foi vítima de abuso físico e psicológico na escola - todos prontamente contornados e resolvidos pela direção, mas que me deixarem permanentemente atenta ao problema. O que aprendi e que me ajudou muito no caso do meu filho: 1. Está provado, estatísticamente, que os agressores escolhem vítimas que não contam, isto é...

Mãetorista

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Mãetorista Acordou irritada. Teria que levar o mais velho para a aula de guitarra. Depois fazer o almoço e buscar os menores na escola. Dar almoço e levá-los pra natação. Voltaria no final do dia. Cansada, suada, carregando mochilas de roupas molhadas e uma tonelada de impaciência. No dia seguinte, era capoeira e inglês. E no outro guitarra de novo. Não sobrava mais tempo pra nada. E o pouco que sobrava, só conseguia cochilar desmaiada no sofá. Nem a novelinha conseguia mais assistir. Resolveu dar um basta na vida de mãetorista. Ligou pra cunhada especialista em logística infantil. A dica era objetiva: peça ajuda aos outros pais. Ofereça. E trace roteiros para otimizar suas saídas. Na primeira tentativa de "dividir" roteiros, a recepção dos outros pais foi fria. "Ah, eu tenho mesmo que vir pra esses lados, não preciso de revezar." A cunhada deu força, não desista, consulte outros. Achou uma mãe que suspirou aliviada diante da proposta. O acordo foi feito e com isso,...

Identidade de mãe

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Identidade de mãe. A primeira mãe segura o microfone e conta que trabalha fora por opção. Adora o que faz, mas reconhece que é muito difícil conciliar vida própria, profissional, maternidade e casamento. Vive correndo de um lado pra outro, gostaria de ter mais tempo com os filhos e todas as queixas comuns da maioria das mulheres que trabalham fora. Mas afirma que jamais ficaria em casa. Teme perder sua identidade, mesmo achando que muitas vezes a não a encontra em meio à tanta loucura e cansaço. A casa a sufocaria e não abriria mão da carreira que lutou tanto pra conquistar. A segunda mulher olha para a câmera e conta que optou por ficar em casa. É mãe tempo integral. Ainda tem dúvidas da sua opção, mas enquanto as crianças são pequenas, sente que é dever seu estar presente. Considera-se num período de doação. Por enquanto, nada é mais importante na sua vida que sua família. E é para ela que vive e se dedica. Quando pensa nas amigas enlouquecidas, muitas tomando anti-depressivos,...

A culpa é da vítima.

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A culpa é da vítima. Hoje ligo o computador para descobrir que a Uniban resolveu de uma forma emblemática a agressão à aluna do vestido curto : expulsou-a da universidade. E assim deu seu veredicto: o culpado é a vítima. Chamei a decisão de emblemática porque infelizmente é o retrato fiel da forma primitiva com que ainda resolvemos nossos conflitos. Precisamos achar um culpado e puni-lo. Mesmo que este seja a vítima. É assim com crianças desaparecidas: "Os pais não cuidaram como deviam". Com esposas espancadas: "Ela provocou". Com vítimas de assalto: "Ah, mas quem mandou andar com o vidro do carro aberto". Com vítimas de clonagem de cartões: "O senhor não cuidou direito da sua senha". Culpar a vítima não é exclusividade de ninguém. Nós pais, sem querer, fazemos isso o tempo todo. Quantos de nós, ao vermos um filho voltar da escola chorando porque o amigo quebrou seu brinquedo, exclamamos acusadores: "Quem mandou levar o brinquedo à escola!...

As mães de "Orgulho e Preconceito".

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Se você é fã da escritora inglesa Jane Austen e caiu aqui em busca da visão de um especialista, fuja! Mude rapidamente de blog. Sou uma leitora amadora e escrevo porque estou participando de uma roda de leitura sobre o livro "Orgulho e Preconceito", promovida pela Vanessa, do Fio de Ariadne. Aderi ao desafio, porque já tinha lido este livro, adorado e achei interessante relê-lo e discuti-lo numa nova fase da minha vida. Gosto muito do texto da Jane Austen. Acho-a delicadamente irônica. Ela consegue descrever com sutileza e bom humor os costumes da sociedade inglesa do início do século 19, construindo frases impagáveis, com um humor inteligente e nada escrachado. A primeira coisa que me chama atenção quando leio livros ou vejo filmes sobre os ingleses de outrora é que ninguém trabalha. Incrível como eles conseguem levar a vida jogando baralho, escrevendo cartas, lendo livros e viajando. Ninguém de respeito pega no batente. Alguém pode me explicar de onde vinha a renda d...

Minha composteira mambembe.

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Já que o assunto é lixo, encerro a semana com compostagem doméstica. Tenho uma amiga querida, que mora em Los Angeles, que hoje é Pro em compostagem. Ela sempre me estimulou a fazer compostagem, afirmando que é muito fácil e não toma tempo. Me enviou até um livro "Easy Composting" com dicas ótimas para quem está começando. O primeiro problema que enfrentei foi a escolha da composteira. Na internet há milhares de modelos e o livro ensina outras tantas. Eu tinha três requisitos: gastar pouco ou quase nada, ser simples de lidar e não ser muito aberta para não juntar bicho perto de casa. Resolvi a questão reaproveitando um tambor de metal, sem boca e sem fundo (tomei o cuidado de pegar um tambor que não armazenou produtos tóxicos). Coloquei o tambor diretamente sobre a grama e nele deposito minhas sobras de frutas, verduras, talos, cascas de ovo, pó de café, etc. Depois cubro com folhas secas, serragem ou mesmo com o jornal que fica embaixo do galinheiro. Deveria mexer diariament...